Por: Portal JH
Cerca de 100 vigilantes realizaram um protesto na manhã desta
terça-feira (24) e fecharam a entrada do Midway Mall, na Avenida
Salgado Filho, por aproximadamente uma hora e em seguida interditaram a
entrada do estabelecimento que fica na Avenida Bernardo Vieira. A
Polícia Militar foi acionada para manter a ordem no local. Os
vigilantes do Rio Grande do Norte protestam por melhores condições de
trabalho e por salários mais dignos. Cerca de 40% dos vigilantes que
fazem a segurança no estabelecimento comercial pararam as atividades na
manhã de hoje e participaram do protesto.
O presidente do Sindicato Intermunicipal dos Vigilantes do Rio
Grande do Norte (Sindsegur), Francisco Benedito, que representa a
categoria desde que o atual presidente do Sindicato dos Vigilantes do
RN (Sindvigilantes), José Raimundo Ribeiro, foi destituído da direção
Sindicato, disse que os vigilantes que trabalham no Shopping e
participaram do protesto sofreram ameaça de demissão com justa causa.
Ele conta que o movimento de hoje foi contra os abusos praticados
contra os vigilantes que trabalham no estabelecimento comercial.
“Queremos um salário mais digno e melhores condições de trabalho.
Hoje o salário do shopping é uma miséria e os funcionários ainda sofrem
perseguição na empresa. Além disso, queremos denunciar que tem
vigilantes que estão sofrendo ameaça de morte. Eles não têm a menor
condição de trabalho, pois até a fumaça que sai das tubulações está
prejudicando a saúde dos vigilantes. Alguns já chegaram até a se
afastar do trabalho”, relata o presidente do Sindsegur, Francisco
Benedito.
Um vigilante que trabalha no estabelecimento, e que preferiu não se
identificar, disse que quando qualquer vigilante quer ir ao banheiro
tem que esperar três horas e que chegam a passar mais de 12 horas em
pé. “Quem passa pelo Midway tem uma falsa sensação de segurança.
Engana-se quem pensa que está seguro lá”, disse o vigilante.
O presidente do Sindsegur, Francisco Benedito, disse que o movimento
é pela luta por melhores salários e condições de trabalho. “Estamos
resgatando a dignidade da categoria. Nos últimos dez anos tivemos a
perda de um salário mínimo e na gestão anterior havia negociatas para
beneficiar os patrões. A nossa categoria tem mais de 1 milhão de
trabalhadores no País, número muito maior do que vários exércitos do
mundo. Se a negociação não andar, iremos paralisar geral, por tempo
indeterminado”, afirmou.
Francisco Benedito disse que os empresários seguem sem querer
negociar com a categoria e que adiaram a rodada de negociação, que
estava marcada para o dia 20 de abril, para o dia 2 de maio. “Queremos
que os patrões apresentem uma proposta e não mantenham a que já existe.
Lutamos pela equiparação salarial dos vigilantes que trabalham
armados dos desarmados. Dia 2, faremos outra assembleia para definir os
rumos do movimento e podemos votar um indicativo de greve”, confirmou o
presidente do Sindsegur. Hoje, o piso salarial de um vigilante não
armado é de R$ 700 e de um armado é de R$ 905.
O diretor também contou que a antiga direção do sindicato dividiu as
categorias entre vigilantes armados e não armados, com salários
diferentes, que segundo o Sindsegur seria ilegal. “A Lei 7012 diz que a
categoria é única e não permite divisão. O sindicato patronal ainda
quer fazer valer uma liminar que foi resultado de uma convenção da
gestão passada, cheia de vícios, feita sem consulta aos trabalhadores e
sem a aprovação da categoria. O próprio Ministério Público do Trabalho
pediu a anulação dessa liminar”.
Segundo a assessoria de imprensa do Midway Mall, os vigilantes não
são funcionários do centro comercial, mas sim da empresa Nordeste,
contratada para fornecer o serviço de segurança ao shopping, e se há
algum problema ou reclamação, essas questões devem ser tratadas com a
empresa com a qual mantêm vínculo empregatício.
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