A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff no processo de impeachment pede,
na peça entregue nessa quarta-feira (1º) ao Senado, que a comissão
especial que analisa o mérito da denúncia de crime de responsabilidade
analise o teor das gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro
Sérgio Machado com lideranças do PMDB. A defesa pede também a suspeição
do relator da comissão, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).
Para o ex-ministro da Justiça e
ex-advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela
defesa da Dilma, o conteúdo das gravações mostram “claramente” que a
intenção do processo de impeachment é paralisar as investigações da Operação Lava Jato.
Para o advogado, com a divulgação das
gravações, “fica claro” que havia um “forte componente de articulação”
para o afastamento de Dilma da presidência, por ela não demonstrar
intenção de agir para obstruir as investigações da Lava Jato.
De acordo com Cardozo, a defesa quer que
a comissão especial peça à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao
Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento da delação de Sérgio
Machado. Na peça entregue ontem (1º), a defesa juntou trechos dos
diálogos entre Machado e o ex-ministro do Planejamento, senador Romero
Jucá (PMDB-RR), e o ex-presidente da República, José Sarney (PMDB-AP),
divulgados pela imprensa, por considerar que os trechos são “provas
vitais” do desvio de finalidade do pedido de impeachment.
Após a divulgação de conversas gravadas
por Machado, Jucá pediu licença do cargo de ministro do Planejamento.
Nas gravações, Jucá teria proposto um pacto para impedir avanço das
investigações da Lava Jato sobre seu partido, o PMDB.
*Com informações da Agência do Brasil
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