sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Procon Estadual deve intervir em agências bancárias da capital; divisão municipal do órgão é contra


Serviço municipal de proteção ao consumidor recebeu BB e Caixa em audiência nesta quarta-feira. Foto: Wellington Rocha
A direção do Procon Natal esteve reunida, durante toda a manhã de hoje, com representantes da superintendência da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil na capital potiguar. Durante o encontro, as instituições bancárias apresentaram suas justificativas para o não cumprimento da determinação do órgão para que os serviços dos terminais de autoatendimento fossem regularizados imediatamente.
Segundo o que foi alegado pelos bancos na conversa entre as partes, o sindicato – que não foi convidado para a reunião – não estaria cumprindo o contingente mínimo previsto na lei de greve, por isso não haveria condições de manter a totalidade dos serviços nem mesmo nos caixas eletrônicos.
Já a entidade classista, através de sua presidente, Marta Turra, nega veementemente as acusações. “É tudo uma grande mentira, as superintendências deveriam se envergonhar desse tipo de calúnia. Vou ser bem clara, o que está acontecendo é uma verdadeira guerra. As instituições estão tentando a todo custo jogar a população contra o movimento grevista, se utilizando das táticas mais sujas e desonestas. Eles dizem que não tem 30% dos funcionários nas agências, mas o sindicato garante a presença de praticamente a metade do quadro de funcionários nas agências. A nossa posição oficial é essa, eles vão ter de provar o contrário”, rebate a sindicalista.
O representante do Procon Natal, Kléber Fernandes, explicou que essa situação precisa ser analisada criteriosamente. Por isso, mesmo não sendo competência do órgão, ele se dispôs a mediar uma audiência entre os envolvidos e o Ministério Público do Trabalho, para averiguar a real situação encontrada no sistema bancário da capital.
Questionado sobre a possível intervenção da representação estadual do Procon nas agências que vêm descumprindo as determinações do órgão, Fernandes se mostra contrário a esse tipo de prática. “Não vejo aplicabilidade nesse tipo de decisão, pois o Procon não conta com corpo técnico capacitado para operação na área bancária. Tenho todo o respeito pela gestão estadual do serviço, mas não vejo como essa decisão possa ser posta em prática. Não é operacional”, pontua.
A equipe de reportagem de O Jornal de Hoje procurou o diretor estadual do órgão, Ney Lopes Júnior, que, de imediato, refutou as afirmações de Kléber Fernandes. “Ele não pode afirmar uma coisa dessas. Como ele sabe que não temos corpo técnico capacitado? Temos, sim, pessoal que pode assumir a frente dessa intervenção, afinal ela só é voltada para o serviço essencial, aquele que é prestado através dos terminais de autoatendimento. Também respeito demais o trabalho de Kléber, mas penso que ele está equivocado quanto a esse tipo de declaração”, se defende.
Ney Júnior explicou, ainda, que o prazo para a abertura do processo de intervenção administrativa se encerraria ontem, mas o Banco do Brasil pediu mais 24h para tentar o diálogo com o sindicato. “Não somos intransigentes. O BB pediu mais um tempo para tentar remediar a situação e nós demos, mas isso não significa que o processo foi suspenso. Eu já solicitei ao nosso corpo de analistas jurídicos que iniciassem a primeira etapa de preparação dessa intervenção, pois o prazo acaba hoje e não terá mais prorrogações. Caso nada se resolva, creio que na próxima segunda-feira (14) as agências autuadas já estejam funcionando sob o regime de intervenção”, garantiu o diretor do Procon RN.
Nesse meio tempo, mais uma rodada de negociações está marcada para a manhã desta quinta-feira (10). As propostas da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) serão apreciadas em assembleia marcada para as 18h, quando será definida a continuação ou não da greve.

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