Prioridade é levar profissionais de saúde às
periferias das grandes cidades, aos municípios do interior e àqueles
mais distantes, principalmente do Norte e do Nordeste.
O Programa Mais Médicos para o Brasil, que será lançado hoje (8) pelo
governo federal, terá como prioridade levar profissionais de saúde às
periferias das grandes cidades, aos municípios do interior e àqueles
mais distantes, principalmente do Norte e do Nordeste.
De acordo com a presidenta Dilma Rousseff, serão abertos dois
editais: um para selecionar os municípios que querem receber
profissionais e outro para que os profissionais brasileiros possam se
inscrever e escolher a cidade para onde querem ir. Caso as vagas
disponíveis não sejam preenchidas por médicos brasileiros, o governo vai autorizar a contratação de estrangeiros.
Ao participar, nesta segunda-feira, do programa semanal Café com a Presidenta,
Dilma ressaltou que se trata de uma medida emergencial para garantir
que essa parcela de brasileiros tenha atendimento "o mais rápido
possível". Ela destacou que o governo tem trabalhado para ampliar as
vagas nos cursos de medicina, mas ressaltou que a formação de um
especialista leva, em média, dez anos. A presidenta também enfatizou que
a vinda de médicos estrangeiros não vai tirar emprego dos profissionais
brasileiros nem significa arriscar a saúde da população.
"Essa convocação de médicos para trabalhar nas regiões mais pobres
de nosso país é a resposta que estamos dando para o problema da falta
desses profissionais nas nossas unidades de saúde. Quem precisa de
atendimento médico não pode esperar e é por isso que estamos autorizando
a vinda de médicos estrangeiros. Trata-se de uma medida emergencial",
disse.
Ela explicou que, entre os estrangeiros, serão contratados apenas
médicos "bem formados, experientes, que falem e entendam” nossa língua.
Eles deverão trabalhar exclusivamente nos postos de saúde, fazendo o
atendimento básico da população, por pelo menos três anos. Eles serão
supervisionados pelas universidades públicas no trabalho, que também os
avaliará, por três semanas, antes do início das atividades. “Os médicos
estrangeiros só vão ocupar as vagas que não forem preenchidas por
médicos brasileiros. Daremos prioridade aos nossos médicos, aos médicos
formados aqui no Brasil, que são altamente qualificados”, disse.
A presidenta lembrou que a contratação de médicos estrangeiros é
muito comum em vários países que têm "excelentes sistemas de saúde",
como é o caso da Inglaterra, onde 37% dos médicos que trabalham lá se
formaram no exterior. Ela também citou o caso dos Estados Unidos, onde
25% dos médicos que trabalham lá também fizeram os seus cursos em outros
países. Já o Brasil, conforme informou, tem apenas 1,79% de médicos
estrangeiros.
Segundo Dilma Rousseff, os esforços para suprir a falta de médicos
nos municípios mais distantes serão ainda mais necessários a partir dos
investimentos que o governo vem fazendo para construir e reformar as
unidades de saúde. Ela destacou que, além dos R$ 7,4 bilhões que já
estão sendo aplicados, há previsão, para o ano que vem, de mais R$ 5,5
bilhões.
Ela enfatizou que para participar do Programa Mais Médicos para o
Brasil e receber os profissionais, os municípios terão de assumir o
compromisso de acelerar os investimentos na construção ou reforma das
unidades Básicas de Saúde. Já em relação aos incentivos para que os
médicos brasileiros queiram atuar nesses locais, ela destacou que o
Ministério da Saúde vai pagar um salário de R$ 10 mil por mês, por uma
jornada semanal de 40 horas.
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