terça-feira, 5 de julho de 2016

PGR relaciona Henrique Eduardo Alves a “grupo criminoso”


Procuradoria-Geral da República revelou intermediação de Cunha em recebimento de propina a Henrique Eduardo Alves. 
A Procuradoria-Geral da República (PGR) revelou que detectou pagamentos da empreiteira Carioca Engenharia em uma conta secreta na Suíça que seria do ex-ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB). A informação foi revelada nesta terça-feira (5) no jornal Folha de São Paulo. 

Segundo o jornal paulista, a investigação aponta que Henrique Eduardo Alves teria se beneficiado do esquema de corrupção da Caixa Econômica Federal, revelado na última sexta-feira (1) na Operação Sépsis, que é um desdobramento da Lava Jato. 


Sabia-se até agora da existência da conta vinculada a ele no exterior e de uma investigação aberta pelo Ministério Público da Suíça. Agora, surgem dados sobre a origem dos depósitos. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diz que os repasses da Carioca a Henrique Alves foram feitos sob orientação do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).


De acordo com a Folha de São Paulo, o dinheiro enviado para a Suíça para a conta de Henrique Alves, segundo dados da Procuradoria, era oriundo de propina cobrada da empresa Carioca em troca da liberação de recursos do fundo de investimentos do FGTS para obras do Porto Maravilha, no Rio.


O jornal paulista revelou que teve acesso a um despacho de Janot, no qual ele relaciona Alves a um “grupo criminoso”. “Por ocasião da cobrança de vantagem indevida feita aos empresários da construtora Carioca, Cunha indicou para o depósito da propina outra conta, esta de Henrique Eduardo Alves”, disse o procurador-geral.


Pessoas próximas às investigações relataram ao jornal que houve mais de uma transferência da Carioca para o ex-ministro. Os valores totalizariam ao menos US$ 300 mil.

Em março, o Ministério Público da Suíça transferiu para o Brasil uma investigação contra Henrique Alves iniciada no país, por causa da descoberta da conta. Na ocasião, ela tinha saldo de R$ 2,8 milhões.

À Folha, o advogado do ex-ministro Henrique Alves, Marcelo Leal, afirmou que ele "nega veementemente ter recebido qualquer recurso indevido como vantagem pessoal em contas no Brasil ou no exterior e repudia o vazamento seletivo de informações em desrespeito à legislação e às garantias constitucionais".


Por meio de nota, o deputado afastado Eduardo Cunha nega ter pedido propina para Alves. "Não tive acesso à denúncia, não pedi propina nem para mim, nem para ninguém e desminto a afirmação", disse.

Fonte: nominuto.com

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