Em meio às ameaças de greve dos
petroleiros, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, enviou uma carta
aos funcionários da estatal, para defender o plano de venda de ativos da
companhia e convidar os trabalhadores ao diálogo. Pregando a
necessidade de adaptar a empresa ao cenário de baixa nos preços do
barril do petróleo, o executivo disse que não há “atalhos fáceis” e
destacou os avanços da reestruturação da governança da estatal. Segundo
ele, a hipótese de capitalização da petroleira pelo Tesouro
“simplesmente não existe”, devido à situação fiscal do país. A previsão
da Petrobras é concluir em setembro o processo de reestruturação interna
da companhia. Aprovado em janeiro, o novo modelo de governança e gestão
da estatal prevê a redução de 30% das funções gerenciais em áreas não
operacionais. A economia projetada pela empresa é de R$ 1,8 bilhão por
ano com as mudanças.
Em mensagem aos funcionários, Parente se
compromete a enviar uma carta quinzenal aos petroleiros para
informá-los sobre o programa de venda de ativos da empresa. E contesta
as motivações alegadas para a realização da greve neste momento. Segundo
ele, as paralisações em discussão não consideram o momento dificílimo
que a empresa vive e que a realidade financeira da Petrobras exige
decisões urgentes. “Estamos enfrentando a mais grave crise financeira de
toda a história da empresa, com endividamento superior a US$ 120
bilhões. (…) Mesmo tendo sido acumulada por decisões tomadas em
administrações passadas, a atual gestão não pode se omitir, e nem se
omitirá, em adotar as medidas que sejam necessárias para trazer a
empresa de volta para uma trajetória de saúde financeira que lhe permita
cumprir os seus objetivos sociais e empresariais”, afirmou.
Ao todo, petroleiros de sete Estados (Bahia, Espírito Santo, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte,
Ceará e Piauí) já iniciaram paralisações, em protesto contra a decisão
da Petrobras de vender um pacote com 104 concessões terrestres, segundo a
Federação Única dos Petroleiros (FUP). Na carta, enviada somente aos
funcionários da holding, na segunda-feira, o executivo lembrou que o
direito a greve é reconhecido por lei e “parte das relações de trabalho
entre qualquer empresa e seus empregados”, mas desde que respeitadas as
“regras do jogo”. E cobrou respeito mútuo na relação com os
funcionários, em referência às ofensas proferidas pelos petroleiros em
protesto realizado na semana passada contra os desinvestimentos da
estatal.
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