A direção do Procon Natal esteve reunida, durante toda a manhã de
hoje, com representantes da superintendência da Caixa Econômica Federal e
do Banco do Brasil na capital potiguar. Durante o encontro, as
instituições bancárias apresentaram suas justificativas para o não
cumprimento da determinação do órgão para que os serviços dos terminais
de autoatendimento fossem regularizados imediatamente.
Segundo o que foi alegado pelos bancos na conversa entre as partes, o
sindicato – que não foi convidado para a reunião – não estaria
cumprindo o contingente mínimo previsto na lei de greve, por isso não
haveria condições de manter a totalidade dos serviços nem mesmo nos
caixas eletrônicos.
Já a entidade classista, através de sua presidente, Marta Turra, nega
veementemente as acusações. “É tudo uma grande mentira, as
superintendências deveriam se envergonhar desse tipo de calúnia. Vou ser
bem clara, o que está acontecendo é uma verdadeira guerra. As
instituições estão tentando a todo custo jogar a população contra o
movimento grevista, se utilizando das táticas mais sujas e desonestas.
Eles dizem que não tem 30% dos funcionários nas agências, mas o
sindicato garante a presença de praticamente a metade do quadro de
funcionários nas agências. A nossa posição oficial é essa, eles vão ter
de provar o contrário”, rebate a sindicalista.
O representante do Procon Natal, Kléber Fernandes, explicou que essa
situação precisa ser analisada criteriosamente. Por isso, mesmo não
sendo competência do órgão, ele se dispôs a mediar uma audiência entre
os envolvidos e o Ministério Público do Trabalho, para averiguar a real
situação encontrada no sistema bancário da capital.
Questionado sobre a possível intervenção da representação estadual do
Procon nas agências que vêm descumprindo as determinações do órgão,
Fernandes se mostra contrário a esse tipo de prática. “Não vejo
aplicabilidade nesse tipo de decisão, pois o Procon não conta com corpo
técnico capacitado para operação na área bancária. Tenho todo o respeito
pela gestão estadual do serviço, mas não vejo como essa decisão possa
ser posta em prática. Não é operacional”, pontua.
A equipe de reportagem de O Jornal de Hoje procurou o diretor
estadual do órgão, Ney Lopes Júnior, que, de imediato, refutou as
afirmações de Kléber Fernandes. “Ele não pode afirmar uma coisa dessas.
Como ele sabe que não temos corpo técnico capacitado? Temos, sim,
pessoal que pode assumir a frente dessa intervenção, afinal ela só é
voltada para o serviço essencial, aquele que é prestado através dos
terminais de autoatendimento. Também respeito demais o trabalho de
Kléber, mas penso que ele está equivocado quanto a esse tipo de
declaração”, se defende.
Ney Júnior explicou, ainda, que o prazo para a abertura do processo
de intervenção administrativa se encerraria ontem, mas o Banco do Brasil
pediu mais 24h para tentar o diálogo com o sindicato. “Não somos
intransigentes. O BB pediu mais um tempo para tentar remediar a situação
e nós demos, mas isso não significa que o processo foi suspenso. Eu já
solicitei ao nosso corpo de analistas jurídicos que iniciassem a
primeira etapa de preparação dessa intervenção, pois o prazo acaba hoje e
não terá mais prorrogações. Caso nada se resolva, creio que na próxima
segunda-feira (14) as agências autuadas já estejam funcionando sob o
regime de intervenção”, garantiu o diretor do Procon RN.
Nesse meio tempo, mais uma rodada de negociações está marcada para a
manhã desta quinta-feira (10). As propostas da Federação Nacional dos
Bancos (Fenaban) serão apreciadas em assembleia marcada para as 18h,
quando será definida a continuação ou não da greve.
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