quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Senador José Agripino confirma acordo com a oposição: “Aliança com PMDB é tendência natural”


José Agripino explica análise: “Aliança com PMDB é prosseguimento do que já existe, com PMDB, com PR, com o PROS”. Foto: Divulgação
O presidente do DEM, senador José Agripino, disse que a aliança proporcional do DEM com o PMDB para as eleições de 2014 é uma “tendência natural”. Ele também afirmou que, se tiver condições políticas e eleitorais, a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) terá o apoio do DEM para disputar a reeleição ao governo do Estado nas eleições do ano que vem.
As duas declarações de Agripino são conflituosas, se chocam e se inviabilizam, se for levada em consideração as palavras recentes do presidente do PMDB, deputado Henrique Alves, em entrevista reproduzida na edição desta segunda-feira de O Jornal de Hoje.
Nela, Henrique afirma “que um projeto majoritário que quer mudar o que aí está não caberia a participação do partido que está hoje nesse processo constrangedor e de profundas dificuldades para o presente e para o futuro do Rio Grande do Norte”, afirmou, se referindo ao DEM de Rosalba e Agripino, excluindo a legenda governista da aliança de candidatos a governador e a senador do Estado.
Já sobre a aliança proporcional, Henrique disse ser plenamente possível, o que, inclusive, contraria o PT, parceiro federal do PMDB no RN após o rompimento dos peemedebistas com Rosalba. Apear disso, o PMDB mantém as portas de uma coligação proporcional abertas para o DEM.
Neste sentido, Henrique deixa entrevê a possibilidade de o DEM não lançar Rosalba e apoiar o candidato da oposição. “Sem a proposta majoritária, poderá ser que o DEM venha participar, apoiando os candidatos que busquem o voto majoritário e queiram buscar os apoios possíveis e não recuse o voto para chegarmos a uma vitória”, frisou.
Para Agripino, a aliança proporcional – sem Rosalba Ciarlini, portanto, – seria a continuidade de uma realidade já existente politicamente hoje no Estado, que é a aliança entre DEM, PMDB, PR e outros partidos, como o PROS do presidente da Assembleia Ricardo Motta.
“Aliança do DEM com PMDB é prosseguimento de um fato que já existe. Com o PMDB, com o PR, com o partido ao qual o deputado Ricardo Motta se filiou. Essa é uma tendência natural de coligação proporcional. A eleição de governador, nós vamos discutir mais para frente”, avaliou.
CONDIÇÕES
O senador José Agripino Maia declarou, ainda, que se a governadora Rosalba Ciarlini tiver condições de ser candidata à reeleição, terá o apoio do partido. O senador afirmou que a própria Rosalba deverá reconhecer se terá chances de tentar a reeleição.
“Já disse e vou repetir: se Rosalba tiver condições de ser candidata, ela própria reconhecerá que tem condições e, em sendo ela do nosso partido, claro que terá o nosso apoio. Se ela não tiver condições, ela própria reconhecerá”, afirmou o líder democrata.
Instado a falar sobre eventuais condições impostas pelo PMDB para se aliar ao DEM, o senador José Agripino Maia disse que essas inexistem. “Não se conversa sobre condicionamentos. Não há condicionamentos, não”, negou o parlamentar, momentos após participar do SOS Municípios, evento promovido nesta segunda-feira com a presença de prefeitos, deputados estaduais e a bancada federal.

CONFLITO
As palavras do senador José Agripino Maia – de aliança com PMDB na proporcional e candidatura de Rosalba Ciarlini ao governo – contrastam com a posição do PMDB, que não aceita a participação do DEM na chapa majoritária, preferindo, neste caso, definir-se com os demais partidos de oposição à governadora Rosalba Ciarlini.
O PMDB somente aceita coligar com o DEM na chapa proporcional (deputados estaduais e federais), inclusive com a chapa contendo de oito a onze partidos. Mas não quer nem saber do DEM participando da chapa majoritária (governador e senador).
Ao admitir a aliança com o PMDB, portanto, Agripino continua sinalizando para a exclusão da governadora Rosalba da chapa majoritária – o que significa que, a permanecer no DEM, Rosalba poderá ser alijada do processo eleitoral do ano que vem.
A posição enfraquecida da governadora Rosalba Ciarlini é fruto do desgaste administrativo da sua gestão, que amarga índices elevados de desaprovação popular – acima dos 80%.
Rompidos com Rosalba, os líderes do PMDB fazem questão de enfatizar que não subirão no palanque que a gestora estiver em 2014. Garibaldi afirmou, positivamente, que: “A única coisa que já há definição tomada pelo PMDB é que o partido terá no palanque aqueles que querem fazer oposição a Rosalba”, afirmou o ministro.

Rosalba: “Chapa proporcional é uma coisa; majoritária é outra”
A governadora Rosalba Ciarlini afirmou que o líder do DEM, José Agripino Maia, sempre a defendeu e sabe que ela é governadora “dele”. Sobre a sucessão estadual, Rosalba voltou a afirmar que só falará sobre eleições em 2014. Sobre as notícias apontando que o DEM poderia não ceder a legenda para ela, Rosalba afirmou que são especulações.
“Muita conversa que não procede. Eleição eu só vou falar em 2014. Senador José Agripino, nós estamos no mesmo partido há mais de vinte anos. E eu tenho certeza que o senador José Agripino sempre defendeu o seu partido. Tem uma governadora e sempre esteve defendendo a sua governadora”, afirmou.
Para Rosalba, os sistemas de eleição (proporcional e majoritário) não se confundem e podem ser tratados de forma independente. “Chapa proporcional é uma coisa, chapa majoritária é outra. Eu estou preocupada com a seca, em começar o ‘RN Sustentável’, com essa crise que os municípios estão reclamando. O Estado também está com dificuldade em honrar seus compromissos. Porque estão sendo retirados recursos do Fundo de Participação dos Estados (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Essa é que é a minha preocupação. O momento de eleição será o ano que vem”, frisou a governadora.
Sobre o atraso nos salários dos servidores, Rosalba disse que se deve à frustração de receitas orçamentárias, como o FPE, que, apenas em outubro, atingiu os R$ 52 milhões. “A equipe está reunida analisando tudo isso porque fizemos uma programação da primeira semana pagando dentro do mês, e quando foi depois do dia 10 veio essa queda. Na hora que tivermos o novo calendário se anuncia”, disse.

Fonte: JH

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