quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Larissa Rosado pede investigação contra campanha de Cláudia

Política


Campanha da candidata quer que justiça eleitoral apure o conteúdo dos vídeos. Por meio de advogado, campanha de Cláudia (direita) rebate acusações de adversária. Fotos: Carlos Santos/DN/D.A Press e Alcivan Costa/DN/D.A Press


A disputa entre a deputada estadual Larissa Rosado (PSB) e a vereadora Cláudia Regina (DEM) pela Prefeitura de Mossoró ganhou contorno judicial ontem, após exibição de dois trechos de um vídeo pela produção do programa da pessebista. No primeiro, supostos cabos eleitorais de Cláudia criticam Larissa em conversa com eleitores. No segundo, uma suposta funcionária da prefeitura orientava supostos candidatos a funcionários da campanha da democrata a espalharem "boatos" sobre a candidatura adversária. As duas coligações entraram na Justiça com argumentações opostas referentes ao vídeo.

De acordo com o advogado Marcos Araújo, da coligação "Frente Popular Mossoró Mais Feliz", que tem Larissa Rosado como candidata a prefeita, o vídeo chegou às mãos da equipe da pessebista por meio de uma eleitora que participou da reunião. "Uma eleitora de 18 anos foi arregimentada para ir para um local onde os jovens seriam chamados para fazer trabalho de campo. No entanto, era para fazer propaganda negativa. Ela não concordou, gravou e trouxe os vídeos", contou.

Segundo o advogado de Larissa, o vídeo atestou que as pessoas eram orientadas a espalhar boatos sobre a candidata do PSB. "Foram exibidos apenas dois trechos. Mas o vídeo tem mais de 3 horas de duração. A primeira parte exibida já mostra a ação dos jovens que estão sendo arregimentados para trabalhar fazendo propaganda negativa de Larissa. A segunda parte é uma reunião com esses jovens, ensinando como eles deveriam trabalhar", explicou.

O advogado disse que o conteúdo do vídeo será entregue, na íntegra, à Justiça Eleitoral. "O vídeo mostra que os jovens eram chamados para fingir que eram funcionários de uma empresa de consultoria de um novo shopping que seria instalado no Bairro Alto de São Manoel. Num dado momento da entrevista, começariam a falar em política, dizendo que Larissa iria acabar com o Programa do Leite, fechar creches, entre outras coisas", descreveu.

Marcos Araújo disse que já enviou ao Ministério Público e ao juiz eleitoral um pedido de investigação dos fatos acerca desse vídeo. "Comunicamos ao juiz e ao promotor eleitoral para investigar os fatos. A promotoria é que vai iniciar a investigação. As salas foram alugadas pelo coordenador da campanha de Cláudia (jornalista Neto Queiroz). A funcionária da prefeitura Aparecida Delfino diz que fatos graves vão acontecer nos últimos dias. Vamos aguardar a investigação", ponderou.

Já a coligação "Força do Povo", que tem Cláudia Regina como candidata, entrou com pedido de direito de resposta pelo fato de o vídeo ter sido editado e exibido na propaganda eleitoral de Larissa. De acordo com o advogado da coligação, Olavo Amilton, o conteúdo dos dois vídeos exibidos pelo programa da pessebista em relação à Cláudia Regina são de caráter "duvidoso". Ele criticou os dois momentos do material exibido pela Coligação "Frente Popular Mossoró Mais Feliz".

"Inicialmente, o conteúdo do vídeo que aparece primeiro é muito duvidoso. Não aparece sequer o rosto do homem que fala nas imagens. Mesmoassim, o conteúdo é sobre questões que não são novidades. Ele diz que Larissa administrou, e administrou mal, o Jornal "O Mossoroense" e a Casa de Saúde Dix-sept Rosado. São situações que as pessoas comentam em Mossoró. Sobre o ar condicionado em paradas de ônibus também", comentou o advogado de Cláudia.

Olavo destacou que a parte divulgada de uma suposta reunião em salas alugadas pela coordenação de campanha de Cláudia foi editada e descontextualizada, sendo impossível seu real entendimento. "Foi tirado de contexto. Não sei nem do que se trata, pois são frases soltas. Foi uma montagem ilegal. Informações falsas. Será questionado judicialmente. Atribuo isso ao desespero de uma candidata que estacionou nas pesquisas e vem perdendo espaço", declarou.

O advogado de Cláudia Regina disse ainda que Aparecida Delfino, citada pela apresentadora do programa da canidata do PSB como funcionária da prefeitura, foi exonerada desde março deste ano. "É uma afirmação caluniosa, de que seria servidora do município em horáriode expediente. No vídeo ninguém cita nenhum candidato. Não cita Cláudia Regina nem a coligação. Os trechos são soltos. Não sabemos nem quem são os interlocutores. É impossível saber também se o local é o mesmo dito na apresentação do programa. Está tudo muito confuso", analisou.

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