quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sem autorização do diretor geral, DER retira gelo baiano instalado em Pirangi



Direção do DER informou que equipe de fiscalização iria analisar o problema relatado, mas sinalização foi retirada, sem autorização, na manhã de hoje. Foto: Wellington Rocha
A sinalização com gelo baiano que impede que os veículos andem em contramão no final da avenida São Sebastião, ao lado do Cajueiro de Pirangi, é motivo de descontentamento entre comerciantes da praia. Tal razão levou ao titular do Departamento de Estradas e Rodagens (DER), Demétrio Torres, encaminhar na manhã desta quarta-feira uma equipe de fiscalização no local para averiguar os possíveis problemas causados pelo gelo baiano. Entretanto, mesmo sem autorização do diretor geral do Departamento, a sinalização já foi retirada.
Segundo informações passadas à reportagem d’O Jornal de Hoje, Demétrio esclareceu que a equipe de fiscalização faria apenas a análise das condições da sinalização no local – sem possibilidade de ser retirada ainda hoje. Entretanto, a ordem dada à equipe foi passada por cima de sua autoridade. Questionado sobre a ordem de serviço, o diretor geral do DER confirmou que a determinação foi apenas para fiscalização e não de retirada.
“Irei procurar saber quem autorizou a retirada do gelo baiano. Como havia informado à reportagem hoje cedo, encaminhamos uma equipe para fiscalizar a situação, já que muitas pessoas reclamaram das consequências desta sinalização”, afirmou o diretor geral do DER. Segundo o presidente da Associação dos Moradores de Pirangi do Norte (Amopin), Francisco Cardoso, o gelo baiano foi instalado em dezembro do ano passado por ordem do Departamento de Estradas e Rodagem.
“Eles acabaram com uma armadilha e colocaram de novo. Há quase 15 anos que existe esse problema na fusão da avenida São Sebastião com a Márcio Marinho. É uma área de muito risco de acidente, já que se trata de uma curva fechada e o condutor não tem muita visibilidade. Houve a instalação de placas de sinalização, informando a contramão, mas os motoristas não respeitavam. O jeito foi solicitarmos o gelo baiano. Desde a instalação das pedras que não acontece acidente naquele trecho”, relatou Francisco Cardoso.
Para o presidente da Amopin, a retirada do gelo baiano foi uma medida para atender aos empresários locais. “Eles estão atendendo a um pedido de políticos e empresários. A pergunta que fica é quem será o responsável pelos acidentes que vierem acontecer no local: o DER ou os empresários que o DER está atendendo?”, avaliou o líder da comunidade.

Com um posto de combustível funcionando há 14 anos nas proximidades da sinalização, o empresário Júnior Rocha é um dos principais personagens que reivindicam mudanças no sistema de trânsito na área. O gerente responsável pelo posto, Ferme Aleixo Freire, recebeu a equipe e explicou o motivo da reivindicação, já que o dono do estabelecimento não estava presente.
“O verão é o período em que os comerciantes mais esperam lucrar, mas não é o que acontece. As placas de sinalização e o gelo baiano impedem que mais motoristas possam abastecer em nosso posto, por exemplo. Isso é ruim para o posto e para o consumidor. Uma pessoa que precisa abastecer o carro e está vindo no sentido Natal-Búzios, terá que dar uma volta no sentido contrário para passar por aqui e depois dar outra volta e seguir seu rumo”, disse Ferme.
O gerente avalia que uma mudança no sistema de trânsito, pelo menos durante o veraneio, seria a melhor solução. “Uma alternativa seria estabelecer alguns horários para que a avenida Márcio Marinho vire mão dupla. Assim, a gente conseguiria pegar os dois sentidos de fluxo”, afirmou Ferme. De acordo com o funcionário, o posto deixa de lucrar durante o verão cerca de 40%.
O dono de um self-service que fica ao lado do Cajueiro também acredita que o sistema é prejudicial para o comércio. “Eu levo ‘chibatada’ o ano todo, trabalhando duro, e quando chega o verão, momento em que posso ter um lucro maior, sou arduamente prejudicado. Perco clientes porque eles não têm como passar pelo meu restaurante, muito menos estacionar próximo a ele”, disse o senhor Arlindo.
Segundo Arlindo, o restaurante existe há 24 anos em Pirangi e só os empresários que têm estabelecimento próximo ao Cajueiro são prejudicados. “Ao lado do meu restaurante você vê placa sinalizando contramão, placa de proibido estacionar, faixas amarelas no meio fio e gelo baiano – que felizmente foi retirado hoje. Da Marina Badauê para Natal ninguém vê tanta proibição. Eu me sinto como se estivesse sendo agredido pelas costas”, disse.

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