Os bancários do Rio Grande do Norte lançaram na manhã de hoje a
campanha salarial deste ano, com uma manifestação em frente à agência da
Caixa Econômica Federal da rua João Pessoa, no centro da cidade. Cerca
de 20 representantes do sindicato panfletavam pedindo o apoio da
população na luta pelo reajuste salarial de 22% e protestando contra o
projeto de lei 4330, a ser votado no próximo dia 30 de agosto.
O movimento integrou as manifestações convocadas para hoje em âmbito
nacional pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e demais centrais
sindicais. Em todo o país houve protestos em desaprovação ao projeto de
lei de autoria do deputado federal Sandro Mabel (PMDB/GO), que dispõe
sobre o contrato de prestação de serviço a terceiros e as relações de
trabalho dele decorrentes.
Os bancários acreditam que a aprovação do PL 4330 irá marginalizar os
trabalhadores do setor, permitindo funcionários terceirizados a ocupar
funções atribuídas à categoria, como aprovar transações e acessar
informações financeiras. “Já não é bastante os banqueiros prejudicarem o
atendimento dos bancos diminuindo o número de funcionários e
substituindo os trabalhadores do setor por estagiários, menores
aprendizes e máquinas, agora querem terceirizar de vez as atividades
financeiras?”, questiona Marcos Tinoco, coordenador de comunicação do
Sindicato dos Bancários do RN.
A coordenadora geral do órgão, Marta Turra, declara que as
reivindicações da categoria são de caráter econômico e social, uma vez
que visam resolver o problema de defasagem dos salários e aumentar o
quadro pessoal dos bancos, como forma de melhorar o atendimento.
“Estamos lutando por direitos há anos negligenciados, como a isonomia,
estabilidade, o asseguramento da jornada de 6h diárias, a realização de
mais concursos públicos para o setor e a reposição de perdas salariais.
Nesse último ponto, nossa pauta difere da que foi estabelecida pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT)
porque eles não incluem as perdas salariais no reajuste que estamos
solicitando”, argumenta Marta.
Ela explica que a contratação de bancários é insuficiente para um
cenário onde a demanda por serviços bancários é cada vez maior e a
tecnologia não supre totalmente as necessidades dos clientes. “Enquanto
os bancos públicos e privados lucram mais de 15 bilhões por ano, as
filas nos caixas só aumentam diariamente. O que é preciso mesmo é
contratar mais profissionais qualificados para atender bem à população”,
declara a coordenadora geral do sindicato.
A auxiliar de serviços gerais Maria José, conta que suas idas ao
banco são sempre uma tortura. “Perco de três a quatro horas na fila,
sempre que preciso ir à agência. No Banco do Brasil então é um sufoco,
com um monte de pessoas na mesma situação. Apoio a causa dos bancários,
porque isso também pode melhorar a vida da gente que precisa dos
serviços”, diz Maria.
A primeira rodada de negociações a respeito da campanha salarial dos
bancários está marcada para a próxima quinta-feira (8), na sede da
Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). De acordo com o sindicato, se
as negociações do reajuste salarial não tiverem o resultado esperado até
o dia 30 de agosto, haverá indicativo de greve na primeira quinzena de
setembro.
Fonte: JH
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