quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Receptador de carros é executado com quase 80 tiros de pistola em Ponta Negra

Fotos:  José Aldenir
Nos últimos, anos crimes de homicídios se tornaram rotineiros em todo o Rio Grande do Norte. Ainda assim, a violência de algumas ocorrências chega a assustar até mesmo os policiais. Na manhã desta terça-feira (3), um desses casos aconteceu na Rua da Lagosta, no conjunto Alagamar, em Ponta Negra. Um homem foi morto com 77 tiros de pistola 9 milímetros. O assassino, que usava capacete, fugiu tranquilamente do local.
A morte aconteceu por volta das 8h10, quando a via já recebia grande movimentação de veículos. O mossoroense Técio Duarte da Silva, de 34 anos, estava no banco do carona de um Gol de cor branca e placas OJX-8325. Quando o veículo chegou nas imediações do condomínio Corais de Ponta Negra, um outro homem apareceu em uma moto e abordou os dois. “Esse homem chegou, sacou a pistola e pediu para o motorista descer do carro. Nesse momento ele começou a atirar. Todos os tiros apenas na direção da vítima”, relatou um policial que não quis se identificar.

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Ao todo foram 77 disparos, dos quais 37 acertaram o para-brisa do carro. A violência da ação também chamou atenção, como afirmou o delegado Alexsandro Gomes. “Os policiais aqui realmente ficaram impressionados. É muito raro você atender uma ocorrência desse tipo, com tantos disparos. Mas ainda iremos investigar o que realmente aconteceu”. Os policiais que estavam no local revelaram que o homem usou três pentes de munição.
Além do número de disparos, a tranquilidade com a qual o suspeito agiu também chamou atenção. Em um vídeo cedido por uma testemunha é possível observar a parte final da ação, quando o homem, que estava usando capacete, já parou de atirar. O criminoso guarda a pistola, anda calmamente até a moto, coloca uma espécie de fita na placa para dificultar a identificação e depois vai embora, ainda se preocupando em fazer a volta na rua para não ir na contramão. “Na verdade ele ficou cerca de quatro minutos na cena do crime. Realmente muito tranquilo, sem se preocupar se a polícia iria chegar. Os carros passando pelo lado dele e ele nem se preocupava. Realmente ele foi muito frio”, disse um rapaz, que pediu para ser identificado apenas como Fernando.

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Outros moradores da região, que estavam no local do crime, relataram o susto com toda a situação. “Eu estava dormindo quando escutei os tiros. Quando os disparos começaram, eu tomei um susto. Foram muitos tiros. Eu peguei a minha esposa e nos abaixamos. Nunca tinha visto isso na minha vida. Mas infelizmente essa é a nossa realidade. A criminalidade está aí todos os dias e a população é quem sofre mais”, frisou o senhor Carlos Costa.
Já a comerciante Hilda Farias, que chegou na cena poucos minutos depois do ocorrido, disse que na região são raros os casos de assassinatos, ao contrário do que acontece com os assaltos. “Realmente esse é o primeiro caso de homicídio que eu lembro por aqui. Já tiveram alguns mais lá pelos lados da Vila de Ponta Negra. Aqui nós andamos com cuidado, com medo dos assaltos. Nessa rua acontecem muitos, principalmente no início da manhã, quando a movimentação é pouca. Espero que os homicídios não se tornem rotina por aqui, caso contrário a nossa situação vai ficar bem complicada”.

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Segundo informações da Delegacia de Homicídios (Dehom), Técio era detento do regime semiaberto e cumpria pena em um presídio da zona Norte de Natal. Ele respondia a processos na Justiça do RN e havia sido preso em 2009, na cidade de Caicó, por receptação de carros roubados e com clonagem de automóveis. Em 2012, ele foi preso mais uma vez, em Nova Parnamirim. Abalado com o ocorrido, o motorista do carro no qual a vítima estava não quis conversar com a imprensa. Para a polícia, ele revelou que levava o homem para resolver algumas pendências no Departamento de Trânsito (Detran), já que Técio trabalharia como vendedor de carros
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 Perito demora quase duas horas para chegar
Além da violência do homicídio, outro fator que chamou atenção foi a demora do perito para chegar ao local do crime. O responsável por periciar a cena chegou apenas às 10h, quase duas horas depois do assassinato. Durante esse tempo, policiais e até o delegado que atenderam a ocorrência ficaram mais de uma hora entrevistando testemunhas e cercando o local. Mesmo quando terminaram todas as tarefas, faltava apenas o veículo do Itep responsável por levar o corpo para o prédio do órgão.
O JH entrou em contato com a assessoria de imprensa do Itep para saber o que aconteceu. Segundo o perito que esteve na cena do crime, assim que acionados pelo Ciosp, eles se deslocaram até o local e a demora pode ter acontecido pelo tempo que o Ciosp levou para chamá-los. Outro ponto levantado pelos policiais foi de que um dos carros do Itep estaria quebrado. A assessoria informou que realmente existe um veículo com um problema na roda e que ele será trocado esta tarde, mas que durante a manhã o carro rodou normalmente.

Fotos: JH

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