Por 11 votos a 9, o Conselho de Ética da
Câmara votou a favor do parecer do deputado Marcos Rogério (PDT-RO),
que mantém a admissibilidade da representação contra o presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar. A
decisão dá continuidade às investigações sobre o presidente da Câmara.
Cunha é acusado dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro e
por ter prestado falso testemunho quando depôs na CPI da Petrobras
negando ter contas secretas no exterior.
Cunha será notificado e terá 10 dias para apresentar defesa por escrito.
Minutos antes da votação, os deputados
chegaram a tentar acordos para adiar a sessão pela oitava vez. Os
parlamentares queriam evitar novas estratégias para atrasar o andamento
da representação protocolada há mais de 60 dias e também evitar a
judicialização do processo.
Pedido de vista
Antes, o Conselho de Ética decidiu, por
11 votos a 9, rejeitar pedidos de vista ao parecer apresentado pelo novo
relator do caso, Marcos Rogério (PDT-RO). Segundo alguns deputados do
conselho, “a ordem veio de lá” da defesa de Cunha que agora quer
concentrar esforços para responder as acusações na Justiça.
Em uma sessão um pouco mais tranquila do
que a da última semana, deputados do Conselho de Ética decidiram, sob
divergências, não aceitar o pedido de vista que tinha sido apresentado
pelo deputado Genecias Noronha (SD-CE) que poderia adiar, pela oitava
vez, a votação do relatório favorável ao seguimento das investigações
sobre Eduardo Cunha no colegiado. A decisão foi questionada por aliados
do peemedebista.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) disse
que, como o Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu acatar a decisão de
afastar o relator anterior do processo, Fausto Pinato (PRB-SP), sobre
alegação de que o parlamentar é de partido da base de Cunha o que
regimentalmente é proibido, a sessão de hoje pode ser anulada. Aliados
de Cunha sinalizaram que vão recorrer à Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) da Câmara para anular a decisão do conselho sobre o pedido
de vista.
Depois de quase três horas de sessão com
ânimos mais controlados, a temperatura chegou a subir, pelo menos uma
vez, quando o deputado Nelson Marchezan Junior (PSDB-RS) pediu para que
as “tropas de Cunha e Dilma” permitam que o processo contra o presidente
da Câmara seja votado com celeridade.
A Polícia Federal cumpriu na manhã de
hoje (15) mandado de busca e apreensão na residência oficial de Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), em Brasília, e na casa particular dele, no Rio de
Janeiro. A ação faz parte de uma nova fase da Operação Lava Jato e foi
autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori
Zavascki.
No total, a Polícia Federal cumpre 53
mandados de busca e apreensão no Distrito Federal (9), em São Paulo
(15), no Rio de Janeiro (14), Pará (6), em Pernambuco (4), Alagoas (2),
no Ceará (2) e no Rio Grande do Norte (1).
Fonte: Agência do Brasil
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