O nome do PMDB para disputar o cargo de governador do Rio Grande do Norte, em caso de rompimento com o DEM, é o do atual presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB). A informação é do ex-governador e atual ministro da Previdência, Garibaldi Alves, em entrevista no último sábado ao jornal Gazeta do Oeste. De acordo com o jornal mossoroense, Garibaldi foi taxativo ao afirmar que, “para o governo do Estado pelo PMDB, eu veria o nome de Henrique”, declarou. “Henrique está muito feliz, conforme o que se percebe, é uma coisa que se vê a olho nu, pois é uma coisa muito evidente que ele quer se manter no cenário nacional onde ele desfruta de um grande prestígio. Mas, o candidato mais viável do PMDB para disputar o governo do Rio Grande do Norte é o deputado Henrique Eduardo Alves, no caso de um rompimento na aliança entre o PMDB e o DEM aqui no Estado”, afirmou Garibaldi.
A declaração do ministro desautoriza a declaração do próprio Henrique, também à imprensa mossoroense neste fim de semana, afirmando que não existe possibilidade de rompimento do PMDB com o DEM, da governadora Rosalba Ciarlini (DEM). “A possibilidade de rompimento não existe”, descartou Henrique, afirmando que a ele não chegou rumor de rompimento do seu partido com o governo de Rosalba e lembrando que as reclamações públicas do PMDB não passaram de “dificuldades políticas”.
INQUIETAÇÕES
Contudo, coube novamente ao ministro da Previdência, ainda em entrevista ao jornal Gazeta do Oeste, informar o quadro real do PMDB no Rio Grande do Norte. Segundo Garibaldi, existe uma “inquietação” nas bases do PMDB, no que diz respeito à aliança com Rosalba. “A inquietação se deve ao fato de o governo não ter os melhores índices ou não ter encontrado os melhores índices de aprovação e isso é absolutamente necessário. Está sendo feito um esforço e houve um consenso quanto à indicação de novos secretários e vamos esperar”, recomendou Garibaldi.
Em entrevista ao blog de Carlos Skarlack, Garibaldi complementou o raciocínio iniciado na entrevista à Gazeta do Oeste, afirmando que a indicação do novo secretário de Agricultura, Júnior Teixeira, do PMDB, não foi uma sugestão, propriamente dita, do seu partido, mas da base. “A indicação não foi isoladamente do PMDB, foi uma composição dos partidos da base como o DEM, o PR, o PMN”, afirmou o ministro.
Para deixar claro seu entendimento, o ministro da Previdência, ao ser abordado sobre o caminho natural do PMDB em 2014, afirmou que o não rompimento do partido com o governo Rosalba, agora no início de 2013, não significa que PMDB e DEM estarão aliados em 2014. “Não significa que na eleição de 2014 o PMDB vá apoiar Rosalba, de modo nenhum”, disse.
Apesar disso, Garibaldi também voltou a recomendar o discurso do próprio primo e presidente do PMDB, Henrique Alves. “O nosso presidente Henrique Alves, tem defendido e dito que o PMDB só vai tratar as eleições de 2014, em 2014, por isso, vamos esperar para se tomar uma decisão”, disse. Ele ressaltou que o PMDB vai reunir suas lideranças no Rio Grande do Norte, para saber o que cada uma quer e o que é melhor para a legenda como um todo. “No momento certo, vamos reunir nossos filiados para tomar uma decisão conjunta sobre 2014″.
DISCURSOS
Enquanto para uns jornais de Mossoró, o presidente da Câmara assegurava que o rompimento com o DEM não vai acontecer, como no caso do Jornal de Fato do último sábado, para outros, como o blog do jornalista Carlos Skarlack, Henrique chegou a endurecer novamente o discurso contra o governo Rosalba Ciarlini. Isso porque depois de avalizar a indicação do novo secretário de Agricultura, Henrique tornou a dizer que o PMDB tem dificuldade com o governo Rosalba. “Temos dificuldades com o governo, de tratarmos as coisas com desenvoltura, pois na teoria é uma coisa, mas vamos ver como é que na prática isso vai funcionar”, afirmou, ainda em sua passagem pela cidade de Mossoró.
Henrique, que na sexta-feira à noite havia negado a possibilidade de rompimento do PMDB com o DEM, no sábado já nutria outro discurso: o de que o governo precisa dar maior autonomia aos secretários estaduais. “O que se espera é autonomia, abertura, desenvoltura”, afirmou. Indagado especificamente sobre 2014, Henrique disse que “O PMDB ainda não tem nome”, disse, emendando que as eleições 2014, somente serão tratadas por seu partido em 2014.
