Policiais civis da Delegacia Especializada em Assistência ao Turista
(DEATUR) comandados pelos delegados Daniel Couto Maurício e Karla
Viviane, prenderam nessa quarta-feira (18) em Natal, um estrangeiro
costarriquenho identificado como Olger Ulate Ulate, de 56 anos, e uma
garota de programa de nome Mônica Lopes da Rocha, 32 anos, acusados
respectivamente de exploração e favorecimento à exploração sexual de um
adolescente de 16 anos. Olger é engenheiro agrônomo e estava na cidade
para acompanhar os jogos da Copa do Mundo.
O turista é acusado de ter feito um programa com a vítima no hotel
onde ele estava hospedado, localizado na Av. Engenheiro Roberto Freire,
no bairro de Ponta Negra. A vítima se diz travesti e relatou à polícia
que se prostitui há cerca de um ano. Em depoimento, ele disse que
praticou sexo oral no estrangeiro e que o acusado aparentava sinais de
embriaguez.
A prisão se deu quando o estrangeiro compareceu à DEATUR para
denunciar que havia sido furtado, dizendo ter sido levado de seu
apartamento a quantia de 1.500 dólares, Iphone e o seu passaporte.
Durante as investigações da Polícia Civil, os policiais acharam dentro
do apartamento dele o passaporte de Mônica Lopes da Rocha. A partir daí a
equipe encontrou a mulher na casa dela, momento em que ela alegou que
havia realizado um programa com o costarriquenho, no entanto afirmou que
não havia recebido o pagamento, mas negou ter furtado o costariquenho.
Com Mônica foi encontrado certa quantia em dólares. Ela relatou à
polícia que o costarriquenho havia contratado um travesti para
participar da prática sexual. Os policiais civis localizaram e
identificaram em seguida a vítima com o material furtado. O menor
confirmou o ato sexual e o furto, alegando que o turista havia se
recusado a pagar o programa. O turista alega que não sabia que a mulher
era garota de programa e que a vítima era menor de idade. “Quando nós
íamos efetuar a autuação da vítima por furto descobrimos que ele era
menor de idade e aí prendemos o estrangeiro e a mulher em flagrante”,
explicou a delegada Karla Viviane.
O adolescente contou à polícia que estava fazendo ponto na Rua do
Salsa próximo a Avenida Engenheiro Roberto Freire, nessa madrugada,
quando foi abordado pelo turista costarriquenho e a garota de programa, e
que tinha combinado o programa ao valor de R$ 400. Ele disse ainda que
seguiram os três ao hotel onde o estrangeiro estava hospedado e após
praticar sexo oral no acusado, ele se recusou a pagar a quantia. Em meio
à discussão, o turista saiu dizendo que ia chamar a polícia, momento em
que ele aproveitou para subtrair o dinheiro e os objetos. “Olger e
Mônica se conheceram num bar situado naquela rua, onde beberam juntos e
no caminho para o hotel onde ele estava hospedado, eles encontraram a
vítima. O turista achou ele muito bonito e queria fazer um programa e
foi a mulher quem intermediou toda a negociação”, explicou o delegado
Daniel Couto.
O costarriquenho foi autuado em flagrante no artigo 244a do ECA
(“Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art.
2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual”). O crime é
considerado hediondo e inafiançável.
Mônica Lopes também foi autuada em flagrante, mas pelo artigo 218b do
CP (“Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de
exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento
para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a
abandone. Pena – reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos). O adolescente
respondeu a um Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC) por furto e
foi liberado.
Fonte: JH