segunda-feira, 22 de abril de 2013

Investimentos levarão tombo no RN

A Petrobras planeja reduzir o nível de investimento no Rio Grande do Norte. É o que revela o Plano de Negócios e Gestão da estatal para o RN e o Ceará em vigor. O PNG, que traz os investimentos a serem aplicados entre 2013 e 2017, mostra uma redução de 69,87% no valor a ser investido na Bacia Potiguar nos próximos quatro anos. A companhia, que pretende investir R$ 1,31 bilhão no RN e CE este ano, sinaliza que investirá R$ 397 milhões nos dois estados em 2017 - quase R$ 1 bilhão a menos.

Os números foram apresentados pela Petrobras em audiência pública em Mossoró na semana passada e disponibilizados esta semana pelo Sindicato dos Petroleiros do RN em audiência pública em Natal. A companhia nem confirmou nem desmentiu a informação. O gerente geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção do Rio Grande do Norte e Ceará, Luiz Ferradans Mato, que participou das duas audiências, limitou-se a dizer que o plano é revisto anualmente e que o valor a ser investido entre 2015 e 2017 pode ser alterado.
Alex RégisA produção de petróleo no Rio Grande do Norte despencou nos últimos anos, o que vem demandando novos projetos da PetrobrasA produção de petróleo no Rio Grande do Norte despencou nos últimos anos, o que vem demandando novos projetos da Petrobras

Os dados foram divulgados dias após a presidente da Petrobras, Graça Foster, receber uma comitiva potiguar comandada pelo presidente da Câmara de Deputados, Henrique Alves, e garantir a manutenção dos investimentos no Rio Grande do Norte. O encontro na sede da estatal no Rio de Janeiro ocorreu após uma série de protestos em Mossoró.

A companhia tem sido acusada por entidades sindicais de reduzir o nível de investimento no Rio Grande do Norte e provocar uma onda de demissões no Município, principal polo produtor. Só em 2013, foram registradas mais de mil demissões. O número de prestadoras de serviço caiu e o de sondas em operação no estado despencou, segundo Pedro Idalino, diretor do Sindipetro em Mossoró.

Os hotéis do município registram queda de até 55% na taxa de ocupação, segundo o Sindicato dos Bares, Restaurantes e Hotéis de Mossoró. A tendência, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas local, era de que o quadro se agravasse, se nenhuma medida fosse tomada.    

Para reverter a situação, a companhia assegurou que os terceirizados demitidos serão recontratados e explicou que tem se esforçado para evitar que a produção de gás e petróleo caia ainda mais no estado.

Nos últimos anos, o volume de barris de petróleo produzido pelo RN caiu de 100 mil para 70 mil barris. A produção apresentou uma leve recuperação no último ano, mas segundo o coordenador do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia e ex-secretário de Energia do RN, Jean Paul Prates, o quadro geral ainda é de ‘desaquecimento’.

Aldemir Freire, economista e chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estado, reconhece o impacto da desaceleração da produção na economia do estado, e afirma que é hora do estado procurar outra alternativa. Os poços do RN, apesar dos projetos de revitalização, têm perdido a capacidade de produção. Luiz Ferradans, um dos gerentes gerais da Petrobras, diz que “se a Petrobras não atuasse de forma firme, a possibilidade de extração já teria se esgotado”.

Novas áreas são apostas para retomada

A produção de petróleo e gás no Estado só aumentará com a aquisição de novas áreas de exploração, afirma Luiz Ferradans Mato, gerente geral da Petrobras no RN e Ceará. As entidades sindicais, que representam os trabalhadores demitidos, concordam e depositam esperanças no leilão de novos blocos de exploração que será realizado pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) em maio. O Rio Grande do Norte está entre os quatro estados com maior oferta de blocos no leilão.

