terça-feira, 9 de abril de 2013

Operação do MP contra desvio de dinheiro no RN prende 13 pessoas


Patrícia Antunes Martins, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do RN (Foto: Fernanda Zauli/G1)Patrícia Antunes Martins, coordenadora do
Gaeco no RN (Foto: Fernanda Zauli/G1)
Das 14 prisões previstas pela operação Máscara Negra, 13 foram efetuadas nesta terça-feira (9) no Rio Grande do Norte, segundo o Ministério Público. O 13º  foi preso em Macau, a 180 quilômetros de Natal, no final da tarde. Todos os detidos foram ouvidos, e permanecem presos no estado. De acordo com o órgão, o último mandado de prisão deve ser cumprido no estado de São Paulo.
O MP potiguar também cumpriu 53 mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Norte, PernambucoCeará,BahiaParaíba e São Paulo. De acordo com o MP, foram desviados mais de R$ 3 milhões em contratações fraudulentas de shows musicais, estrutura de palco, som, trios elétricos e decoração para eventos realizados entre os anos de 2008 a 2012 em Guamaré e Macau, ambas no litoral Norte potiguar.
A investigação sobre o superfaturamento resultou na operação Máscara Negra, deflagrada pelo Ministério Público em parceria com diversos órgãos e deve cumprir mandados de prisão, de busca e apreensão, de bloqueio de bens e de afastamento das funções públicas em pelo menos 12 estados. O desvio de verbas públicas sob investigação ultrapassa R$ 1,1 bilhão. Leia mais.
No RN, além de documentos, o MP apreendeu dinheiro, veículos e realizou o bloqueio de contas. "Só na casa de um dos presos apreendemos a quantia de R$ 80 mil", enfatizou a promotora Patrícia Antunes Martins, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Ainda de acordo com a promotora, todas as 13 pessoas presas foram ouvidas e permanecem em prisão temporária, que pode durar até cinco dias. Segundo Patrícia, um dos presos confirmou a participação no esquema de superfaturamento de shows musicais. "Um deles confirma a linha de investigação do Ministério Público, confessando a participação" adiantou a promotora ao G1, evitando dar maiores detalhes para preservar a investigação.
Segundo Patrícia, todos poderão ser ouvidos novamente, e muitos se mostraram favoráveis a colaborar com o MP. Indagada sobre a possibilidade de haver delação premiada - benefício legal condedido a um delator que aceite colaborar na investigação - , a promotora não descartou a hipótese. "Ainda não posso afirmar, mas não descartamos isso. Eles se mostraram interessados em colaborar conosco", disse Patrícia. 
As pessoas que foram presas durante a operação estão detidas no Comando Geral da PM e no Centro de Detenção Provisória de Pirangi, ambos em Natal; no Centro de Detenção Provisória de Parnamirim, na Grande Natal; e na Delegacia de Macau, informou a promotora.
"A investigação continua e entra agora na fase mais complexa. Vamos analisar os documentos, fazer uma triagem para saber o que realmente importa e devolver o que não for utilizado aos donos. Mas sabemos que estamos no caminho certo", finalizou Patrícia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário