quinta-feira, 25 de julho de 2013

Depois de gastar meio milhão de reais com cargos comissionados, prefeito de Macau parte para a exoneração e irrita bastante os aliados políticos

Prefeito de Macau. Kerginaldo Pinto. Foto: Caninde Soares
O Jornal de Hoje revelou: em poucos meses, a Prefeitura de Macau já havia gasto mais de meio milhão de reais com o pagamento de cargos comissionados. Só um mês depois da matéria, porém, é que parece que o prefeito do município, Kerginaldo Pinto, do PMDB, parece ter sentido o peso dos pagamentos e decidiu exonerar, de uma só vez, 250 funcionários.
O anúncio foi feito na segunda-feira, na sede da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) em Natal, em encontro com os vereadores da bancada governista. A medida, segundo o prefeito, foi necessária devido as quedas frequentes de receita (FPM e ICMS), que tem previsão de recuperação somente em novembro. E na Femurn, aparentemente, os parlamentares aceitaram a medida, até porque permaneceriam nos cargos os secretários, os diretores de escolas e os diretores de unidades de saúde.
O problema foi que, à noite, o presidente da Câmara Municipal de Macau, o vereador Oscar Paulino de Souza, do mesmo partido de Kerginaldo Pinto, informou que se reuniu com os vereadores da base aliada, e todos afirmaram que romperiam com o sistema governista do prefeito de Macau, caso as demissões sejam mesmo confirmadas.
“Comuniquei ao prefeito o rompimento dos vereadores da base aliada caso o prefeito mantenha a decisão de exonerar o povão, nos reunimos e decidimos, todos os dez vereadores em não acatar a decisão do prefeito, que irá deixar 250 pais de famílias sem emprego.” Declarou Oscar a um blog de notícias da região.
A matéria d’O Jornal de Hoje publicada em junho se baseou em informações do Portal da Transparência do Município. Até aquele mês, a gestão de Kerginaldo havia arrecadado R$ 16,5 milhões, sendo boa parte dessa quantia proveniente dos repasses constitucionais, como royalties e Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Porém, só estavam registrados pouco mais de R$ 8 milhões e, deste total, 567 mil foram para pagar apenas os gastos do gabinete do prefeito Kerginaldo Pinto, do PMDB.
Desse meio milhão, cerca de R$ 170 mil foram para disponibilizar os salários dos cargos comissionados. Para se ter uma ideia do quanto esse valor é elevado, o quadro que mais consumiu despesas, que foi a Secretaria de Infraestrutura, consumiu R$ 243 mil com o pagamento de servidores. A diferente é que todos esses são efetivos e não comissionados, como no gabinete do prefeito.
Se os pagamentos a pessoas físicas fossem somados aos cargos comissionados, os gastos do gabinete do prefeito subiriam para quase R$ 459.668,34 de janeiro a junho. (CM)

Fonte: Jornal de Hoje

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