sábado, 24 de novembro de 2012

Procon investiga promoções da Black Friday

Loja nos EUA: a Black Friday foi criada no país como um dia de liquidações após o feriado nacional de Ação de Graças. No Brasil, esta foi a terceira

São Paulo (AE) - Diante de reclamações feitas por consumidores sobre a diferença entre os descontos anunciados e os realmente oferecidos na promoção Black Friday, realizada ontem, o Procon-SP notificou sete grandes varejistas brasileiras cobrando explicações sobre os preços praticados. Estão na lista grandes empresas como Extra (lojas física e virtual), Ponto Frio, Submarino, Walmart, Fast Shop, Americanas.com e Saraiva. A Black Friday é o dia de liquidações após o feriado nacional de Ação de Graças nos Estados Unidos. No Brasil, este foi o terceiro ano da ação. 

O Procon não foi o único a perceber que algumas empresas não estavam cumprindo o compromisso de descontos ousados ontem no Brasil. O próprio organizador do evento, o site BuscaDescontos, baniu 500 anúncios por maquiagem de preços. A empresa também será notificada pelo órgão de defesa do consumidor para informar quais são os varejistas retirados da promoção, para que eles também sejam investigados.

O BuscaDescontos, que registrou a marca Black Friday e iniciou a promoção do dia de compras em 2010, criou um link para que os consumidores denunciem ofertas que consideram enganosas. O fundador do BuscaDescontos, Pedro Eugenio, disse considerar a prática de ofertas falsas "lamentável". Para Eugenio, a maquiagem de descontos é um "tiro no pé" dos varejistas, já que eles têm sua reputação danificada por tentar enganar o consumidor. 

No entanto, nas redes sociais, os internautas colocaram em xeque a imagem do evento como um todo. No Twitter e no Facebook, as conversas apelidaram a versão brasileira do Black Friday americano de "Black Fraude" e disseram que esta sexta-feira foi o dia de comprar "tudo pela metade do dobro do preço".

O fundador do BuscaDescontos disse, porém, que a maior parte das empresas participantes praticou descontos reais. "O varejista que fez o evento direito vendeu bem", afirmou Eugenio.

O Procon afirmou que o consumidor deve sempre desconfiar de eventos que prometam descontos altos demais. 

O Grupo Estado entrou em contato com todas as empresas notificadas pelo Procon. A Saraiva informou que ainda não havia sido notificada. A Americanas.com e o Submarino informam que os preços praticados representavam promoções reais. "Os descontos oferecidos no Black Friday foram negociados especialmente para o evento", disse a B2W, que controla as duas companhias.

As redes Extra e Ponto Frio, pertencentes ao Grupo Pão de Açúcar, negaram qualquer manipulação de valores nas ofertas e se disseram dispostas a responder quaisquer queixas. As demais varejistas não se pronunciaram até as 20h.

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