A Petrobras admite que está analisando o ‘potencial petrolífero dos blocos’, mas evita entrar em detalhes. “É uma questão de estratégia”, justifica Ferradans. Caso algum bloco seja arrematado na Bacia Potiguar, o valor a ser investido pela estatal na região subirá, adianta o gerente geral da estatal.

“É preciso avançar em novas áreas e na exploração em águas profundas”, defende Aldemir Freire, economista e chefe do IBGE no estado. O economista, no entanto, reconhece que “o problema do petróleo vai além da situação da Petrobras e da crise momentânea vivida pelo setor”.

Jean-Paul Prates, diretor-geral do Cerne e ex-secretário de Energia do RN, concorda: “o mundo do petróleo não se resume à Petrobras. Quem está por trás dessa política é o governo federal. É preciso interrogar o governo federal a respeito das políticas voltadas para os campos maduros (as reservas antigas) de petróleo”.

O grande temor é que, com a exploração do pré-sal, a companhia deixe de investir na revitalização dos poços maduros, que exigem um maior nível de investimento para continuar em operação – como é o caso do RN.

“A Petrobras, a meu ver, não voltará a investir maciçamente no Rio Grande do Norte, a não ser que tenha uma mega surpresa com a exploração de novos poços”, diz Prates.

A miséria da riqueza de Macau e Guamaré


A TRIBUNA DO NORTE foi conhecer detalhes do cotidiano das cidades de Guamaré e Macau que gastaram, nos últimos quatro anos, cerca de R$ 13 milhões em festas e shows. Os municípios estão entre os mais ricos do Estado, mas essas riquezas não são revertidas em melhoria da qualidade de vida de toda população. Muitos vivem em situação de miséria, sem nenhuma infraestrutura ou acessos a serviços de educação e saúde.

Magnus NascimentoEscola Municipal Francisca Freire, em Guamaré, é o reflexo da falta de investimento em educaçãoEscola Municipal Francisca Freire, em Guamaré, é o reflexo da falta de investimento em educação
A Macau e a Guamaré onde nem o “pão e circo” chega

Nua e descalça, a pequena Beatriz saciava a fome com um pedaço de “chapéu de couro”, iguaria conhecida nas regiões mais pobres do Nordeste, feita a partir de uma  mistura de farinha de trigo, açúcar, ovo e água, frita em fogo brando. No casebre de papelão, o qual divide com a mãe, o pai e mais três irmãos, o fogão era uma lata de tinta velha, alimentado por cinzas de carvão. Distante quarenta quilômetros dali, Carla tratava tainha, numa pia na qual moscas, escamas e água suja se misturavam. Mas a felicidade em ter o que oferecer aos filhos, ao marido e a si própria, após um dia de sorte na pescaria, ofuscava qualquer detalhe. Moradoras de Macau e Guamaré, respectivamente, cidades que somente em 2012 faturaram R$ 64,8 milhões em royalties oriundos da exploração de petróleo, elas parecem habitar um mundo paralelo, no qual a única riqueza é a miséria.


Não fosse o contexto no qual estão inseridas Beatriz e Carla, suas histórias seriam mais duas dentre milhares de brasileiros que vivem na miséria. Elas moram, porém, em municípios potiguares que gastaram, juntos, R$ 13 milhões em festas, conforme detalhado pelo Ministério Público Estadual através da Operação Máscara Negra, que investiga um complexo esquema de utilização de dinheiro público para a contratação de bandas e artistas locais e nacionais, a preços superfaturados. Em cidades nas quais o dinheiro não é problema, situações como estas acima descritas são inimagináveis. Macau aparece em quinto lugar na listagem dos municípios potiguares com  a maior participação industrial e Guamaré como o quarto maior contribuinte no somatório das riquezas produzidas no estado potiguar.


