sexta-feira, 2 de novembro de 2012

MEC aumenta equipe em 25% para evitar falhas

Para tentar evitar problemas com os aplicadores das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Ministério da Educação (MEC) investiu na contratação de pessoal de apoio e aumentou em 25% o tamanho da equipe. O MEC já conta com os faltosos e afirma que o planejamento de preparação dessa equipe começou em outubro. Apesar do esforço, há fiscais que não fizeram o treinamento e foram convocados há poucos dias. O exame começa neste sábado em 1.615 cidades do País, das quais 35 no Rio Grande do Norte. São esperados 5,7 milhões de inscritos. No RN, estão inscritos 131,5 mil alunos. O exame é usado como processo seletivo para praticamente todas as universidades federais do Brasil, além de critério para concessão de bolsas do Programa Universidade Para Todos (ProUni), financiamento estudantil e certificação do ensino médio.
Alex RégisAlunos do ensino médio buscam pontuação que seja aproveitada para ingresso na universidadeAlunos do ensino médio buscam pontuação que seja aproveitada para ingresso na universidade

Com o crescimento da importância do exame - que ganhou status de vestibular em 2009 -, estudantes passaram a reclamar ainda mais do despreparo dos fiscais na hora da aplicação. São eles os responsáveis por orientar o preenchimento do exame, fazer valer as regras da prova, tirar dúvidas e agir em caso de detecção de cola.

Segundo o MEC, vão participar da aplicação 539.919 pessoas, entre coordenadores, fiscais e pessoal de apoio. No ano passado, esse número girava em torno de 435 mil. O aumento reflete o salto de 7% no número de inscritos no exame, mas também a preocupação do MEC de evitar transtornos. A Pasta afirma que a capacitação começou em junho, com curso dado a distância para 35 mil pessoas. Entre setembro e outubro, teria ocorrido a capacitação nos locais que envolveriam também os fiscais de sala e grupo de apoio. A Pasta não informou quanto foi investido na capacitação nem quantos profissionais foram capacitados.

A reportagem apurou que houve convocações nesta semana. Uma professora de educação básica na zona leste vai participar pela primeira vez da aplicação. Foi convidada na segunda-feira. "Preferia ter um cursinho antes, nunca vi uma prova do Enem. Mas acho que na hora a gente se vira", disse ela, que pediu para não se identificar. Ela vai ganhar R$ 150 por dois dias de trabalho. O MEC afirma que ninguém mais está sendo convocado, mas pode haver casos excepcionais.

Com a experiência de ter feito os últimos três exames, o vestibulando de Medicina Murilo Augusto Gil Tunussi, de 21 anos, diz que a desorganização dentro da sala de aplicação já é uma tradição do Enem. Segundo ele, a diferença em relação a outros vestibulares, como o da Fuvest, é "enorme". "É muito perceptível o despreparo e isso atrapalha muito. Tem gente que deixa lápis, outros não. Proíbem relógio digital, mas não informam quanto tempo já passou", diz ele, aluno do cursinho Etapa. "Você já está nervoso e isso atrapalha muito." O estudante mora no Tatuapé, zona leste de São Paulo, mas seu local de prova é na Vila Mariana. "Não entendo esses critérios, mas vou sair de casa bem mais cedo." Os portões abrem às 12 horas e às 13 horas eles são fechados para o início da prova. O horário é de Brasília.

O MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela realização, tem em 2012 a quarta chance de realizar um novo Enem sem problemas. Desde 2009, quando se tornou vestibular, houve falhas. Primeiro, o Estadão avisou o MEC do vazamento das provas e o exame foi cancelado. No ano seguinte, houve falhas na impressão e o tema da redação vazou na Bahia. Em 2012 foi a vez de um colégio do Ceará distribuir, semanas antes do exame, questões idênticas às que caíram nas provas. As questões foram vazadas do pré-teste realizado na escola em 2010. Mesmo com esse histórico, o exame cresceu. Neste ano, o número de inscritos foi recorde.

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