quarta-feira, 25 de abril de 2012

Vigilantes fecham entrada de shopping durante protesto

Por: Portal JH

A Polícia Militar foi acionada para colocar ordem no protesto realizado hoje - Foto: Wellington Rocha
Cerca de 100 vigilantes realizaram um protesto na manhã desta terça-feira (24) e fecharam a entrada do Midway Mall, na Avenida Salgado Filho, por aproximadamente uma hora e em seguida interditaram a entrada do estabelecimento que fica na Avenida Bernardo Vieira. A Polícia Militar foi acionada para manter a ordem no local. Os vigilantes do Rio Grande do Norte protestam por melhores condições de trabalho e por salários mais dignos. Cerca de 40% dos vigilantes que fazem a segurança no estabelecimento comercial pararam as atividades na manhã de hoje e participaram do protesto.
O presidente do Sindicato Intermunicipal dos Vigilantes do Rio Grande do Norte (Sindsegur), Francisco Benedito, que representa a categoria desde que o atual presidente do Sindicato dos Vigilantes do RN (Sindvigilantes), José Raimundo Ribeiro, foi destituído da direção Sindicato, disse que os vigilantes que trabalham no Shopping e participaram do protesto sofreram ameaça de demissão com justa causa. Ele conta que o movimento de hoje foi contra os abusos praticados contra os vigilantes que trabalham no estabelecimento comercial.
“Queremos um salário mais digno e melhores condições de trabalho. Hoje o salário do shopping é uma miséria e os funcionários ainda sofrem perseguição na empresa. Além disso, queremos denunciar que tem vigilantes que estão sofrendo ameaça de morte. Eles não têm a menor condição de trabalho, pois até a fumaça que sai das tubulações está prejudicando a saúde dos vigilantes. Alguns já chegaram até a se afastar do trabalho”, relata o presidente do Sindsegur, Francisco Benedito.
Um vigilante que trabalha no estabelecimento, e que preferiu não se identificar, disse que quando qualquer vigilante quer ir ao banheiro tem que esperar três horas e que chegam a passar mais de 12 horas em pé. “Quem passa pelo Midway tem uma falsa sensação de segurança. Engana-se quem pensa que está seguro lá”, disse o vigilante.
O presidente do Sindsegur, Francisco Benedito, disse que o movimento é pela luta por melhores salários e condições de trabalho. “Estamos resgatando a dignidade da categoria. Nos últimos dez anos tivemos a perda de um salário mínimo e na gestão anterior havia negociatas para beneficiar os patrões. A nossa categoria tem mais de 1 milhão de trabalhadores no País, número muito maior do que vários exércitos do mundo. Se a negociação não andar, iremos paralisar geral, por tempo indeterminado”, afirmou.
Francisco Benedito disse que os empresários seguem sem querer negociar com a categoria e que adiaram a rodada de negociação, que estava marcada para o dia 20 de abril, para o dia 2 de maio. “Queremos que os patrões apresentem uma proposta e não mantenham a que já existe.
Lutamos pela equiparação salarial dos vigilantes que trabalham armados dos desarmados. Dia 2, faremos outra assembleia para definir os rumos do movimento e podemos votar um indicativo de greve”, confirmou o presidente do Sindsegur. Hoje, o piso salarial de um vigilante não armado é de R$ 700 e de um armado é de R$ 905.
O diretor também contou que a antiga direção do sindicato dividiu as categorias entre vigilantes armados e não armados, com salários diferentes, que segundo o Sindsegur seria ilegal. “A Lei 7012 diz que a categoria é única e não permite divisão. O sindicato patronal ainda quer fazer valer uma liminar que foi resultado de uma convenção da gestão passada, cheia de vícios, feita sem consulta aos trabalhadores e sem a aprovação da categoria. O próprio Ministério Público do Trabalho pediu a anulação dessa liminar”.
Segundo a assessoria de imprensa do Midway Mall, os vigilantes não são funcionários do centro comercial, mas sim da empresa Nordeste, contratada para fornecer o serviço de segurança ao shopping, e se há algum problema ou reclamação, essas questões devem ser tratadas com a empresa com a qual mantêm vínculo empregatício.

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