segunda-feira, 30 de abril de 2012

Microalgas são fontes promissoras de biocombustível

Projeto desenvolvido em Extremoz pela Petrobras e UFRN estuda a extração de óleo presente nos organismos


Os técnicos afirmam que o material colhido nessa fase inicial será direcionado à pesquisa. Foto: Vlademir Alexandre/Divulgação



Os organismos são testados dentro de reservatórios
produtividade como matéria prima para biocombustíveis coloca as microalgas em um caminho promissor no desenvolvimento das energias renováveis no Brasil. Embora se trabalhe há pouco tempo com foco no biodiesel, as pesquisas sobre esses vegetais chegam a um momento importante com a realização de testes fora dos laboratórios, um novo passo que envolve diretamente o Rio Grande do Norte. No início do mês foi inaugurada uma planta piloto no município de Extremoz em projeto desenvolvido pela Petrobras em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Desde 2006 a companhia estuda a extração de óleos presentes nas microalgas para produzir biodiesel.

Para se ter ideia do potencial, é possível produzir um percentual de biodiesel 10 a 20 vezes maior do que o obtido a partir do dendê e da palma, oleaginosas que possuem os melhores rendimentos. A coordenadora do projeto no RN, Juliana Espada Lichston, detalha que é possível extrair entre 40% e 45% do total de óleo presente na biomassa das microalgas. "Estamos estudando se isso vai se projetar em larga escala", afirma a pesquisadora, que também coordena o Laboratório de Anatomia Vegetal da UFRN. Os organismos utilizados até o momento na pesquisa são colhidos no litoral potiguar. Do total de 26 espécies identificadas no laboratório, duas passam pelos testes na planta piloto.

Na estrutura montada em Extremoz os organismos estão sendo testados dentro de reservatórios com capacidade para quatro mil litros de água, enquanto nos laboratórios o trabalho era feito em garrafões de até 20 litros. A pretensão, de acordo com Juliana Lichston, é que no segundo semestre deste ano a produção passe para tanques de 20 mil litros. No ano que vem a escala deve chegar a 100 mil litros, um nível semi-industrial. O pesquisador e coordenador do projeto pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras, Leonardo Bacellar, informa que o material colhido nessa fase inicial será direcionado a pesquisa, e somente em longo prazo acoleta pode atingir uma quantidade suficiente para ser comercializada no mercado.

Leonardo Barcellar conta que o momento é de analisar o desenvolvimento das microalgas sob a nova perspectiva de ambiente. "A proposta que estamos desenvolvendo é sair dos resultados de laboratório, onde temos luz artificial e controlamos a temperatura. Quando sai você submete a outras condições. Vamos observar o comportamento", diz. O gerente de Gestão Tecnológica da Petrobras, João Norberto Noschang acrescenta que a evolução para a escala piloto permitirá a identificação da produção em um novo estágio e as épocas propícias para coleta. Na reprodução a céu aberto também poderão ser analisados fatores maléficos ao desenvolvimento das microalgas, como a atuação microorganismos presentes tanto no ar quanto na terra. "Pode haver danos à reprodução e equilíbrio", avalia.

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