sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

João Faustino morre aos 71 anos

O ex-senador e ex-deputado federal João Faustino Ferreira Neto, morreu ontem de madrugada em decorrência de complicações cardíacas, no Hospital do Coração, em Natal, onde estava internado para tratar uma suposta pneumonia. Diagnosticado há cerca de 15 dias com leucemia mieloblástica aguda, o ex-professor e ex-secretário de Educação dos governos Municipal e Estadual morreu à 1h10 dessa quinta-feira, aos 71 anos. O velório e o sepultamento ocorreram no cemitério Morada da Paz, no bairro Emaús, em Parnamrim.
Segundo o filho Edson Faustino, já sentindo-se cansado a ponto de não poder mais andar, o ex-senador acabou sendo internado no último dia 6. A morte de João Faustino repercutiu no meio político potiguar e nacional, que relembrou seu histórico de atuação e participação política.

Nascido em Recife no dia 16 de julho de 1942, o ex-deputado federal viveu  dramas como o assassinato de seu pai aos nove anos, já morando em Natal.

A participação política teve início no movimento estudantil na União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Norte (UEERN), até fundar o PSDB no RN e ocupar cargos no governo federal e do Estado de São Paulo. Mas, antes disso, Faustino se graduou em Pedagogia e Matemática, tornando-se professor universitário. Foi o primeiro diretor da Escola Técnica Federal do RN (ETFRN), antes chamada de Escola Industrial e atual Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). No início da década de 1970 deixou a sala de aula para começar sua carreira política.  Em 1971 assumiu o cargo de secretário municipal de Educação, onde permaneceu até 1972. Três anos depois tornou-se secretário estadual da mesma pasta, permanecendo até 1979. Com passagens pelos partidos PDS e PFL, atualmente era filiado ao PSDB. Eleito pela primeira vez deputado federal em 1978, pelo antigo partido Arena, conseguiu a reeleição em 1982 e novamente em 1990.

Candidaturas

Em 1986 foi candidato a governador do Rio Grande do Norte, apoiado por José Agripino Maia e Lavosier Maia, mas foi derrotado pelo candidato do PMDB, o ex-senador e ex-governador Geraldo Melo. Apesar da perda, foi nesse ano que João Faustino adotou a denominação que o acompanhou até a morte: “João do Coração”.

“Nós fomos protagonistas de uma campanha memorável. Éramos candidatos amigos, que se respeitavam e foi graças a isso, depois de passado o meu governo, que nós tivemos toda a naturalidade, não só para cultivar a amizade antiga, mas para nos abrigarmos no mesmo partido. Eu fui para o PSDB e no PSDB fiquei ao lado dele, eu como presidente do partido e ele como presidente de honra”, contou Geraldo Melo.

Durante sua carreira política, João Faustino tentou ainda o cargo de prefeito de Natal, tendo concorrido em 1996 com Hermano Morais como vice-prefeito. Foi derrotado e as candidatas Fátima Bezerra e Wilma de Faria disputaram o segundo turno.

Já em 2002 foi eleito como 1º suplente do senador Garibaldi Alves Filho, vindo a exercer o cargo duas vezes durante os dois mandatos. Da última vez, foi senador durante o mês de janeiro de 2011, quando Garibaldi deixou o posto para tornar-se ministro da Previdência. Quando morreu, ocupava o cargo de 1º suplente do senador José Agripino Maia, eleito em 2010.

Ainda na política, João Faustino participou da fundação do partido o qual pertencia ultimamente junto a Roberto Furtado e Odilon Coutinho. O ex-senador teve cargos  importantes, tanto no Governo do Estado de São Paulo durante gestão do ex-ministro José Serra, quanto durante o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso na presidência da República.

João Faustino Ferreira Neto foi casado com Sônia Fernandes, que deixou viúva junto aos filhos Edson, Lissa e Fafá.

Nos estudos, além das graduações de Matemática e Pedagogia, feitas antes de iniciar a carreira de professor e de político; além das pós-graduações na Fundação Getúlio Vargas e na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos; João Faustino cursou Direito na Universidade Potiguar (UnP), cuja graduação receberia na próxima semana. Em novembro de 2012, lançou o livro “Eu perdoo”, onde fez uma trajetória de sua vida pessoal e pública.

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