Política
 Campanha
da candidata quer que justiça eleitoral apure o conteúdo dos vídeos.
Por meio de advogado, campanha de Cláudia (direita) rebate acusações de
adversária. Fotos: Carlos Santos/DN/D.A Press e Alcivan Costa/DN/D.A
Press |
A
disputa entre a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) e a vereadora
Cláudia Regina (DEM) pela Prefeitura de Mossoró ganhou contorno
judicial ontem, após exibição de dois trechos de um vídeo pela produção
do programa da pessebista. No primeiro, supostos cabos eleitorais de
Cláudia criticam Larissa em conversa com eleitores. No segundo, uma
suposta funcionária da prefeitura orientava supostos candidatos a
funcionários da campanha da democrata a espalharem "boatos" sobre a
candidatura adversária. As duas coligações entraram na Justiça com
argumentações opostas referentes ao vídeo.
De acordo com o
advogado Marcos Araújo, da coligação "Frente Popular Mossoró Mais
Feliz", que tem Larissa Rosado como candidata a prefeita, o vídeo
chegou às mãos da equipe da pessebista por meio de uma eleitora que
participou da reunião. "Uma eleitora de 18 anos foi arregimentada para
ir para um local onde os jovens seriam chamados para fazer trabalho de
campo. No entanto, era para fazer propaganda negativa. Ela não
concordou, gravou e trouxe os vídeos", contou.
Segundo o
advogado de Larissa, o vídeo atestou que as pessoas eram orientadas a
espalhar boatos sobre a candidata do PSB. "Foram exibidos apenas dois
trechos. Mas o vídeo tem mais de 3 horas de duração. A primeira parte
exibida já mostra a ação dos jovens que estão sendo arregimentados para
trabalhar fazendo propaganda negativa de Larissa. A segunda parte é uma
reunião com esses jovens, ensinando como eles deveriam trabalhar",
explicou.
O advogado disse que o conteúdo do vídeo será
entregue, na íntegra, à Justiça Eleitoral. "O vídeo mostra que os
jovens eram chamados para fingir que eram funcionários de uma empresa
de consultoria de um novo shopping que seria instalado no Bairro Alto
de São Manoel. Num dado momento da entrevista, começariam a falar em
política, dizendo que Larissa iria acabar com o Programa do Leite,
fechar creches, entre outras coisas", descreveu.
Marcos Araújo
disse que já enviou ao Ministério Público e ao juiz eleitoral um pedido
de investigação dos fatos acerca desse vídeo. "Comunicamos ao juiz e ao
promotor eleitoral para investigar os fatos. A promotoria é que vai
iniciar a investigação. As salas foram alugadas pelo coordenador da
campanha de Cláudia (jornalista Neto Queiroz). A funcionária da
prefeitura Aparecida Delfino diz que fatos graves vão acontecer nos
últimos dias. Vamos aguardar a investigação", ponderou.
Já a
coligação "Força do Povo", que tem Cláudia Regina como candidata,
entrou com pedido de direito de resposta pelo fato de o vídeo ter sido
editado e exibido na propaganda eleitoral de Larissa. De acordo com o
advogado da coligação, Olavo Amilton, o conteúdo dos dois vídeos
exibidos pelo programa da pessebista em relação à Cláudia Regina são de
caráter "duvidoso". Ele criticou os dois momentos do material exibido
pela Coligação "Frente Popular Mossoró Mais Feliz".
"Inicialmente,
o conteúdo do vídeo que aparece primeiro é muito duvidoso. Não aparece
sequer o rosto do homem que fala nas imagens. Mesmoassim, o conteúdo é
sobre questões que não são novidades. Ele diz que Larissa administrou,
e administrou mal, o Jornal "O Mossoroense" e a Casa de Saúde Dix-sept
Rosado. São situações que as pessoas comentam em Mossoró. Sobre o ar
condicionado em paradas de ônibus também", comentou o advogado de
Cláudia.
Olavo destacou que a parte divulgada de uma suposta
reunião em salas alugadas pela coordenação de campanha de Cláudia foi
editada e descontextualizada, sendo impossível seu real entendimento.
"Foi tirado de contexto. Não sei nem do que se trata, pois são frases
soltas. Foi uma montagem ilegal. Informações falsas. Será questionado
judicialmente. Atribuo isso ao desespero de uma candidata que
estacionou nas pesquisas e vem perdendo espaço", declarou.
O
advogado de Cláudia Regina disse ainda que Aparecida Delfino, citada
pela apresentadora do programa da canidata do PSB como funcionária da
prefeitura, foi exonerada desde março deste ano. "É uma afirmação
caluniosa, de que seria servidora do município em horáriode expediente.
No vídeo ninguém cita nenhum candidato. Não cita Cláudia Regina nem a
coligação. Os trechos são soltos. Não sabemos nem quem são os
interlocutores. É impossível saber também se o local é o mesmo dito na
apresentação do programa. Está tudo muito confuso", analisou.