Há ainda previsão de encontro com líderes dos
protestos. A presidenta disse que está atenta às reivindicações e que o
pedido de mudança é legítimo.
Depois de uma semana de manifestações nas principais cidades do país,
a presidenta Dilma Rousseff se reúne hoje (24) com governadores e
prefeitos das capitais. Há ainda previsão de encontro com líderes dos
protestos. Na sexta-feira (21), em cadeia nacional de rádio e televisão,
ela defendeu o direito de protestar, mas condenou o vandalismo e os
atos de violência. A presidenta disse que está atenta às reivindicações e
que o pedido de mudança é legítimo.
“Os manifestantes têm o
direito e a liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir
mudanças, de lutar por mais qualidade de vida, de defender com paixão
suas ideias e propostas, mas precisam fazer isso de forma pacífica e
ordeira”, disse.
Dilma alertou que “o governo e a sociedade não
podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o
patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje
ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos. Essa
violência, promovida por uma minoria, não pode manchar um movimento
pacífico e democrático”.
A presidenta conversa com os prefeitos
das capitais às 16h, mas antes, ao meio-dia, eles participam de reunião
na sede da Frente Nacional de Prefeitos. Paralelamente, o
secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estará, às 15h, no
Rio de Janeiro, para se reunir com o governador Sergio Cabral e com o
prefeito Eduardo Paes.
No pronunciamento do último dia 21, Dilma
disse estar atenta às demandas dos manifestantes. “Eu quero repetir que o
meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Quero
dizer a vocês que foram pacificamente às ruas: estou ouvindo vocês! E
não vou transigir com a violência e a arruaça. Será sempre em paz, com
liberdade e democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso
grande país”.
Apesar de alguns líderes dos protestos terem
anunciado, na semana passada, a suspensão das manifestações, há uma
série de atos programados para hoje em várias cidades. As redes sociais
são o principal meio de organização dos protestos.
No Distrito
Federal, há manifestação marcada em Taguatinga, a maior cidade dos
arredores do Plano Piloto, cuja concentração está prevista para as 14h,
na Praça do Relógio. De acordo com líderes do movimento, o protesto é
contra a qualidade dos serviços públicos, a corrupção e os gastos na
Copa das Confederações e na Copa do Mundo de 2014.
Em São Paulo, a
previsão é que os protestos ocorram apenas amanhã (25). Há um ato
organizado na capital. A concentração está marcada para as 7h, na Praça
do Campo Limpo e no Capão Redondo.
Na semana passada, os protestos
levaram, em algumas cidades, à redução das tarifas de ônibus, cuja
reivindicação predominou nos atos. “As manifestações da semana trouxeram
importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes
ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor destas
manifestações para produzir mais mudanças, mudanças que beneficiem o
conjunto da população brasileira”, disse Dilma.
A presidenta
lembrou que a geração dela lutou muito para que a voz das ruas fosse
ouvida. “Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso. A voz
das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não pode ser confundida
com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros. Sou a presidenta
de todos os brasileiros, dos que se manifestam e dos que não se
manifestam. A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática”,
ressaltou.
Fonte: Agência Brasil
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