Robinson é aplaudido e irrita Rosalba em Mossoró
O vice-governador Robinson Faria, presidente estadual do PSD no Rio Grande do Norte, protagonizou com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) momentos de tensão durante um fórum de vereadores em Mossoró, no último sábado. Na oportunidade, Robinson foi aplaudido pelos presentes, irritando a governadora, que foi vaiada. Habituada a ser o centro das atenções em Mossoró, em seu discurso Rosalba acabou protagonizando um verdadeiro ‘ataque’ de nervos e verbal, com insinuações contra o vice-governador, provável adversário dela nas eleições de 2014.
Tudo começou quando o vice-governador foi citado pelo cerimonial, com a maioria dos presentes aplaudindo com ênfase o nome do governadorável. Na sequencia, Rosalba tomou o microfone para fazer ataques verbais e insinuações. O vice-governador Robinson Faria tentou reagir, mas o presidente da Câmara Municipal de Mossoró, vereador Francisco José Júnior, que presidia a solenidade, e que, inclusive, pertence ao partido de Robinson, o PSD, não facultou a palavra para que o presidente de seu partido se defendesse das insinuações feitas pela governadora Rosalba Ciarlini.
“A governadora Rosalba Ciarlini, uma das convidadas ilustres, acabou protagonizando um verdadeiro ‘ataque’ de nervos e verbal. Habituada a ser o centro das atenções em Mossoró, Rosalba nem fez questão de esconder seu ar de reprovação aos aplausos efusivos e incontidos ao vice-governador. Porém, foi ao ter facultada a palavra, que Rosalba deixou os bons modos de lado. Em um misto de discurso com desabafo que, para os presentes, ecoou mais como um ataque ao vice-governador”, relatou o jornalista Carlos Skarlack.
Ainda segundo o blogueiro, Rosalba fez uma série de acusações. “A governadora chegou até a declarar que naquele local, tinha político que pagava jornalistas e empresas de comunicação para atacar a ela e a outros políticos”, contou.
EXPLICAÇÕES
Na ocasião, Francisco José Júnior tentou explicar a Robinson que o próximo a falar, depois de Rosalba, era o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves, maior estrela do evento. E que o tempo já tinha passado do horário combinado. Robinson aceitou e o clima entre Francisco José Júnior e Robinson Faria, ao final, foi de paz. “Tanto é assim, que, depois do evento no Thermas, logo depois de entrevista de Robinson, na Rádio Difusora, os dois se reencontraram. Francisco José Júnior, ao lado de outros vereadores como Jório Nogueira e das deputadas Sandra e Larissa Rosado, comemoraram o aniversário do vice-governador em um restaurante da cidade”, relata ainda o blogueiro Carlos Skarlack.
Ao ser abordado sobre o tema, o vice-governador falou sobre o episódio. “Eu solicitei ao cerimonial o direito de fazer uso da palavra, mas fui o único a não falar na solenidade”, declarou Robinson Faria. Em entrevista à Rádio Difusora de Mossoró AM, porém, Robinson deu o troco a Rosalba: “Queria fazer apenas uma pergunta à governadora Rosalba. Como não tive a oportunidade de perguntar na presença dela, pergunto agora, aqui, e faço um desafio para a governadora: que ela me responda e apresente apenas uma ação de seu governo contra os efeitos da seca”, disparou.
Robinson lembrou que o que tem sido feito contra os efeitos da estiagem no Rio Grande do Norte é com dinheiro do governo federal. “A Bolsa Família que o homem do campo recebe é com recursos do governo Dilma e os carros pipas são com recursos do DNOCS”, afirmou o vice-governador, se referindo ao Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOSC).
MÁ SORTE
Ainda segundo as impressões do jornalista Carlos Skarlack, a governadora Rosalba Ciarlini não teve um dos seus melhores momentos neste fim de semana de presença peemedebista na capital do Oeste. “Em seu próprio canteiro mossoroense, a Rosa descobriu que nem tudo são flores; depois de começar sendo vaiada, na tarde de ontem, na Câmara Municipal de Mossoró, depois de saber que em entrevista em que Henrique disse que o PMDB continua esperando que ela coloque um fim no governo centralizador; depois de tomar conhecimento que o ministro Garibaldi disse que o PMDB não indicou o novo secretário da Agricultura e que não tinha compromisso político com ela para 2014; e depois de ler que o nome do PMDB para o governo é Henrique Alves, a governadora Rosalba Ciarlini até pode ter pensado que era o fim dos dissabores. Lego engano. Na presença dela própria e de outras estrelas políticas, foi vaiada e teve que ver Robinson Faria ser mais aplaudido. Ai a governadora saiu do sério”.