Os bons ventos podem trazer boas notícias para o Rio Grande do Norte. A
produção de energia deverá ser ampliada com a instalação de uma fábrica
de torres de concreto pré-moldado para parques eólicos, uma parceria
entre a holandesa ATS e a potiguar 2A Engenharia, que negocia a
transferência de tecnologia para a fabricação das torres no Brasil. Além
de acelerar a construção de aerogeradores, a tecnologia conta com a
vantagem de baratear o custo de produção da energia.
Negociação com o Governo do Estado definirá a instalação da fábrica em solo norte-rio-grandense. “É uma parceria onde ele entra com tecnologia e a 2A, com investimento para implantação”, explica Antônio Oliveira, diretor administrativo-financeiro da empresa potiguar que atua na infraestrutura de parque eólicos, na construção de estradas e fundação da torre.
A empresa planeja se instalar na divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará, porém questões burocráticas e incentivos fiscais, podem levar o investimento para o estado vizinho. Mas a preferência é pelo RN. Com investimento inicial de R$ 15 milhões, a fábrica deve gerar cerca de 500 novos empregos diretos nas fases de operação e construção da sede. Mobilidade, simplicidade de construção e custo final do produto são os principais benefícios de uma fábrica de torre em concreto armado com a tecnologia da ATS. "Fabricamos as torres, entregamos e desmontamos a fábrica”, diz o diretor.
Em quatro anos a empresa que adotar esse tipo de estrutura consegue recuperar o investimento. A instalação com uso da nova tecnologia custa R$ 400 mil euros a mais que uma torre usual, de aço ou metálica. No entanto, o ganho em energia equivale a mais R$ 100 mil euros ao anos, o que garantia o retorno em apenas quatro anos. Um parque eólico tem vida útil de 25 a 30 anos.
O preço de uma torre montada, pela 2A, será de R$ 1,6 milhão a 2 milhões, dependendo da altura. As torres irão variar entre 85 a 140 metros de altura. A empresa pretende atender ao mercado brasileiro que gera uma demanda de 1.000 a 1.500 torres por ano. “A nossa meta inicial são torres com 120 metros. À medida que surgirem novos projetos, exigindo maiores alturas, as torres serão construídas visando atender essa demanda”, explica Antônio Oliveira. “Em breve ninguém estará fazendo aerogerador abaixo de 100 metros de altura, essa é a aposta da empresa”, reitera.
O objetivo de aumento de altura, proporcionado por essa tecnologia, tem razão simples: quanto mais alto, maior a qualidade do vento. Novos aerogeradores (as chamadas pás localizadas na extremidade da torre) captam mais energia com boa altura. Ainda em 2005, estes aerogeradores produziam o equivalente 0,8 megawatts. Os novos equipamentos, mais avançados, já estão gerando 2.5 megawatt a 3.2 megawatt.
“A grande diferença é a logística do transporte. É uma torre mais econômica que a que existe no mercado hoje”, ressalta o empresário Sérgio Azevedo, da 2A. Pela tecnologia da ATS, as torres são construídas em tamanhos adequados para serem transportados de acordo com a capacidade das estradas que levam ao parque eólico de destino.
Os detalhes da parceria e da instalação da empresa foram discutidos ontem com o diretor da ATS, Frans Brughuis, que está em Natal.
Atualmente, no estado existem torres de 70 metros, sendo estas as mais antigas, em cidades como Rio do Fogo; e as mais recentes, de 2009 e 2010, entorno de 100 metros, na região do Mato Grande e litoral Norte, informa Jean Paul Prates, presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne). Na Europa existem estruturas com até 150 metros.
Fonte: Tribuna do Norte
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