terça-feira, 7 de maio de 2013

Bandidos arrombam mais dois caixas eletrônicos; Já são 19 apenas em 2013


Data: 06 maio 2013 - Hora: 14:49 - Por: Alessandra Bernardo
Quadrilhas continuam atuando livremente pelo Estado. Polícia Militar diz que não vai se intimidar. Foto: Wellington Rocha
Quadrilhas continuam atuando livremente pelo Estado. Polícia Militar diz que não vai se intimidar. Foto: Wellington Rocha
Mais dois caixas eletrônicos do Banco do Brasil foram arrombados no Rio Grande do Norte, desta vez nos municípios de Parnamirim e Mossoró.  Com isso, já são 19 terminais atacados no Estado somente neste ano, sendo seis explosões, 11 arrombamentos e dois assaltos, de acordo com dados estatísticos da Polícia Militar. Nas duas últimas ocorrências, os ladrões renderam os vigilantes dos estabelecimentos onde os equipamentos estavam instalados e os abriram com o uso de maçaricos.
Segundo o comandante da PM, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva, os bandidos estão cada vez mais ousados, mas a polícia não irá se intimidar e o policiamento nas regiões onde há equipamentos será reforçado, para evitar que novas ocorrências sejam registradas, principalmente no interior do Estado, onde foi registrada a maioria das ações criminosas.
Em Parnamirim, os bandidos arrombaram o caixa eletrônico do Banco do Brasil instalado no supermercado Boa Esperança, no Centro da cidade, entre a noite de ontem e madrugada de hoje. Segundo o gerente da loja, Flávio Galdino, três bandidos renderam o vigilante que estava do lado externo do estabelecimento e conseguiram entrar no local após arrombar a porta principal.
Depois, tiraram o uniforme do vigilante rendido e um deles vestiu a roupa e ficou do lado de fora do supermercado, para não levantar suspeitas. Enquanto isso, os outros dois prenderam o refém e arrombaram o terminal eletrônico com um maçarico. Outros dois vigilantes, que trabalham nas ruas do Centro, também foram rendidos e obrigados a permanecerem quietos até o fim do serviço.
“Depois que conseguiram roubar o dinheiro, foram embora e ameaçaram as vítimas, para que elas não os denunciassem. O estresse foi tão forte para o vigilante que ele passou mal e tivemos que levá-lo para uma unidade de saúde, com crise de hipertensão. Mas, felizmente, não o agrediram ou roubaram nada deles”, afirmou o gerente.

Já em Mossoró, o arrombamento aconteceu dentro da Central do Cidadão, no bairro do Aeroporto, quando uma quadrilha com aproximadamente dez homens armados renderam os vigilantes e invadiram o estabelecimento. Apesar disso, dois suspeitos foram detidos pelos policiais militares, que chegaram ao local e surpreenderam os bandidos, que foram levados para a delegacia.
Com eles, foram apreendidos um revólver tomado de assalto de um policial e um carregador de pistola nove milímetros, além de um veículo Gol, de cor prata, com placas de Caicó. Outro carro, um Golf preto contendo várias ferramentas para arrombamento de caixas eletrônicos, também foi localizado abandonado próximo à Central do Cidadão.
Na semana passada, um homem não identificado foi flagrado pelo circuito interno de monitoramento da Câmara de Vereadores de Natal, no Tirol, em atitude suspeita, observando e fotografando os caixas eletrônicos instalados no prédio. Depois disso, ele não foi mais visto. Polícia investiga o caso.
Explosivos em Lages
Na madrugada de ontem, os policiais civis da Divisão Especializada de Investigação e Combate ao Crime Organizado (Deicor) conseguiram interceptar uma quadrilha que planejava explodir agências bancárias no município de Lages, na região Central do Estado. Após denúncia anônima, informando que homens armados estavam rondando a cidade, em atitude suspeita.
Quando eles passavam pela BR 304, um Gol branco ultrapassou a viatura policial em alta velocidade, fazendo com que os agentes seguissem o veículo, conforme informações da assessoria de comunicação da Polícia Civil. Ao perceberem que estavam sendo seguidos, os bandidos passaram a atirar contra os policiais, iniciando um intenso tiroteio, que só terminou próximo a um aterro sanitário da cidade, onde os bandidos se esconderam.
Conforme a Polícia Civil, os ladrões incendiaram o carro e abandonaram os explosivos e uma caixa de emulsão encartuchada, já pronta para uso, o que indica que eles planejavam uma ação criminosa na região. Os policiais ainda usaram o helicóptero da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), para tentar localizar os bandidos, sem sucesso. No entanto, as buscas continuam.

