sexta-feira, 3 de maio de 2013

Homicídios: média diária cresce 50%

A média diária de homicídios registrada no Rio Grande do Norte cresceu 50%. De acordo com números divulgados pelo Conselho Estadual dos Direitos Humanos e Cidadania (COEDHUCI), a polícia contabilizou 959 assassinatos no ano passado, o que representou 2,6 mortes por dia. Já no primeiro quadrimestre deste ano, o número de homicídios chegou a 471, ou seja, são 3,9 mortes a cada dia. Se a média continuar a mesma, serão mais de 1.400 homicídios até o fim do ano. Para evitar esse crescimento, o delegado geral da Polícia Civil do RN propôs, ontem, a criação de um “pacto pela segurança pública”.
Adriano AbreuAna Beatriz foi uma das sete vítimas de homicídio em MacaíbaAna Beatriz foi uma das sete vítimas de homicídio em Macaíba

Os números revelam que a violência cresceu de forma assustadora em todo Estado, especialmente na Região Metropolitana de Natal (RMN). Mas os dados não explicitam, por exemplo, as dificuldades encontradas por policiais civis e militares no combate à criminalidade. Os investimentos públicos no setor não acompanharam o avanço de quadrilhas e grupos responsáveis pelo domínio do tráfego de drogas. Concomitantemente, o desaparelhamento das policiais contribui para o cenário que se apresenta.

Na tentativa de fornecer à sociedade uma resposta devido aos homicídios registrados no último feriado, bem como fortalecer o enfrentamento ao crime, mesmo com a estrutura defasada, o delegado geral da Polícia Civil,  Fábio Rogério, reuniu, na tarde de ontem, os delegados dos municípios que compõem  a RMN. O encontro, realizado à portas fechadas, serviu para definir as estratégias norteadoras dos próximos dias. “O que definimos aqui foi a criação de um pacto pela segurança pública. Sabemos das  dificuldades, mas temos que enfrentar essa situação”, asseverou.

Basicamente, o que sugeriu o delegado geral foi que os delegados se empenhassem mais na investida contra os homicidas e quadrilhas de ladrões que estão atuando na RMN. “Estamos fazendo um planejamento operacional, no sentido de combater e diminuir a criminalidade, prendendo essas pessoas que estão traficando, matando, roubando para que o cidadão potiguar tenha mais segurança. As estratégias estão sendo discutidas para que possamos dar uma resposta à sociedade o mais rápido possível”, completou.

Nos últimos dias, uma onda de assassinatos, arrombamentos e explosões a caixas eletrônicos assustou o RN. A polícia ainda não esclareceu os casos. O titular da secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Aldair da Rocha, atribui a falta de prisões e a crescente demanda de homicídios à falta de integração das polícias investigativas dos estados brasileiros. Segundo Rocha, as quadrilhas são organizadas e têm integrantes de diferentes localidades do país e isso dificulta as investigações.

O secretário também admitiu que a falta de estrutura das delegacias e o déficit de efetivo das polícias contribuem para esta demora na resposta do Estado. Em Macaíba – município que registrou sete homicídios na última quarta-feira – a polícia militar conta com três viaturas e duas motocicletas para o patrulhamento de toda região. O efetivo do 11º BPM é de 78 policiais que, além de Macaíba, respondem por Vera Cruz, São Gonçalo do Amarante, Ceará-Mirim e Extremoz.

O titular da delegacia da cidade, delegado Márcio Delgado, participou da reunião de ontem e informou que a estrutura existente não favorece as investigações. “Trabalhamos todos os dias, mas é complicado com o que temos. Não temos delegacia de plantão e as coisas demoram. O efetivo não é suficiente”, disse.

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