Assaltantes usaram três revólveres e uma pistola roubada de um Policial Civil. Foto: Cedida/Polícia Civil
O homem suspeito de ter baleado o chefe de gabinete do Comando Geral
da Polícia Militar, o tenente-coronel Agnaldo Pires Filho, na noite da
última sexta-feira, foi preso ontem na BR-304, próximo a Lajes, acusado
de ter cometido um assalto no município de Assu, no Oeste potiguar. Ele e
outras quatro pessoas, incluindo dois adolescentes de 17 anos, foram
flagrados com três revólveres e uma pistola ponto 40, roubada de um
policial civil; R$ 11 mil, relógios, telefones celulares, jóias e
documentos pessoais das vítimas.
De acordo com informações da Polícia Militar, Bruno Mitchell Carvalho
de Faria, de 19 anos, foi reconhecido pelos oficiais como o agressor do
coronel Agnaldo, que foi baleado no tórax e braço após terem visto ele
vestido com o uniforme da PM. Ele, que é conhecido pelo apelido de
“Bruno Chocolate”, é acusado ainda de ter participado do assalto à casa
de praia de um policial civil, quando roubou a pistola ponto 40 da
vítima, e de ter praticado dezenas de ações semelhantes em vários
municípios do Rio Grande do Norte.
“Ele já estava sendo investigado por esses crimes e quando foi preso,
foi reconhecido, através de fotografias, como o agressor do coronel. O
acusado é um homem muito perigoso e violento, apesar da pouca idade,
sempre agressivo e cruel nas abordagens às vítimas. Felizmente,
conseguimos detê-lo, juntamente com o seu grupo. Eles tinham praticado
vários assaltos na região de Assu e estavam fugindo para Natal,
acreditamos que para fazer novas vítimas por lá”, explicou o soldado
Adrie Lima, que participou da prisão da quadrilha.
“Bruno Chocolate” é foragido do Presídio Provisório Raimundo Nonato,
na zona Norte de Natal. Além dele, foram presos também Joalyson Bruno
Cabral da Silva, conhecido pelo apelido de “Gordo”, foragido da
Penitenciária Estadual de Caicó, onde cumpria pena por homicídio e
assaltos; Waldemir Barbosa dos Santos, o “Pirata” e dois adolescentes de
17 anos.
A prisão da quadrilha aconteceu durante uma operação conjunta das
polícias Civil e Militar, logo após os suspeitos terem cometido um roubo
a um estabelecimento comercial situado no centro de Assu. Após o roubo,
os bandidos fugiram em um Fiat Palio, de placas NNW-4639, o que deu
início a perseguição, através da BR-304.
Em determinado momento, eles conseguiram se afastar dos policiais e,
para enganá-los, abandonaram o Palio e pegaram um táxi para Natal. As
guarnições envolvidas localizaram o carro largado próximo à rodovia e,
após a informação que os ocupantes do veículo teriam pego um carro de
aluguel, os policiais montaram uma barreira próximo à entrada de Lajes,
onde conseguiram prender em flagrante todos os acusados.
“Eles esconderam as armas no porta-malas do táxi e, quando viram que
os policiais iriam revistar o veículo todo, tentaram fugir do cerco, a
pé, mas foram contidos e levados para a delegacia da cidade, onde foram
autuados em flagrante por assalto à mão armada, formação de quadrilha,
receptação e corrupção de menores. Eles são apontados como os autores de
dezenas de assaltos, em todo o Estado”, explicou o soldado Lima.
CORONEL BALEADO
CORONEL BALEADO
O ataque ao coronel Agnaldo Pires, atingido no tórax e braço,
aconteceu no momento em que ele descia do veículo, no portão da sua
residência, no bairro de Nova Descoberta, zona Sul de Natal. Segundo o
comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo
Silva, os bandidos iriam assaltá-lo, quando perceberam que ele estava
vestido com o uniforme da corporação. Assustados e com medo de uma
reação da vítima, os bandidos atiraram no coronel Agnaldo e fugiram logo
em seguida, em um Renault Clio branco.
“Certamente, eles estavam ali para assaltar ou invadir uma residência
e quando viram o veículo parando em frente a um imóvel, se aproximaram
para o ataque. Acreditamos que, ao verem que se tratava de um policial
militar, eles tenham ficado com medo e atirado, para impedir uma
possível reação da vítima. Tanto é que eles fugiram logo depois, sem
levar nada. Além disso, o coronel trabalha na parte administrativa há
muito tempo, não tem contato com bandido nas ruas”, afirmou, na ocasião.
O comandante da PM disse que um dos tiros efetuados pelos criminosos
atravessou o tórax do coronel Agnaldo, sem, entretanto atingir nenhum
órgão vital. Já o segundo acertou um dos braços da vítima, no momento em
que ela tentava se proteger de um disparo na cabeça, o que seria fatal.
Ele foi atendido no Hospital Walfredo Gurgel e liberado, horas depois.