Ministério da Justiça discute estratégias para reduzir a criminalidade no Rio Grande do Norte



Colóquio realizado hoje e amanhã deve discutir características das mortas violentas no Brasil e redução dos homicídios. Foto: José Aldenir
Colóquio realizado hoje e amanhã deve discutir características das mortas violentas no Brasil e redução dos homicídios. Foto: José Aldenir
A cúpula da Segurança Nacional está reunida em Natal hoje (6) e amanhã (7) para traçar metas, estratégias e ações visando diminuir os altos índices de violência e criminalidade do Rio Grande do Norte. O 4º Colóquio do Programa Brasil Mais Seguro está sendo realizado na Escola de Governo, fruto de uma parceria entre o Ministério da Justiça e o Governo do Estado, e tem como objetivo discutir com técnicos as características e tendências das mortas violentas no Brasil, bem como as possibilidades e desafios para a redução, controle e prevenção dos homicídios. O evento também marca o ingresso do Estado no programa federal. No Nordeste, o Rio Grande do Norte é o terceiro a aderir ao Programa, atrás apenas de Alagoas e da Paraíba.
A secretária nacional da Segurança Pública, Regina Miki, disse que a situação da criminalidade do Rio Grande do Norte não difere da realidade encontrada por outros estados da região Nordeste do país. Ela conta que a Secretaria Nacional tem dados do Brasil e está trabalhando há quase dez meses na redução da criminalidade no estado de Alagoas. “O caso de Alagoas tem nos mostrado um resultado surpreendente em termos de queda de homicídio. A razão de Paraíba e o Rio Grande do Norte entrarem no Programa é porque a região Nordeste foi a que mais puxou os índices de homicídio no país para cima. Então, entendemos que  se impactarmos a região Nordeste, vamos conseguir diminuir o homicídio no Brasil. Queremos ter o plano no Nordeste implementado”, afirmou.
Regina Miki disse que os planos, metas e estratégias que serão implementadas dentro do Plano Brasil mais Seguro no Estado serão discutidos durante os dois dias do evento, que conta com a participação de quase 20 técnicos do Ministério da Justiça. “Juntos, além dos diagnósticos, iremos programar ações dentro de um período com metas a serem atingidas”. A secretária explicou como o Programa poderá ajudar o RN a diminuir os índices de criminalidade. “Queremos entender um pouco da história dessa violência e porque ela vem crescendo, se é fato que a desigualdade diminui e deveríamos ter diminuído a violência e criminalidade”, explicou.
A fórmula, na teoria, para resolver o problema da criminalidade do Brasil, segundo a secretária nacional de Segurança Pública, é que o sistema de segurança tem que se unir ao sistema de justiça e ao sistema prisional. “Se não for assim, nós não conseguiremos diminuir a impunidade. Uma das razões crescentes, tanto de homicídio, quando as demais criminalidades e da violência, sem dúvida nenhuma é a impunidade. Um fluxo efetivo entre os sistemas de Segurança Pública, Judiciário e Prisional, fazendo com que os procedimentos padrão operacional dentro dos homicídios corram mais rápidos, sejam mais céleres e a população sinta que matar não compensa e que vamos estar punindo quem matar”.
Regina Miki conta que tem acompanhado diariamente o aumento do índice de criminalidade, inclusive com os doze homicídios contabilizados em um único dia na semana passada.  “O que mais nos aflige é que são homicídios de jovens, tanto de quem mata e de quem morre. E muito se coloca a culpa na droga. É muito simplista isso, precisamos buscar a causa efetiva desses homicídios. A droga é um dos fatores, mas temos outros como a desigualdade, a falta de oportunidade, a falta de fluxo entre a segurança pública e o sistema de justiça e o sistema prisional”.
A secretária não quis adiantar o montante de recursos federais que serão investidos com o Programa no RN. “Só podemos falar em recursos, após pactuarmos as ações, porque não podemos falar em recursos sem ter ação e metas a cumprir. O recurso vem sempre atrás de uma pactuação, de uma cronologia e de uma ação”.
O secretário estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, disse que o Colóquio é o primeiro evento que coloca a Secretaria Nacional de Segurança Pública e o Ministério da Justiça em contato com o Governo do Estado, através da Sesed, com o Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública. “Todos juntos, precisamos traçar estratégias em todos esses sistemas, buscando a redução dos índices de criminalidade e violência, e também do enfrentamento ao Crack. Serão dois dias de debates e construção das soluções para um estado mais seguro”.
Amanhã, os técnicos se reunirão para definir as estratégias e, posteriormente, em uma data ainda a ser marcada, será feita a assinatura de um documento, com termo de pactuação entre a governadora Rosalba Ciarlini e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Aldair da Rocha acredita que as ações que serão traçadas durante os dois dias de evento serão fundamentais para a mudança da situação da violência no Rio Grande do Norte. “Temos uma experiência boa com o estado de Alagoas que está conseguindo reduzir sensivelmente os índices de violência”, destacou. No RN, o secretário acredita que é necessário melhorar a investigação criminal, qualificar os policiais e a perícia criminal, que também depende de equipamentos, e incrementar os programas sociais que envolvem os jovens e adolescentes.