“O caso de Guamaré é clássico. É a maldição da abundância de recursos nos dois municípios. Parece uma sina. Os gestores não se preocupam com uma qualificada destinação dos royalties para as áreas da Educação, Saúde e Infraestrutura”, analisa o chefe do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no Rio Grande do Norte (IBGE/RN), Aldemir Freire. Das 94 cidades potiguares que receberam royalties da Petrobras em março passado, Guamaré e Macau despontam na lista das cinco maiores recebedoras. Entretanto, os investimentos na infraestrutura urbana e no desenvolvimento social destes municípios, aparentam ser inversamente proporcionais ao volume arrecadado.

Analfabeta, Carla Edilza Simão não consegue um emprego formal. “Eu quero trabalhar, mas não tem emprego. O jeito é ir pescar, tirar búzios, fazer faxina na casa de família. É uma luta, meu filho, que só a gente sabe”, relata. Moradora do Morro das Salinas, no subúrbio de Guamaré, ela talvez não saiba o que significa Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas de um município ou país. Caso toda a riqueza produzida em Guamaré no ano de 2010 fosse igualitariamente dividida pelos 12.404 habitantes da cidade, Carla Edilza seria uma das que receberia R$ 96.358,67 como sua parcela do PIB per capita. Entretanto, a ela restam R$ 400 do Bolsa Família e cinco filhos para alimentar e vestir.

Fonte: Tribuna do Norte

Trio arromba caixa eletrônico na UFRN

Três homens armados invadiram o campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) na noite desse domingo (21) e arrombaram um caixa eletrônico do Banco do Brasil, localizado no prédio da reitoria da instituição, levando o dinheiro que estava dentro do terminal.
Rafael Barbosa/ celularO caixa eletrônico na reitoria da UFRN foi arrombado na noite desse domingo (21)O caixa eletrônico na reitoria da UFRN foi arrombado na noite desse domingo (21)

De acordo com a polícia, os suspeitos chegaram à UFRN por volta das 23h. Eles rederam o único vigilante que fazia guarda no prédio e, em seguida, foram até o terminal eletrônico. O trio utilizou um maçarico para arrombar o caixa e pegar o dinheiro.

Em seguida, os homens libertaram o vigia e fugiram com destino desconhecido. O vigilante não conseguiu ver se os três estavam em algum veículo.


A Polícia Militar foi acionada e ainda realizou diligências na tentativa de encontrar os responsáveis pelo arrombamento, mas ninguém foi preso. O Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) esteve na universidade ainda durante a noite e realizou perícias iniciais. Segundo os vigilantes, os peritos ainda voltarão ao local esta manhã.

Detentos do CDP da Ribeira fazem rebelião e danificam estrutura

Os agentes penitenciários do Centro de Detenção Provisória (CDP) da Ribeira conseguiram conter uma rebelião dos presos, que durou cerca de duas horas na noite desse domingo (21). Os detentos chegaram a atear fogo em colchões e danificar a estrutura de algumas celas.
Rafael Barbosa/ celularA rebelião no CDP da Ribeira durou cerca de duas horas, deixou colchões queimados e um buraco na parede de uma das celasA rebelião no CDP da Ribeira durou cerca de duas horas, deixou colchões queimados e um buraco na parede de uma das celas

Segundo um agente carcerário que não quis se identificar, o tumulto começou por volta das 19h, quando os funcionários do CDP iniciaram uma contagem dos presos. Os 110 homens encarcerados não permitiram a ação dos agentes, começando o motim.

Ainda de acordo com o relato do agente penitenciário, cerca de 20 detentos estavam drogados e não atendiam as solicitações de negociação. "Foi necessária a intervenção do GOE – Grupo de Operações Especiais – e da PM para o fim da rebelião", afirmou.

O agente contou que alguns dos presos queriam entrar em confronto com outros que estavam em celas separadas. São duas celas destinadas a apenados que tiveram problemas de relacionamento com os demais, e foram retirados das carceragens onde inicialmente estavam para a preservação de sua integridade física.

Foi preciso acionar os bombeiros  para apagar os colchões em chamas. A parede da cela 2B permanece danificada, com um grande buraco feito pelos presos.