segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Denúncia contra Micarla envolve contrato da Marca

Promotor de Defesa do Patrimônio Público, Emanuel Dhayan afirmou que as denúncias contra a ex-prefeita Micarla de Souza, protocolada na 7ª Vara Criminal de Natal são referentes ao contrato com a empresa Marca, que na Secretaria Municipal de Saúde ficou responsável pelo gerenciamento de unidades de saúde.  Segundo o promotor, as acusações foram feitas com base em “dados bancários, fiscais, telefônicos e telemáticos e encontra-se protegida por segredo de justiça”. Ele ressaltou que as investigações continuam sendo feitas e “novas denúncias podem ser apresentadas, no momento adequado”.

Promotor Emanuel Dhayan informa que há investigações que continuam em andamento

Emanuel Dhayan destacou que espera novos dados para investigação, que foi deflagrada no ano passado. “Ainda existe um procedimento investigatório criminal específico contra a ex-prefeita Micarla que aguarda o recebimento de dados bancários e a devolução de cartas precatórias para posterior finalização”, destacou.

A TRIBUNA DO NORTE enviou ao promotor também o questionamentos sobre a demora para protocolar a denúncia e os desdobramentos a partir do processo aberto na 7ª Vara Criminal, mas ele não respondeu a esta pergunta.

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público entrou com denúncia contra a ex-prefeita Micarla de Sousa e outras 29 pessoas. A denúncia ocorre um ano depois do Ministério Público ter conseguido na Justiça o afastamento de Micarla. 
No site do Tribunal Justiça, no link que mostra as movimentações processuais consta apenas que o processo foi impetrado na última quarta-feira e tem como acusação o crime de peculato (apropriação do dinheiro público). Além da ex-gestora, entre os denunciados estão oito pessoas que foram denunciadas na Operação Assepsia, processo em que o Ministério Público aponta um suposto esquema de corrupção na Secretaria Municipal de Saúde, na gestão de Micarla de Sousa na Prefeitura. O procurador do Município, Alexandre Magno Alves, apontado como um dos principais operacionalizadores da Assepsia, também foi denunciado nesta nova ação. Os ex-secretários municipais de Saúde, Tiago Trindade, e de Planejamento, Antonio Luna, e o ex-procurador geral do Município, Bruno Macedo, estão na lista do Ministério Público neste novo processo. Os diretores da empresa MARCA, Thobias Bruno Tavares Gurgel, Tufi Soares e Rosimar Bravo também estão na lista dos denunciados.

No total são 30 acusados pelo Ministério Público. Como envolve um servidor público, o procurador Alexandre Magno Alves de Souza, o juiz José Armando Ponte deverá abrir prazo de 15 dias para a manifestação prévia do servidor público. Só após decorrido esse prazo, que começa a contar com a notificação, é que o magistrado analisa se recebe ou não a denúncia contra o grupo.


MemóriaA trajetória política da jornalista Micarla de Sousa foi frustrada próximo ao fim de seu mandato na prefeitura de Natal em 2012, com críticas e índices de desaprovação, que ultrapassaram os 90%, e culminaram numa ocupação à Câmara Municipal de Natal, em protesto denominado “Fora Micarla”, o qual pedia o afastamento da então prefeita por acusações de improbidade pública. A ex-prefeita ainda teve o seu nome envolvido em denúncias do Ministério Público em junho de 2012, no caso que ficou conhecido como a Operação Assepsia.

Na época, o Ministério Público Estadual, por intermédio do procurador de Justiça, Manoel Onofre Neto, acusou a prefeita, o seu marido, Miguel Weber, e os auxiliares Bosco Afonso e Jean Valério, de participação em fraudes na Secretaria Municipal de Saúde. As supostas fraudes são relativas à contratação de organizações sociais para gerir serviços de saúde.

 Em virtude do suposto envolvimento, a prefeita e auxiliares foram afastados de suas funções públicas.

Micarla de Sousa foi afastada da prefeitura no dia 31 de outubro de 2012 por decisão do desembargador Amaury Moura, a pedido do então procurador-geral de Justiça, Manoel Onofre Neto. Ele alegou, na ocasião, que o afastamento seria para evitar que recursos públicos fossem indevidamente utilizados.

Entre as acusações para o afastamento estavam “gastos acima dos rendimentos e acordos para remessas de valores”. Em 27 de junho do ano passado, a Ministério Público Estadual deflagrou a Operação Assepsia para investigar fraudes no processo de licitação que contratou o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (IPAS), do Instituto de Tecnologia Capacitação e Integração Social (ITCI) e da Associação Marca pela Secretaria de Saúde.  Agora, mais de um ano depois, o MP apresentou formalmente a denúncia à Justiça. Além da ex-prefeita, outras 29 pessoas foram acusadas (veja lista nesta página).
 
Fonte: Tribuna do Norte

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