O tabagismo
mata 6 milhões de pessoas no mundo anualmente, 1 milhão delas no
continente americano. Ele é o fator de risco mais importante para
doenças crônicas comuns, como o câncer, doenças cardiovasculares,
diabetes e doenças respiratórias.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), representação regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar do progresso alcançado no continente americano, a epidemia do tabaco vai continuar crescendo caso o tabagismo não seja controlado pelas autoridades.
O Relatório sobre o Controle do Tabaco na Região das Américas em 2013, lançado na semana passada, resume o progresso na implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS, o primeiro tratado internacional de saúde pública do qual 29 dos 35 países americanos fazem parte.
A Convenção obriga os Estados a pôr em prática uma série de medidas
para reduzir o consumo de tabaco e proteger a população contra a
exposição à fumaça.
Medidas práticas
De acordo com o documento, há seis medidas que podem ser aplicadas para reverter a situação nas Américas.
Os países devem fazer leis que exijam o uso de grandes advertências
ilustradas nas embalagens de cigarro para informar adequadamente os
consumidores sobre as consequências do fumo, monitorem a evolução do
consumo de produtos derivados do tabaco, protejam as pessoas contra a
exposição à fumaça, ofereçam ajuda para parar de fumar e aumentem os
impostos sobre esses produtos.
Na região, há 145 milhões de fumantes, que representam 12% do total
mundial. Segundo o relatório, menos de metade da população é protegida
contra a exposição da fumaça do tabaco em ambientes completamente livres
do fumo e apenas 25% está protegida da publicidade do produto.
A prevalência padronizada de consumo de tabaco na população adulta
americana é de 22% e varia muito entre os países. Entre os mais jovens,
de 13 a 15 anos, a prevalência do uso de tabaco varia de 35,1% no Chile a
2,8 % no Canadá, por exemplo.
Nas Américas, a implementação da Convenção-Quadro da OMS fez
progressos, mas ainda há desafios. Existem hoje 17 países que proíbem
fumar em espaços públicos e locais de trabalho fechados e transportes
públicos, como no Brasil, Chile, Costa Rica e Jamaica. Ainda assim,
estes 17 países representam apenas 46% da população da região.
Influência da publicidade
Apenas cinco países da região, representando 25% da população do
continente, estão protegidos contra a influência da publicidade, da
promoção e do patrocínio de produtos com tabaco. A maioria dos Estados
da região aplica impostos especiais para produtos com tabaco, mas poucos
usam essas leis como uma medida de saúde pública para reduzir o
consumo.
Pela primeira vez, o relatório fornece informações não só sobre o
tabagismo, mas também sobre outros produtos, com ou sem fumo. Por
exemplo, entre os adultos, o consumo de tabaco sem fumaça é baixo. No
entanto, o grupo de consumidores entre 13 e 15 anos é bem alta,
atingindo 12,6% na República Dominicana.
“Erroneamente acredita-se que o cigarro sem fumaça é uma alternativa
menos prejudicial para o tabagismo, além de ser mais barato e uma opção
em lugares onde é proibido fumar”, adverte o relatório.
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