A demissão sumária da médica Ligia Torres do Hospital Regional de São
Paulo do Potengi, no começo desta semana, acentuou o clima de
insatisfação de parte do PMDB com o governo Rosalba Ciarlini (DEM).
Filha de tradicional liderança política peemedebista no Seridó (Manoel
Torres, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Caicó por três mandatos,
morto em janeiro de 2012), Ligia foi demitida pelo secretário estadual
de Saúde, Luiz Roberto da Fonseca.
Na última segunda-feira, o secretário de Saúde, Luiz Roberto Fonseca,
convocou Ligia para o que seria uma reunião de trabalho. Ao chegar à
Secretaria de Saúde, ela diz que o secretário pediu seu cargo, alegando
que está em busca de resultados. A conversa, entretanto, se deu após uma
entrevista que Ligia concedeu a uma emissora de TV ter ido ao ar,
mostrando que a decisão do secretário de encerrar as atividades da
Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APAMI) em São José de
Mipibu tinha gerado aumento de demanda por partos no Hospital Regional
de São Paulo do Potengi, administrado por ela.
Na matéria, Ligia afirma, também, que “ainda” não havia sido
informada oficialmente sobre a decisão da Secretaria de Saúde de
encerrar as atividades da APAMI em São José de Mipibu. As declarações à
imprensa, um tanto constrangedoras para o secretário, teriam sido a
motivação para a sua demissão sumária. “Fui chamada (pelo secretário)
para uma reunião de trabalho. Eu peguei minha pastinha, botei debaixo do
braço e levei comigo minha enfermeira-chefe. Ficamos na antessala e
quando o secretário chegou pedi para avisar que eu já estava ali. Eu
pensava que ele queria discutir sobre demandas, até porque eu não
duvidei da capacidade de ninguém, não feri ninguém. Ele olhou pra mim e
disse: ‘Minha conversa é rápida, preciso do seu cargo’”, disse a médica,
em entrevista à blogueira Thaisa Galvão.
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