sábado, 16 de maio de 2015

Fim de semana começa com 5 mortes e 11 feridos em estradas do RN


Acidente mais grave matou um casal na BR-304; peça de um caminhão teria se soltado, atingido a moto onde estavam as vítimas (Foto: Divulgação/PRF)

O fim de semana começou violento nas estradas que cortam o Rio Grande do Norte. Cinco pessoas morreram e 11 ficaram feridas em quatro acidentes registrados ao longo desta sexta-feira (15) nos municípios de Monte Alegre, Caiçara do Rio do Vento, Lajes Pintadas e Jardim do Seridó. As informações são do Comando de Policiamento Rodoviário Estadual e Polícia Rodoviária Federal.

Um dos acidentes aconteceu por volta das 20h na RN-088, entre as cidades de Jardim do Seridó e Parelhas, na região Seridó do estado. Uma caminhonete e um Gol colidiram frontalmente. O motorista do Gol, identificado como Pedro Paulo Fernandes, de 64 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local. Outras 11 pessoas, que estavam todas na caminhonete, ficaram lesionadas. Destas, uma foi atendida ainda na beira da pista, sete levadas ao hospital - atendidas e em seguida liberadas - e as demais permanecem internadas. Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, a caminhonete seguia para uma festa de aniversário na cidade de Santana do Seridó, que fica na mesma região.

Outro acidente que também deixou uma pessoa morta aconteceu na RN-023, no município de Lajes Pintadas, a aproximadamente 130 quilômetros de Natal. Gabriel Moreira da Silva, de 20 anos, pilotava uma motocicleta quando bateu em uma carroça de atração animal.

O acidente mais grave aconteceu à tarde, na BR-304, em Caiçara do Rio do Vento, município da região Central potiguar. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal, uma peça de um caminhão teria se soltado – atingindo em cheio um casal que estava em uma motocicleta logo atrás. Morreram na hora José Etevaldo Neres, de 34 anos, e Maria Risonete de Assunção, de 36.

Mais cedo, na RN-316, no município de Monte Alegre, na região Metropolitana da capital, a vítima foi uma bancária de 31 anos. Michelle Maria da Cunha Custódio de Barros conduzia um Honda Civic quando o carro foi atingido por um caminhão. Ela morreu na hora. O marido da bancária também estava no automóvel, mas escapou sem ferimentos. A polícia ainda não sabe quem causou o acidente.

Por causa de celular, homem é suspeito de matar irmã a facada no RN

Faca usada no crime foi apreendida e suspeito preso em flagrante; segundo o delegado, Emílio Carlos de Nascimento confessou ter matado a irmã em Touros (Foto: Natanión de Freitas/G1) 
Uma mulher de 28 anos, que segundo a família sofria de distúrbios mentais, foi morta com uma facada no peito após uma discussão por causa de um aparelho celular. O suspeito do homicídio, crime que aconteceu na tarde desta sexta-feira (15) na cidade de Touros, no litoral Norte potiguar, é irmão da vítima. Emílio Carlos de Nascimento Santana tem 39 anos e confessou. Márcia Najara do Nascimento Santana ainda foi socorrida ao hospital, mas não resistiu ao ferimento. Segundo a mãe, antes de a filha morrer ela teria dito: "foi o homem mal".

“Emílio passou o dia bebendo. Quando chegou em casa, a moça queria usar o telefone dele. Como ela tinha problemas mentais, ele não quis dar o aparelho e então os dois começaram a brigar. Foi quando ele deu uma facada no peito dela. Depois, foi mais uma vez para o bar e voltou a tomar cachaça. Quando fomos até a casa da família, o Emílio estava tranquilo, assistindo televisão, como se nada tivesse acontecido", revelou o delegado Natanión de Freitas, um dos titulares da Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal.

A prisão do suspeito aconteceu na madrugada deste sábado (16), por volta das 3h. Ao G1, o delegado contou que foi ao município de Touros, que fica distante cerca de 90 quilômetros da capital, porque ficou desconfiado de que o crime teria sido cometido por alguém próximo da vítima, alguém que conhecia a casa onde Márcia Najara morava com os pais. “A mãe da moça nos contou que a porta da casa não havia sido arrombada, ou seja, que quem entrou abriu a porta sem precisar forçá-la”, explicou.

Ainda de acordo com Natanión, a mãe de Márcia saiu de casa e deixou o marido tomando conta da moça, já que a filha precisava de vigilância constante. Porém, o pai precisou ir a uma oficina e acabou deixando a filha trancada, sozinha. “O pai fechou a porta e escondeu a chave dentro do buraco de um tijolo, esconderijo que o filho conhecia. Quando Emílio foi pra casa, à tarde, pegou a chave no tijolo e entrou. Ele disse que foi dormir, mas a irmã o acordou querendo usar o celular dele, mas que ele não quis dar o aparelho porque ela não saberia usar e que iria acabar ligando pra todo mundo. Houve a discussão e ele disse que a irmã queria bater na cara dele. Daí ele a esfaqueou. Depois, fechou a casa, colocou a chave no esconderijo e voltou para o bar”, relatou o delegado.

Quando os pais de Márcia chegaram em casa, encontraram a porta fechada. Pegaram a chave dentro do tijolo e abriram a porta. Dentro da residência, a filha caída no chão. Ela ainda foi socorrida ao hospital da cidade, mas não resistiu. “Em depoimento, a mãe dela contou que a filha ainda consegui dizer que tinha sido um homem mal que a havia esfaqueado. Ela disse isso, acredito eu, porque a mãe sempre dizia pra filha não sair de casa porque o homem mal iria pegá-la. Isso deve ter ficado gravado na memória dela”, ressaltou Natanión.

Após a morte, o delegado disse que mãe da vítima foi à Delegacia de Plantão da Zona Norte de Natal e comunicou o crime, mas que não desconfiava de ninguém. “Suspeitamos do irmão da moça porque a mãe contou que a casa não tinha sido arrombada. E que somente os próprios pais e o Emílio sabiam onde a chave estava. E também a mãe contou que os irmãos sempre brigavam e que o filho dela tinha problemas com a bebida e que de vez em quando fazia uso de drogas. Por isso fomo atrás dele”, contou.

Por fim, Natanión revelou que Emílio foi encontrado em casa, já por volta das 3h, deitado no sofá de casa assistindo televisão. Aparentemente ainda sob efeito de álcool, ele estava tranquilo. Primeiro ele negou o crime, mas depois acabou abrindo o jogo e confessou tudo”, concluiu.

Emílio foi detido em flagrante e levado para Natal, onde permanece à disposição da Justiça. A faca utilizada no crime foi encontrada no bar onde ele passou o dia bebendo.

MPF recomenda paralisação de obras do Parque Industrial de Assu, RN

O Ministério Público Federal (MPF) emitiu uma recomendação à Prefeitura de Assu para que suspenda a instalação do parque industrial do município, obra localizada às margens da BR-304, próximo à Floresta Nacional de Açu (Flona de Açu). Segundo o MPF, as obras de instalação não foram devidamente licenciadas e representam um risco à unidade de conservação.

O MPF também recomendou ao Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema/RN) que, ao analisarem ou se manifestarem sobre o projeto de instalação do parque industrial, consultem previamente o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – entidade responsável pela administração da Flona de Açu. “Quaisquer intervenções na área do futuro distrito só deverão ser analisadas após o ICMBio se posicionar favoravelmente à concessão da Autorização para Licenciamento Ambiental (ALA)”, relata o órgão ministerial.

A recomendação é assinada pelo procurador da República Victor Queiroga. Ele reforça que o empreendimento não poderá ser iniciado enquanto não houver análise e aprovação, por parte do Idema, do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV), que deverão ser elaborados segundo os critérios legais.

Legislação
A Resolução 237/97 do Conselho Nacional do Meio Ambiente determina que a instalação e o funcionamento de distrito ou polo industrial exige um prévio licenciamento ambiental. Porém, em reunião realizada dia 7 de maio, na sede da Procuradoria da República em Assu, o procurador Victor Queiroga foi informado que o Parque Industrial não possui essa licença.

A Lei 9985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, impõe que, no caso de empreendimentos que possam afetar uma dessas unidades, o licenciamento ambiental só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, no caso o ICMBio, tendo em vista que a Flona de Açu se encontra dentro da área de influência direta e indireta do Parque Industrial de Assu.

Os órgãos têm um prazo de 20 dias a contar do recebimento das recomendações para comunicar formalmente ao MPF quais medidas serão adotadas.