terça-feira, 18 de novembro de 2014

Benefícios do Escotismo ganham destaque na mídia paranaense

A Gazeta do Povo, o maior jornal do Paraná, publicou uma matéria sobre os benefícios que o Escotismo traz para a vida das crianças, jovens e adolescentes. Confira:

É tarde de sábado. No Bosque do Papa João Paulo II, o menino Leandro Lopes dos Santos, de 9 anos, corre e ri com outras crianças de sua idade. De boné azul na cabeça e lenço no pescoço, ele aproveita para brincar nos minutos que antecedem o início da atividade do Grupo Escoteiro Marechal Rondon.

Leandro se tornou lobinho, como são chamados os membros do escotismo de sete a 10 anos, durante uma fase difícil de sua vida. Há um ano, ele se tornou órfão de pai. O menino, que sempre foi agitado, reagiu à perda precoce com indisciplina – tanto em casa quanto na escola. “As notas caíram, ele estava muito rebelde e dengoso”, conta sua mãe, a dona de casa Maria Cristina Padilha Lopes, de 35 anos.

Em meio a esses problemas, resolveram conhecer o movimento escoteiro por sugestão de uma amiga de infância de Maria Cristina, a administradora Suzana D’Ávila, que é chefe dos lobinhos do grupo Marechal Rondon. Leandro começou a participar das atividades, gostou e decidiu entrar no grupo.

Hoje, quase um ano depois, a mãe avalia que os jogos, canções e passeios contribuíram para o desenvolvimento do filho. Além do progresso no boletim, Leandro está mais maduro e consciente. “Ele procura fazer boas ações e se vira sozinho, mostra iniciativa e independência”, compara Maria Cristina.

Cidadania e Autonomia

“Temos vários casos de melhoria no meio familiar e escolar”, conta a presidente do grupo Marechal Rondon, a advogada Valéria Reginatto. Segundo ela, o escotismo é um movimento educacional não-formal que desenvolve em seus membros o conceito de cidadania. “Incentivamos eles a ver que a vida vai além do umbigo deles”, explica.

Com atividades que estimulam o respeito ao próximo, ao meio ambiente e à comunidade, crianças e jovens são instigados a deixar o mundo melhor do que o encontraram. “Em contato com um conjunto de valores que envolve lealdade, cortesia e educação, eles vão naturalmente desenvolvendo senso político, de justiça e de respeito às regras da vida em sociedade”, diz a presidente.

A orientadora disciplinar e coordenadora pedagógica Dora Lúcia Cotrin Alcântara afirma que o escotismo traz inegáveis benefícios à educação dos participantes. “O aspecto cognitivo é estimulado com tarefas de concentração e desafios, como aprender a fazer nós. E há um crescimento global, com o desenvolvimento da autonomia e da integração social”, observa a pedagoga, que tem uma filha escoteira.

Durante as atividades, os membros são colocados em situações em que lideram e são liderados. Isso os prepara para a vida, inclusive para o mercado de trabalho, ressalta Dora: “O contato pessoal com o próximo, que tem se perdido com tanta tecnologia, é resgatado. A vivência em grupo, o trabalho em equipe, a troca, a conversa, tudo isso é muito valorizado”.

De acordo com a pedagoga, é notável o progresso que o escotismo gera em crianças tímidas, medrosas, inseguras ou com déficit de atenção. “As práticas escoteiras mexem nos mecanismos emocional e mental, a criança vê que pode enfrentar desafios e fica mais autoconfiante. Sou apaixonada pela educação e me tornei apaixonada pelo movimento escoteiro”, declara.

Serviço


Podem praticar o escotismo crianças e jovens de 7 a 21 anos. Em Curitiba, há 35 grupos escoteiros. Para saber qual se reúne mais próximo à sua casa, consulte o site www.escoteiros.org. As mensalidades variam de R$ 10 a R$ 75, dependendo do grupo e de descontos e isenções para participantes carentes.

Adaptação


Criado no início do século 20, o método escoteiro é constantemente atualizado

O método escoteiro é direcionado por um programa educativo, semelhante ao currículo de um colégio, explica a presidente do grupo Marechal Rondon, Valéria Reginatto. Como o escotismo nasceu no início do século 20, o programa passa por constante atualização. “Fazemos renovações periódicas com o apoio de educadores e psicólogos. Há um acompanhamento permanente para que as práticas estejam adequadas ao momento em que se está vivendo”, salienta.

Nas conversas e atividades, por exemplo, foram incluídos os temas bullying e exposição na internet, tópicos de que não se cogitava falar há alguns anos. As redes sociais e as novas tecnologias também foram incluídas no cotidiano escoteiro. “A gente não pode se amarrar a métodos do passado, hoje o jovem passa a maior parte do dia com o celular na mão, nas redes sociais. Usamos Twitter, Facebook e Instagram para compartilhar experiências entre os membros e também para levar o escotismo a outras pessoas”, afirma a presidente.

Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/

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