Criticado na semana passada, Neymar respondeu na noite desta
quarta-feira e fez o Corinthians ser vazado pela primeira vez no
Pacaembu nesta edição da Copa Libertadores. Mas não foi suficiente: com
gol de Danilo na etapa final, o time da casa empatou por 1 a 1 e se
valeu da vantagem obtida com o 1 a 0 no jogo de ida para eliminar o
Santos e obter classificação inédita à final da Copa Libertadores.
O
último obstáculo do Corinthians na tentativa de conseguir seu primeiro
título sul-americano será o vencedor do duelo entre Universidad de
Chile e Boca Juniors-ARG, a ser definido nesta quinta-feira – o time
argentino é favorito por ter vencido o primeiro jogo por 2 a 0, em casa.
Mesmo
sem ainda nem conhecer o oponente da decisão, cujo primeiro confronto
será na quarta-feira que vem, o clube do Parque São Jorge já atinge sua
melhor campanha em dez participações na história da Libertadores. O
máximo que havia alcançado era a semifinal, em 2000, ano em que o time
alvinegro foi eliminado pelo Palmeiras, nos pênaltis.
Nesta
quarta-feira, assim como doze anos atrás, era o adversário que
precisava da vitória. Só que o Santos atrasou a subida do vestiário em
quatro minutos do horário marcado para a partida começar. O árbitro
então não permitiu que os jogadores se aquecessem mais em campo,
ordenando-os a se perfilarem para a execução do Hino Nacional
imediatamente depois de posarem para a fotografia.
Quando a bola
enfim rolou, quem atrasou foi o Corinthians. Com a vantagem de poder
empatar, o time da casa recuou a marcação, ao contrário do que sempre
fez, e chamou o adversário para seu campo. Só que o Santos tinha
dificuldade para se infiltrar. Tentava confundir a marcação com Ganso
buscando a bola da defesa, atrás de Arouca, e Neymar rodando entre os
volantes e os zagueiros corintianos.
Em uma das jogadas
ofensivas, Neymar foi desarmado por Willian no meio-campo e propiciou
perigosíssimo contragolpe. O Corinthians saiu com tudo de trás, e a
bola passou pelos pés de Jorge Henrique, Danilo, Alex e Paulinho até
ser devolvida para Willian, que chutou rasteiro da entrada da área, mas
sem força, facilitando a defesa de Rafael.
Outra rara chance do
Corinthians, depois de seguidas subidas do Santos, foi através de bola
parada na meia direita, aos 20 minutos. A barreira esperava cobrança de
Chicão, mas Alex bateu rapidamente na tentativa de surpreender Rafael.
Mas o goleiro estava esperto e pulou no canto esquerdo para espalmar a
escanteio.
Quatro minutos mais tarde, Fábio Santos ficou com
sobra pouco à frente da área e rifou a bola. Um lance atípico que
deixou clara a estratégia defensiva da equipe mandante – ou apenas de
seus jogadores, já que o técnico Tite se esgoelava à beira do gramado
pedindo a eles que subissem a marcação.
Mantendo-se da linha do
meio-campo para frente, o Santos quase abriu o placar em chute de Juan
defendido por Cássio, após bola atrasada por Ganso. Aos 35 minutos,
sim, o time visitante inaugurou o marcador. Neymar deixou Fábio Santos
no chão e abriu na direita para Alan Kardec cruzar rasteiro. Borges
desviou no meio, e Neymar ainda deixou a bola tocar a trave esquerda
antes de empurrar à rede.
A calma então virou pressa, e o
Corinthians se lançou à frente. Mas não conseguiu balançar a rede no
primeiro tempo graças a Rafael. O goleiro santista espalmou cabeceio de
Jorge Henrique aos 45 minutos e segurou a diferença mínima parcial até
a descida para o intervalo.
No intervalo, Tite sacou Willian
para a entrada de Liedson e certamente sacudiu seus atletas. O
Corinthians voltou muito diferente para o segundo tempo e empatou o
jogo aos três minutos do segundo tempo. Alex cobrou falta da ponta
esquerda, a bola atravessou a área sem ser cortada pela defesa e caiu
para Danilo. Ele dominou e chutou firme, estufando a rede de Rafael,
para delírio do banco corintiano, que a essa altura já contava com o
diretor Roberto de Andrade.
Inflamado e novamente com o placar
favorável, o time da casa continuou marcando na frente. Aos oito,
Paulinho chutou bola pela lateral, e Adriano deu início a uma breve
confusão. O volante santista empurrou um gandula que pretendia atrasar
a reposição de bola, e os corintianos só não foram para cima do
adversário porque Tite não os deixou.
A marcação adiantada
persistiu por algum tempo e começou a cair por terra na metade do
segundo tempo, pouco depois de Paulinho acertar a trave direita e ver o
assistente apontar impedimento. Neymar procurou bola em todos os
espaços do campo, porém a retaguarda corintiana fechou-se bem e mostrou
o porquê de ter sido vazada só três vezes no torneio, um dos principais
motivos para que a classificação inédita à Libertadores fosse selada no
apito final de Leandro Vuaden.
CORINTHIANS 1 X 1 SANTOS
CORINTHIANS:
Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán, Fábio Santos; Ralf,
Paulinho e Alex; Jorge Henrique, Willian (Liedson) e Danilo
Técnico: Tite
SANTOS:
Rafael; Henrique, Edu Dracena, Durval e Juan (Léo); Adriano (Elano),
Arouca e Paulo Henrique Ganso; Alan Kardec, Neymar e Borges (Dimba)
Técnico: Muricy Ramalho
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 20 de junho de 2012, quarta-feira
Público: 37.978
Renda: R$ 2.599.702,50
Árbitro: Leandro Vuaden
Assistentes: Altemir Hausmann e Alessandro Rocha
Gols: Neymar, 35min do 1ºT; Danilo, aos 2min do 2ºT
Do Superesportes
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