O Jornal de Hoje revelou: em poucos meses, a Prefeitura de Macau já
havia gasto mais de meio milhão de reais com o pagamento de cargos
comissionados. Só um mês depois da matéria, porém, é que parece que o
prefeito do município, Kerginaldo Pinto, do PMDB, parece ter sentido o
peso dos pagamentos e decidiu exonerar, de uma só vez, 250 funcionários.
O anúncio foi feito na segunda-feira, na sede da Federação dos
Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) em Natal, em encontro com os
vereadores da bancada governista. A medida, segundo o prefeito, foi
necessária devido as quedas frequentes de receita (FPM e ICMS), que tem
previsão de recuperação somente em novembro. E na Femurn, aparentemente,
os parlamentares aceitaram a medida, até porque permaneceriam nos
cargos os secretários, os diretores de escolas e os diretores de
unidades de saúde.
O problema foi que, à noite, o presidente da Câmara Municipal de
Macau, o vereador Oscar Paulino de Souza, do mesmo partido de Kerginaldo
Pinto, informou que se reuniu com os vereadores da base aliada, e todos
afirmaram que romperiam com o sistema governista do prefeito de Macau,
caso as demissões sejam mesmo confirmadas.
“Comuniquei ao prefeito o rompimento dos vereadores da base aliada
caso o prefeito mantenha a decisão de exonerar o povão, nos reunimos e
decidimos, todos os dez vereadores em não acatar a decisão do prefeito,
que irá deixar 250 pais de famílias sem emprego.” Declarou Oscar a um
blog de notícias da região.
A matéria d’O Jornal de Hoje publicada em junho se baseou em
informações do Portal da Transparência do Município. Até aquele mês, a
gestão de Kerginaldo havia arrecadado R$ 16,5 milhões, sendo boa parte
dessa quantia proveniente dos repasses constitucionais, como royalties e
Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Porém, só estavam
registrados pouco mais de R$ 8 milhões e, deste total, 567 mil foram
para pagar apenas os gastos do gabinete do prefeito Kerginaldo Pinto, do
PMDB.
Desse meio milhão, cerca de R$ 170 mil foram para disponibilizar os
salários dos cargos comissionados. Para se ter uma ideia do quanto esse
valor é elevado, o quadro que mais consumiu despesas, que foi a
Secretaria de Infraestrutura, consumiu R$ 243 mil com o pagamento de
servidores. A diferente é que todos esses são efetivos e não
comissionados, como no gabinete do prefeito.
Se os pagamentos a pessoas físicas fossem somados aos cargos
comissionados, os gastos do gabinete do prefeito subiriam para quase R$
459.668,34 de janeiro a junho. (CM)
Fonte: Jornal de Hoje
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