quarta-feira, 19 de junho de 2013

Quatro pessoas da mesma família são executadas em Nísia Floresta na frente de três crianças

Crime bárbaro aconteceu na madrugada de hoje. Uma das vítimas teve a orelha arrancada antes de morrer. Foto: Cedida / Digital Mipibu
Quatro pessoas da mesma família foram assassinadas a tiros durante a madrugada de hoje, no município de Nísia Floresta. O crime aconteceu na frente de três crianças, com idades entre quatro meses e oito anos, e chocou os moradores do conjunto Carnaúba pela violência com que foi cometido. Uma das vítimas teve uma orelha arrancada com um facão pelos assassinos, que passaram cerca de 20 minutos aterrorizando a família antes dos homicídios.
Segundo o delegado de Nísia Floresta, Elói Carvalho, a chacina foi motivada por vingança, pois as vítimas tinham envolvimento com o tráfico de drogas no município e outras quatro pessoas da mesma família foram assassinadas da mesma forma e pelo mesmo motivo. Ele, que assumiu a delegacia ontem, disse que os assassinos só pouparam as crianças.
“Sabemos que duas vítimas, identificadas como Maria José e Cássia, já tinham sido presas por quase um ano acusadas de tráfico e que tinham saído em liberdade há apenas dois meses. Acreditamos que o motivo seja mesmo vingança, mas o caso será investigado. Por enquanto, é tudo o que podemos e sabemos dizer”, afirmou.
Os moradores das casas próximas ao local do crime informaram que os três assassinos chegaram em dois carros não identificados e que invadiram a residência após arrombar a porta da frente. Eles teriam passado aproximadamente 20 minutos conversando com as vítimas, que começaram a gritar antes dos disparos. “Quem é louco de sair para ver alguma coisa. Quando ouvimos os tiros, ficamos com mais medo ainda”, disse uma pessoa, que não quis se identificar.
As vítimas foram identificadas como Maria José Serafim da Silva, de 40 anos; Rita de Cássia Serafim, de 18; José Paulo Serafim, de 25, e sua esposa, chamada apenas de “Cássia”. Todos foram executados com disparos de pistola na cabeça e não tiveram chance de defesa.
Marcas de sangue ficaram espalhadas por toda a casa após noite de terror. Local ainda foi revirado pelos bandidos. Foto: Caninde Santos
Segundo a sobrinha de Maria José, Maria Fernandes, todos possuíam envolvimento com o tráfico e, com estas mortes, já seriam oito membros da família executados por causa disso. Um irmão de Maria José tinha sido assassinado no ano passado e sua esposa, Cássia, depois de sair da prisão teria ido morar junto com José Paulo e seus parentes.
“Os assassinos desapareceram com meu tio depois que o mataram e até hoje, nunca encontraram seu corpo. Outros três parentes meus também foram mortos do mesmo jeito e eu acho que eles querem matar a família toda. Por causa disso, já me mudei para outro lugar, por precaução”, disse Maria Fernandes.
Ela disse também que não sabia se os familiares estavam recebendo ameaças de morte, mas que acredita em vingança, apesar de não saber quem estaria interessado na morte das vítimas. Hoje pela manhã, ela foi até a residência onde aconteceu o crime e lamentou os homicídios.
O crime foi registrado na Delegacia de Nísia Floresta, onde deve ser investigado. Os corpos das vítimas foram levadas para a sede do Itep, no bairro da Ribeira, em Natal, e podem ser liberados ainda hoje para velório e sepultamento. Até o momento, a Polícia Militar ainda não conseguiu identificar ou localizar os assassinos.
Uma das vítimas teve orelha arrancada
A violência praticada pelos assassinos só pouparam as crianças, conforme o oficial de operações do 3º Batalhão da Polícia Militar, tenente Jonatas Campos. Ele disse também que as crianças foram retiradas da casa e ficaram com os vizinhos, que depois da fuga dos criminosos, correram para tentar socorrer as vítimas, sem sucesso.
Ele disse que Rita de Cássia, que era filha de Maria José, além de ter sido baleada na cabeça, ainda teve uma das orelhas decepadas com uma faca-peixeira, que foi encontrada pelos peritos do Instituto Técnico Científico de Polícia do Estado (Itep) caída ao lado do cadáver da vítima.
Conforme informações da Polícia Civil, as vítimas eram parentes de um homem conhecido pelo apelido de “Cara de Gato”, que foi assassinado a tiros há cerca de cinco meses, em uma residência próxima ao do crime de hoje. “Ele era conhecido ainda por ser um homem extremamente violento e perigoso, muito temido por todos na cidade”, disse o agente Joseir Walter.

Fonte: Jornal de Hoje

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