quarta-feira, 4 de julho de 2012

Corinthians e Boca Juniors duelam pela história

Discussão de jogadores de Boca Juniors e Corinthians no estádio La Bombonera
Reuters
A hora que o corintiano tanto sonhava chegou. A noite desta quarta-feira, 3 de julho de 2012, pode ficar marcada pelo dia em que o Corinthians exorcizou seus fantasmas e conquistou o primeiro título da Libertadores. Para fazer história será preciso vencer o Boca Juniors, às 21h50, no Estádio do Pacaembu. Um empate levará as equipes, que ficaram no 1 a 1 na ida, em La Bombonera, para a prorrogação e se preciso, para os pênaltis.

Foram 35 anos de decepções desde a estreia na Libertadores, em 1977. Eliminações para o arquirrival Palmeiras, derrotas traumáticas para o River Plate, quedas precoces, como a do ano passado para o Tolima. Todas seguidas de reações raivosas do torcedor. E de piadas dos rivais.

"Se fosse somente pela mística, já estaríamos fora. Todo o mundo falava que na Libertadores o Corinthians não vai. Desde o primeiro jogo tenho ouvido isso, que o time faz uma boa campanha e cai quando chega o mata-mata", diz o técnico Tite.

O Corinthians-2012 parece ter aprendido a jogar o torneio que sempre foi sua obsessão. Com uma defesa invejável - são apenas quatro gols sofridos em 13 jogos e nenhuma derrota -, o time passou na fase eliminatória pelo campeão da Copa do Brasil, o Vasco e pelo campeão sul-americano, o Santos. Sempre com emoção, à moda corintiana, mas com frieza.

Na experiência na mítica Bombonera contra o temido Boca, hexacampeão da Libertadores e pela décima vez na história em uma final, no primeiro jogo da decisão, não foi diferente: empate no fim, com gol de cavadinha do então desconhecido Romarinho.

Reuters
Romarinho toca para empatar a final da Libertadores entre Boca e Corinthians na Bombonera
Romarinho toca para empatar a final da Libertadores entre Boca e Corinthians na Bombonera


"Se não for esse ano e a gente espera que seja, temos certeza absoluta que o Corinthians cresceu e está no caminho certo para a conquista inédita da Libertadores. A gente espera poder dar esse presente para o torcedor, a todos os atletas que passaram pelo clube e não conseguiram, a todos que fizeram esse clube grande. Acho que está na hora, é o nosso momento. É o momento de ter coragem, personalidade. Levar esse título para São Paulo. Acho que chegou a hora do Corinthians", afirmou o atacante Emerson.

O mesmo Corinthians

Na semana de preparação para o grande jogo, Tite deixou claro que não vai mudar a postura do seu time. O Corinthians vai seguir preservando sua defesa. Mas o técnico não quer que a pressão sofrida contra o Boca no segundo tempo na Argentina e os chutões para frente dos zagueiros corintianos se repitam. O técnico deixou isso bem claro no treino da véspera da partida. A ordem é usar a pressão do Pacaembu para sufocar a saída de bola adversária e envolver o adversário.

"Vai ter que ter tranquilidade. A gente sabe que eles priorizam isso mesmo, trabalham bem a bola, tocam. A gente vai ter que saber atacar e defender. Mas nós jogamos sempre do mesmo jeito em casa. Tem que tomar cuidado com contra-ataque, estar bastante atento e ser inteligente", analisou o meia Danilo.

A equipe brasileira é a mesma que tem sido escalada na fase final da Libertadores. Jorge Henrique deixou a partida na Bombonera com lesão muscular na coxa direita ainda no primeiro tempo, mas está recuperado. Em caso de novo problema, o talismã Romarinho é a primeira opção.

Boca provocadoOs corintianos afirmaram publicamente que é preciso respeitar o Boca Juniors e sua tradição. Ainda assim, os argentinos foram provocados. Emerson ‘cutucou’ o craque adversário, Juan Román Riquelme: "Quem vive de Boca é cantor". O zagueiro Leandro Castán afirmou que Riquelme iria conhecer a pressão do Pacaembu.

Riquelme durante a final da 
Libertadores, na Bombonera
Riquelme durante a final da Libertadores, na Bombonera


Os rivais dizem estar atentos e também não economizaram nas respostas. O atacante Santiago ‘El Tanque’ Silva prometeu "passar por cima" do Corinthians, aonde teve uma passagem apagada em 2002. O goleiro Agustin Orión garantiu que a taça vai para Buenos Aires.

Experiência não falta para o Boca. Em 14 confrontos de mata-mata contra brasileiros na Libertadores, os ‘xeneizes’ levaram a melhor em 12. Dos seis títulos sul-americanos do clube, quatro foram em decisões contra o brasileiros. Caso leva o troféu, amanhã, o Boca se iguala ao conterrâneo Independiente como maior campeão da história do torneio, com sete taças.

A equipe argentina também leva vantagem nos confrontos com o Corinthians: venceu cinco vezes, empatou quatro e perdeu três. Em jogos oficiais, nunca foi derrotado. Por outro lado, Tite pode se vangloriar por jamais ter sido derrotado por argentinos como treinador em 11 partidas disputadas.

Diferentemente do Corinthians, o Boca tem um desfalque para a final. O lateral direito Facundo Roncaglia, autor do gol do time na partida de ida, já está negociado com a Fiorentina, teve problemas com o seguro para a final e está fora.

FICHA TÉCNICACORINTHIANS X BOCA JUNIORS-ARG

Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)

Data: 4 de julho de 2012, quarta-feira

Horário: 21h50 (de Brasília)

Árbitro: Wilmar Roldan (COL)

Assistentes: Abraham Gonzalez (COL) e Humberto Clavijo (COL)

CORINTHIANS: Cássio; Alessandro, Leandro Castán, Chicão e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex e Danilo; Emerson e Jorge Henrique

Técnico: Tite

BOCA JUNIORS: Orión; Sosa, Caruzzo, Schiavi e Clemente Rodríguez; Ledesma, Somoza, Erviti e Riquelme; Pablo Mouche e Santiago Silva

Técnico: Julio Falcioni

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