terça-feira, 16 de julho de 2013

Noiva do presidente do Congresso Henrique Alves reconhece erro no ‘Voo da Alegria’

Com o título “Dias de vidraça”, a jornalista Laurita Arruda Câmara, noiva do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), abordou, pela primeira vez, em seu blog, “Território Livre”, o episódio do voo ao Rio de Janeiro num avião da Força Aérea Brasileira (FAB), para assistir à final da Copa das Confederações entre Brasil e Espanha, no dia 30 de junho.
Na oportunidade, Henrique, Laurita, o irmão de Laurita, publicitário Arturo Arruda, com a esposa, Larissa, além de um filho do presidente da Câmara e de dois filhos do primeiro casamento da blogueira protagonizaram o que ficou conhecido como “Voo da Alegria”, ao utilizar o avião da FAB, pago com dinheiro público, para assistir à final da Copa.
O caso só veio à tona depois que alguns dos participantes do “Voo da Alegria” postaram nas redes sociais fotos da festividade. “Dez dias se passaram do episódio que quase trouxe abaixo este Território Livre. Questionamentos não faltaram; ‘por que não falar nas caronas do avião da FAB, que levou o presidente da Câmara ao Rio de Janeiro?’”, escreve a blogueira.
Segundo Laurita Arruda, a resposta ao silêncio que impôs quanto ao tema no seu blog, por dez dias, é simples: “Não haveria como tratar o assunto com a isenção e distanciamento de praxe”, reconhecendo que, por conta do Voo, ela deixou a condição de “estilingue” e passou à de “vidraça”. “Podendo agora voltar a falar como jornalista, cabe a mim compartilhar experiência e aprendizado de ser mira.
Um novo olhar como profissional, leitora e, mais importante; ser humano”, escreveu.
Em nenhum momento Laurita se desculpa por ter incorrido em erro, embora, em mais de uma oportunidade, ela reconheça a falha. “A verdade. Sempre! Sim, este Território Livre é escrito por uma jornalista que ama, acerta e erra”, afirma. E conclui: “Agora, a consciência maior que as falhas são inerentes ao gênero humano. Com imagem pública, inclusive”.
Laurita diz que, “nos dias de vidraça silenciosa”, fez “faxina com lupa sobre os dias mais polêmicos no passado” do seu blog. “A palmatória do mundo finalmente guardada no porão. Aliás, de onde nunca deveria ter saído, pelo simples fato de não ser boa conselheira. Seja bem-vinda, experiência curtida na dor!”
CRÍTICAS
Em seu mea-culpa, a blogueira disse aceitar as censuras justas, mas admoestou o que considerou críticas injustas. “Às críticas bem fundamentadas, coerentes e respeitosas dos colegas mais contundentes, minha admiração. À solidariedade verdadeira e acolhedora de outros tantos, nem se fala, minha eterna gratidão. Aos que sempre esperaram – e torceram – por uma razão para jogar a primeira pedra, a compreensão ao exagero inconsistente, sem disfarce”.
Ela reclamou dos fakes (perfis falsos) que a criticaram nesse período – embora ela própria permita comentários de perfis falsos em seu blog. “E aos que se esconderam atrás de perfis falsos na grande rede? A esses meu eterno desprezo e piedade por não conseguirem assumir suas próprias opiniões e sentimentos”.
Segundo Laurita Arruda, “fakes não me calaram no passado, agora muito menos. Para eles, vou aguardar as consequências inexoráveis dos crimes praticados”, prometeu. “Mesmo os já identificados, com motivações tão mesquinhas. Ah, as reveladoras frustrações…”.
CONSOLO
Ao falar dos dias difíceis, a jornalista revelou que não conseguia escrever e citou o filho, Antonio, de dez anos, e refletiu sobre o “conforto” de atacar sem ser atacada. “Nos dias de vidraça mais embaçada, escutei de Antônio a solução perfeita à jornalista que não conseguia escrever: ‘Mãe, você queria mesmo era uma máquina do tempo, né?’ Sem dúvida. Para fazer diferente e voltar à rotina e ao conforto do estilingue em punho”.
Outro conselho evocado por ela: “Escutei ainda que a saída para minha dor de vidraça seria assumir essa condição imposta pelo destino como escolha excludente à paixão profissional: – “São incompatíveis!”. Não discordei, nem tampouco me convenci. Como deixar a vocação maior, a motivação de vida por convenções impostas sabe-se lá com quais e reais interesses?”.
Por fim, a resolução de voltar a escrever: “Resolvi continuar. Decisão que passa por essa ‘Conversa de Domingo’. Hoje quase uma catarse”, disse. “Este Território Livre é escrito por uma jornalista que ama, acerta e erra, que tem família, filhos, pai, mãe e irmãos. Laços reais, claros e transparentes”.
Segundo a noiva de Henrique Alves, afora os “nós, aqui e acolá, de quem vive a vida simplesmente”, “não tem amarras de qualquer outra natureza”. “Esse sempre nosso maior compromisso e por isso mesmo a credibilidade conquistada dia a dia, post a post durante cinco anos com responsabilidade e a interatividade própria do meio”.
A jornalista conclui afirmando que “a vida nos traz surpresas e dissabores para aprendermos e valorizarmos o aconchego da família, dos amigos verdadeiros e da realidade de quem sempre pautou suas atitudes em princípios inabaláveis. Isso não há quem apague. Nem as grandes e reais turbulências. Última certeza que, com humildade, tenho. E afirmo. Hoje, melhor do que ontem…”.

Fonte: Jornal de Hoje

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