O desembargador Aderson Silvino, presidente do Tribunal de Justiça do RN, disse que o TJ poderá contribuir com os trabalhos de redução da criminalidade. “Poderemos ceder espaços, juízes e técnicos que possam colaborar para que a segurança pública melhore. Temos que encontrar soluções, não pode continuar na forma que está. O Tribunal de Justiça está à disposição naquilo que for possível. Todas as instituições que compõem a segurança pública têm que estar em sintonia, pois a Justiça julga o processo e resta o Poder Executivo, de uma forma concreta, ver a possibilidade de amenizar essa situação, construindo presídios, delegacias, pois isso é o que está faltando. A Polícia prende e não tem onde colocar. A Justiça condena, mas não tem onde colocar o pessoal”, destacou o desembargador.
A governadora Rosalba Ciarlini disse que está fazendo todo o esforço para reverter à situação calamitosa da segurança pública do RN e, para isso, ela conta que procurou o Ministro da Justiça para inserir o estado no Programa nacional e enfrentar o desafio de reduzir a criminalidade. Ela ressalta que o RN não está entre os estados mais violentos do Brasil e é o terceiro menos violento do Nordeste. “É importante que o Governo Federal venha nos ajudar, pois os governos estaduais estão fazendo o que é possível, mas precisamos ter apoios, recursos, investimentos, inteligência, mais envolvimento e a força nacional”, destacou a governadora.
O presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Marcos Dionísio lembra que a situação da violência não é nova. O Conselho vem alertando para os altos índices de criminalidade desde 2011. “O quantitativo de homicídio já vinha num crescente assustador e se confirmou em 2011 e em 2012. É assustador, nos primeiros quatro meses deste ano, já temos algo em de 470 homicídios, o que no final do ano jogaria os casos para algo em torno de 1,3 mil casos, bem superior aos 970 de 2012, que já foi alto em relação aos 805 de 2011. Se continuar assim, será algo assustador”, destacou.

Wilma diz que prioridade do PSB é manter alianças para 2014


A dirigente do PSB confirmou reunião com o PT na próxima sexta-feira, dia 10, em Natal.

