Rio (AE) - A Polícia Civil fluminense prendeu, na madrugada de
ontem, na Bahia, o auxiliar de limpeza Caio Silva de Souza, de 22 anos,
acusado de ter acionado o rojão que vitimou o cinegrafista da TV
Bandeirantes Santiago Ilídio de Andrade, de 49, durante protesto contra o
aumento da tarifa dos ônibus no Rio, no último dia 6. Após ser preso,
Souza disse aos policiais que só falará em juízo. Contudo, em entrevista
à TV Globo, ele admitiu que acendeu o artefato, mas relatou que pensou
que se tratava de um explosivo conhecido como cabeção de nego. “Acendi
sim. Nem sabia que aquilo era um rojão”. Disse ainda que fugiu por estar
com medo de ser assassinado por “pessoas envolvidas nas manifestações”.
Caio Silva, de 22 anos, estava hospedado numa pensão quando foi preso e levado para o Rio
Segundo
a polícia, o plano de fuga começou a ser descoberto na segunda-feira,
depois que os agentes souberam que naquele dia ele havia comprado na
Rodoviária Novo Rio uma passagem de ônibus para Ipu, no Ceará, cidade
onde moram seus avós paternos. O ônibus partiu por volta das 10h. A fuga
teve início poucas horas depois de o tatuador Fabio Raposo, de 22 anos,
ter dito à polícia que repassou o rojão a Souza.
Raposo está preso temporariamente por 30 dias desde domingo. Seu comparsa teve a ordem de prisão expedida na noite de segunda. “Vizinhos de Caio em Nilópolis (na Baixada Fluminense) disseram que ele, o pai e a madrasta deixaram a casa onde moravam na segunda-feira de manhã cedo. Caio estava com uma mochila”, disse o delegado Mauricio Luciano de Almeida, da 17ª DP (São Cristóvão), que preside o inquérito.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o advogado Jonas Tadeu Nunes e a namorada de Souza tentavam convencê-lo a se entregar, em conversas por telefone. O rapaz decidiu esperar a chegada dos agentes hospedado num cômodo numa pensão simples na cidade baiana de Feira de Santana.
No entanto, segundo fontes da Polícia Civil ouvidas pelo Estado, na verdade Souza não decidiu se entregar. Àquela altura seus passos já estavam sendo monitorados pela Cinpol, e os policiais conseguiram surpreendê-lo.
O fato de Souza ter se apresentado na pensão usando um nome falso reforça essa versão. Para não ter que se identificar com o nome verdadeiro, Souza disse que estava sem documentos.
“Ele se registrou com o nome de Vinícius Marcos de Castro. Disse que não estava com documentos, que seus pais iriam chegar à noite para trazer (os documentos). Afirmou que passaria uma noite só aqui e pagou os R$ 30: me deu uma nota de R$ 50 e eu devolvi R$ 20. Ele subiu para o quarto 204 e só saiu quando a polícia chegou”, disse ao Estado Marcos Paulo Costa dos Santos, de 38 anos, dono da pousada. “Ele chegou bem vestido, de calça comprida e óculos, e nem me passou pela cabeça que fosse alguém fugindo da polícia. Eu sabia da história (do rojão), mas não o reconheci, nem pensei nisso”.
O plano do rapaz seria se esconder na Bahia até a polícia ir ao Ceará e não conseguir localizá-lo. Depois disso, ele poderia seguir para a casa dos avós paternos sem problemas. “Ora, se o advogado estava em contato com ele por telefone, e ele decidiu se hospedar na pousada para se entregar, por que então fez o registro com um nome falso?”, questionou um investigador.
Depois que o delegado, três agentes da 17ª DP, o advogado e a namorada chegaram à pensão, por volta das 2h da manhã, apenas a mulher e o advogado subiram para o quarto. Dez minutos depois, os três desceram, e Souza recebeu voz de prisão. Agentes do Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil baiana deram apoio à ação, cercando a pensão. “Ele estava acuado, assustado, exausto e faminto. Disse que não comia há dois dias. Talvez não tivesse condições de seguir na fuga. Para comprar a passagem, revelou informalmente que havia vendido um celular. Ele não esboçou nenhuma reação ao receber voz de prisão”, disse o delegado Mauricio Luciano.
Raposo está preso temporariamente por 30 dias desde domingo. Seu comparsa teve a ordem de prisão expedida na noite de segunda. “Vizinhos de Caio em Nilópolis (na Baixada Fluminense) disseram que ele, o pai e a madrasta deixaram a casa onde moravam na segunda-feira de manhã cedo. Caio estava com uma mochila”, disse o delegado Mauricio Luciano de Almeida, da 17ª DP (São Cristóvão), que preside o inquérito.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, o advogado Jonas Tadeu Nunes e a namorada de Souza tentavam convencê-lo a se entregar, em conversas por telefone. O rapaz decidiu esperar a chegada dos agentes hospedado num cômodo numa pensão simples na cidade baiana de Feira de Santana.
No entanto, segundo fontes da Polícia Civil ouvidas pelo Estado, na verdade Souza não decidiu se entregar. Àquela altura seus passos já estavam sendo monitorados pela Cinpol, e os policiais conseguiram surpreendê-lo.
O fato de Souza ter se apresentado na pensão usando um nome falso reforça essa versão. Para não ter que se identificar com o nome verdadeiro, Souza disse que estava sem documentos.
“Ele se registrou com o nome de Vinícius Marcos de Castro. Disse que não estava com documentos, que seus pais iriam chegar à noite para trazer (os documentos). Afirmou que passaria uma noite só aqui e pagou os R$ 30: me deu uma nota de R$ 50 e eu devolvi R$ 20. Ele subiu para o quarto 204 e só saiu quando a polícia chegou”, disse ao Estado Marcos Paulo Costa dos Santos, de 38 anos, dono da pousada. “Ele chegou bem vestido, de calça comprida e óculos, e nem me passou pela cabeça que fosse alguém fugindo da polícia. Eu sabia da história (do rojão), mas não o reconheci, nem pensei nisso”.
O plano do rapaz seria se esconder na Bahia até a polícia ir ao Ceará e não conseguir localizá-lo. Depois disso, ele poderia seguir para a casa dos avós paternos sem problemas. “Ora, se o advogado estava em contato com ele por telefone, e ele decidiu se hospedar na pousada para se entregar, por que então fez o registro com um nome falso?”, questionou um investigador.
Depois que o delegado, três agentes da 17ª DP, o advogado e a namorada chegaram à pensão, por volta das 2h da manhã, apenas a mulher e o advogado subiram para o quarto. Dez minutos depois, os três desceram, e Souza recebeu voz de prisão. Agentes do Centro de Operações Especiais (COE) da Polícia Civil baiana deram apoio à ação, cercando a pensão. “Ele estava acuado, assustado, exausto e faminto. Disse que não comia há dois dias. Talvez não tivesse condições de seguir na fuga. Para comprar a passagem, revelou informalmente que havia vendido um celular. Ele não esboçou nenhuma reação ao receber voz de prisão”, disse o delegado Mauricio Luciano.
Fonte: Tribuna do Norte
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