quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Procurador-geral diz que vai pedir nesta semana a prisão imediata dos condenados


Procurador-geral da República Roberto Gurgel (Carlos Moura/CB/D.A Press)
Procurador-geral da República Roberto Gurgel
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que deve pedir a prisão imediata dos réus condenados no mensalão ainda esta semana. A petição será apresentada durante o recesso do Poder Judiciário, que começa nesta quinta-feira (20), e o caso poderá ser decidido individualmente pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e relator do processo do mensalão, ministro Joaquim Barbosa.

“A grande urgência que existe é de dar efetividade à decisão do Supremo. Esse esforço magnífico que foi feito pelo Supremo no sentido de prestigiar de forma importantíssima os valores republicanos não pode agora ser relegado aos porões da ineficiência”, disse Gurgel, em entrevista na manhã desta quarta-feira, antes da última sessão plenária do ano no STF. “Não podemos ficar aguardando a sucessão de embargos declaratórios. Haverá certamente a tentativa dos incabíveis embargos infringentes. E o certo é que o tempo irá passando sem que a decisão tenha a necessária efetividade”, completou o procurador-geral.

Questionado sobre quando pretende protocolar o pedido de prisão imediata, Gurgel fez uma estimativa. “Eu diria que ainda esta semana.” Ele explicou que só poderia pedir a detenção dos réus após a conclusão do julgamento, encerrado na última segunda-feira. “Estou ultimando um estudo mais aprofundado da questão e devo estar requerendo isso nos próximos dias. O mais rapidamente possível”, explicou.

Quanto ao depoimento prestado em setembro pelo empresário Marcos Valério, Gurgel disse que irá aprofundar a análise da questão, a partir do fim do julgamento, para tomar as providências cabíveis. No depoimento, Valério apontou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria autorizado empréstimos do mensalão e recebido dinheiro do esquema para o pagamento de despesas pessoais.

“Temos que examinar o depoimento e isso ainda não foi feito em profundidade. Com muita frequência, Marcos Valério faz referência a declarações que ele considera bombásticas. Vamos ver o que existe no depoimento que possa motivar futuras investigações. Como sempre, nada deixará de ser investigado”, detalhou o procurador-geral.

Roberto Gurgel acrescentou que não cabe à Procuradoria Geral da República uma eventual investigação relativa ao ex-presidente da República. Segundo ele, se “algo relacionado ao ex-presidente” for identificado, “isso será encaminhado à Procuradoria da República de primeiro grau”, uma vez que Lula não dispõe de foro privilegiado.

Do Correio Braziliense.

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