César Augusto/Nominuto.com
"O PSB pode apresentar candidatura própria, mas também pode apoiar candidatura de outros partidos".
A vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, disse hoje (6) que a prioridade do PSB (Partido Socialista Brasileiro) é firmar alianças com partidos que fazem oposição ao governo do DEM (Democratas) no Rio Grande do Norte. Ela confirmou encontro com o PT (Partido dos Trabalhadores) na próxima sexta-feira (10), em Natal.
"O PSB pode apresentar candidatura própria, mas também pode apoiar candidatura de outros partidos. Vamos conversar com os representantes das legendas de oposição", destacou Wilma. Ela negou que esteja em campanha para o governo, mas não descartou a hipótese.
"Não sou candidata ao governo, mas estamos ouvindo as pessoas lembrando o meu nome e comparando as minhas ações como governadora às que estão sendo realizadas pelo atual governo. Ninguém se lança candidata. Quem lança o candidato é o povo", declarou Wilma de Faria.
A vice-prefeita disse que a eventual candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República não forçará candidatura majoritária do PSB ao Governo do Rio Grande do Norte. "Eduardo Campos tem dito que as candidaturas só serão decididas em 2014, inclusive a dele. Ele ainda não é candidato a presidente. O PSB é aliado da presidenta Dilma. No caso do RN, o governador de Pernambuco, com quem tenho conversado muito, tem nos deixado à vontade para ver o que é melhor para o partido aqui no Estado", disse.
Wilma de Faria disse que o PSB pode apresentar outro nome que não seja o dela para o governo ou apoiar candidato de outras legendas. "Isso tudo está em aberto. Estamos iniciando o processo de conversas com os partidos. Vamos continuar os encontros com os diretórios municipais para atrair novos filiados e mobilizar o PSB para as lutas que teremos pela frente", falou.
A ex-governadora já reuniu filiados nas regiões do Trairi e do Seridó. Nesta semana, ela vai visitar militantes no Médio Oeste e no Alto Oeste.
Fonte: Nominuto

Copel negocia compra de parques eólicos no RN


Estatal paranaense já tem participação de 49,9% nos empreendimentos. Agora, busca comprar os outros 51,1%, pertencentes ao grupo Galvão. Operação gira em torno R$ 200 de milhões.


A Companhia Paranaense de Energia (Copel) estaria negociando a compra de quatro parques eólicos no litoral do Rio Grande do Norte. A informação foi publicada ontem pelo jornal Valor Econômico. A estatal paranaense é sócia desses empreendimentos há dois anos, quando adquiriu uma participação de 49,9%. Agora, busca comprar os outros 51,1%, pertencentes ao grupo Galvão, e assumir o negócio, em transação estimada em R$ 200 milhões.
Procurada, a Copel disse que não vai se pronunciar sobre o assunto. Os quatro parques estão sendo construídos no município de São Bento do Norte e terão 47 aerogeradores, com potência total de 94 megawatts. O investimento é de aproximadamente R$ 400 milhões, dos quais 70% financiados pelo BNDES. Ainda segundo o Valor, a energia que será produzida nas usinas eólicas foi negociada em contratos de 20 anos, que devem render R$ 50 milhões por ano.
Quatro usinas termelétricasserão desligadas até o fim de maio, informou ontem o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Duas usinas ficam no Rio Grande do Norte e duas em Pernambuco. Movidas a óleo diesel, estão entre as mais caras do país. “O desligamento dessas quatro usinas, por serem realmente muito caras, além de R$ 1.000 por megawatt-hora, permitirá economizar aproximadamente R$ 80 a R$ 100 milhões por mês. É uma economia significativa”, afirmou o ministro em entrevista à Rede Globo.
Segundo ele, o nível dos reservatórios das hidrelétricas chegou a 96% na Região Norte, 49% no Nordeste, 59,4% no Sul e 62,6% no Sudeste/Centro-Oeste. “Nós esperávamos que, no fim de abril, esses reservatórios, no geral, como média, estivessem com 50% de acumulação de água. E estão com 63%. Portanto, a situação está muito boa”, disse o ministro.
Fonte: Nominuto

Ministro coloca em dúvida validade dos 'embargos'

Opresidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, colocou em dúvida nesta sexta-feira a validade e a admissibilidade, pela Corte, dos embargos infringentes, recursos nos quais os condenados pelo julgamento do mensalão tentarão modificar as respectivas sentenças nos casos em que o placar foi apertado (com pelo menos quatro votos pela absolvição do réu). “O tribunal terá de decidir se existem ou não (os infringentes)”, afirmou.
Gervásio BaptistaMinistro Joaquim Barbosa critica a iniciativa dos advogadosMinistro Joaquim Barbosa critica a iniciativa dos advogados

O ministro, que participou nesta sexta na Costa Rica de um evento da Unesco sobre liberdade de imprensa, lembrou que o Supremo precisa decidir se os embargos infringentes “sobrevivem” já que foi alterada a lei que rege os processos penais, acabando com esse tipo de recurso. Apesar da modificação da lei, o STF manteve a possibilidade do recurso em seu regimento interno. Ao discursar no evento, Barbosa criticou conexões de “advogados poderosos” com integrantes do Judiciário e a imensa possibilidade de recursos.

“Uma pessoa poderosa pode contratar um advogado poderoso, com conexões no Judiciário, que pode ter contatos com juízes sem nenhum controle do Ministério Público ou da sociedade. E depois vêm as decisões surpreendentes”, disse ele.

Brasil pune mais os pobres, diz Joaquim Barbosa

San José (AE) - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, disse nesta sexta-feira que a Justiça brasileira pune majoritariamente pessoas pobres, negras e sem relações políticas. No discurso que fez em congresso sobre liberdade de imprensa, na Costa Rica, Barbosa criticou a quantidade de recursos possíveis contra condenações judiciais, atacou o foro privilegiado e a relação entre juízes e advogados no Brasil.

“Brasil é um país que pune muito pessoas pobres, pessoas negras e pessoas sem conexões”, disse. “Pessoas são tratadas diferentemente pelo status, pela cor da pele, pelo dinheiro que tem”, acrescentou. “Tudo isso tem um papel enorme no sistema judicial e especialmente na impunidade”, argumentou.

Barbosa já havia criticado em sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o que chamou de conluio entre juiz e advogado. Agora, atacou as conversas privadas ou reservadas entre juiz e advogado sobre os processos. Na avaliação de Barbosa, isso é “antiético” e um problema cultural brasileiro que contribui para a impunidade.

“Uma pessoa poderosa pode contratar um advogado poderoso com conexões no Judiciário, que pode ter contatos com juízes sem nenhum controle do Ministério Público ou da sociedade. E depois vêm as decisões surpreendentes”, disse. Nesses casos, avaliou o ministro, uma pessoa acusada de cometer um crime é deixada em liberdade em razão dessas relações. “Não é deixada em liberdade por argumentos legais, mas por essa comunicação não transparente no processo judicial”, disse. O presidente elogiou a Argentina por ter impedido o contato entre uma parte do processo e o juiz sem a presença da outra parte. No Brasil, essa restrição é mal vista pelos advogados, conforme Barbosa.

Barbosa criticou ainda a possibilidade de um processo criminal percorrer quatro instâncias judiciais antes de ser concluído e afirmou que a quantidade de recursos possíveis ao longo da tramitação do caso, inclusive os habeas corpus, é outra razão que contribui para impunidade no País. “Ha formas paralelas de questionar cada uma dessas decisões judiciais (em cada uma das instâncias). Há infinitas possibilidades de recursos dentro dessas quatro instâncias. Da primeira para a segunda instância, às vezes há 15 ou 20 diferentes recursos”, afirmou. “Qual a conclusão? Um longa demora, é claro”, acrescentou.

Pelas contas de Joaquim Barbosa, um caso que envolva duas ou três pessoas “não é concluído no Brasil em menos de cinco, sete, as vezes dez anos, dependendo da qualidade social da pessoa”. Além disso, o ministro fez questão de dizer que o foro privilegiado é outra causa da impunidade.
Fonte: Tribuna do Norte