As manifestações que ocorreram ontem (20) em dezenas de cidades podem
ter causado prejuízos de R$ 700 milhões ao setor do comércio no país,
segundo estimativa do professor de varejo da Fundação Getulio Vargas,
Daniel Plá. O economista disse à Agência Brasil que o cálculo considera o
encerramento antecipado das lojas e do expediente dos trabalhadores, o
que acaba refletindo sobre o consumo.
O economista avaliou que os
números estimados são bem conservadores, porque não incluem as perdas
causadas pelas depredações feitas em estabelecimentos comerciais.
Somente
na capital fluminense, as perdas são estimadas por Daniel Plá em mais
de R$ 100 milhões. A região mais afetada no município do Rio foi o
centro, que teve queda de 50% do faturamento previsto em um dia normal.
“Os shopping centers ficaram vazios ontem à tarde”, disse o professor.
“As pessoas deixaram de ir às compras, em função até do inconsciente
coletivo afetado”.
Para o economista, o movimento anunciado levou
muitas pessoas a evitar sair ou a regressar para casa mais cedo. “Isso
afeta o comércio como um todo. É uma verdadeira catástrofe”, avaliou.
Ele salientou que, apesar dessas perdas, “ninguém fala da questão
econômica” que essas manifestações provocam.
Na região da
Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega (Saara), no
centro do Rio de Janeiro, considerada o maior shopping a céu aberto do
estado, as lojas que vendem mercadorias com as cores da bandeira
brasileira, como máscaras, cornetas, chapéus, por exemplo, conseguiram
vender seus estoques.
Daniel Plá advertiu, contudo, que isso não
compensa o prejuízo das lojas da Saara. “A gente está falando de menos
de 10% dos lojistas [da região]. É uma coisa muito pontual e um tipo
específico de mercadoria”, concluiu.
Agência Brasil