O chanceler Antônio Patriota considera “insuficientes” os esclarecimentos fornecidos até o momento.
José Cruz/ABr

Patriota disse que o Brasil ainda aguarda explicações dos Estados Unidos sobre espionagem em solo brasileiro.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota,
reiterou hoje (15) que aguarda as informações oficiais do governo dos
Estados Unidos sobre as denúncias de espionagem de cidadãos brasileiros,
por agências norte-americanas. O chanceler disse ainda que considera
“insuficientes” os esclarecimentos fornecidos até o momento. Na semana
passada, o governo brasileiro pediu explicações ao Departamento de
Estado norte-americano e à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.
“Alguns
esclarecimentos foram fornecidos, nós consideramos insuficientes”,
disse Patriota, após reunião com o ministro das Relações Exteriores da
Nigéria, Olugbenga Ayodeji Ashiru. “Não há nenhum desenvolvimento
adicional em relação aos esclarecimentos que eu forneci à Comissão de
Relações Exteriores do Senado e da Câmara, quarta-feira passada.”
Patriota
ressaltou que os técnicos dos ministérios da Justiça, da Defesa, da
Ciência, Tecnologia e Inovação, do Itamaraty, e do Gabinete de Segurança
Internacional trabalham na elaboração de perguntas para a solicitação
de mais esclarecimentos. “Ainda não decidimos sobre a missão técnica.
Ainda está em consideração como será a próxima etapa [de trabalhos]”,
disse ele.
Com base em dados obtidos pelo norte-americano Edward
Snowden, que trabalhava para uma prestadora de serviços à Agência
Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, aos quais teve acesso, o
jornal O Globopublicou reportagens segundo as quais há indicações de que cidadãos brasileiros foram monitorados.
As
reportagens mostram ainda que havia uma espécie de escritório da NSA em
parceria com a Agência de Serviço de Inteligência norte-americana (CIA)
em Brasília.
Na última quarta-feira (10), Patriota e os ministros
Celso Amorim (Defesa) e José Elito Siqueira (GSI) participaram de
audiência pública conjunta do Senado e da Câmara sobre as denúncias de
espionagem.
Patriota acrescentou hoje que as conversas entre os
chanceles dos países do Mercosul (Brasil, Uruguai, Argentina e
Venezuela, o Paraguai não está incluído porque a suspensão ainda é
válida) evoluem no sentido de pedir explicações aos embaixadores da
Itália, da Espanha, de Portugal e da França sobre a proibição de
sobrevoo e aterrissagem ao avião do presidente Evo Morales. A proibição
foi motivada pela suspeita de Snowden estar escondido na aeronave.
Para o Mercosul, é fundamental que os europeus prestem esclarecimentos e peçam desculpas ao presidente boliviano.
Fonte: Nominuto.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário