sexta-feira, 17 de maio de 2013

Acesso à internet cresce mais entre os mais pobres

Rio (AE) - Com renda maior, emprego formal e acesso fácil ao crédito, os brasileiros mais pobres ganham espaço no mundo digital. Dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011 divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que, em seis anos, o número de internautas cresceu mais na população com renda domiciliar per capita de até um salário-mínimo e nos Estados do Norte e Nordeste.
Rodrigo SenaFatores como o barateamento dos computadores e oferta de crédito estimularam popularizaçãoFatores como o barateamento dos computadores e oferta de crédito estimularam popularização
Houve uma explosão de novos internautas também entre os alunos da rede pública. Em 2005, apenas 24,1% deles usavam a internet, proporção que cresceu para 65,8% em 2011.

“Os alunos da rede pública passaram a ter acesso à internet nas escolas, mas também há o fato de que os computadores ficaram mais baratos e as famílias puderam comprar”, diz o fundador do Comitê para a Democratização da Informática (CDI), Rodrigo Baggio.


Enquanto na população total de 10 anos ou mais de idade o aumento do número de internautas foi de 143,8%, com 45,8 milhões de novos usuários, entre os mais pobres, o crescimento foi de 188% - 19,2 milhões de incluídos no mundo virtual. Em 2011, o País chegou a 77,7 milhões de internautas, ou 46,5% dos brasileiros com 10 anos ou mais de idade. Em seis anos, o País ganhou quase 21 mil novos internautas por dia.


“Em 2005, o País estava saindo da recessão de 2003 e 2004. Nos anos seguintes, com aumento dos trabalhadores com carteira assinada, do poder de compra, do acesso ao crédito e da escolaridade, aumentou o acesso aos computadores e à internet. As pessoas deixaram de usar a internet apenas no trabalho. Houve avanços, mas ainda há lacunas a resolver”, diz o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.


Em casa


Entre 2005 e 2011, mais do que dobrou a proporção de brasileiros que vivem em domicílios com microcomputador ligado à internet, de 14,6% para 39,4%. Os usuários de baixa renda passaram de 10,2 milhões em 2005 para 29,4 milhões em 2011.


A desigualdade, porém, ainda é grande: apenas um terço das pessoas com até um salário-mínimo de renda domiciliar per capita (33,6%) têm acesso à internet, enquanto, entre os que ganham mais de cinco salários-mínimos, a proporção é de 67,9%. No Norte e no Nordeste, apesar do aumento de internautas, eles são pouco mais de um terço da população. No Sudeste, são 54,2%.


A pesquisa levou em consideração apenas os acessos por computador. Não houve perguntas sobre acesso por meio de telefones celulares e tablets.


Embora a renda seja um fator importante de acesso à internet, a pesquisa mostra que há mais internautas na população com renda de 3 a 5 mínimos do que entre os que ganham mais de 5 salários. A explicação é que a faixa mais rica da população é também a faixa mais velha, ainda “engatinhando” no mundo virtual Os jovens têm menor renda, mas são mais conectados.


Um outro aspecto abordado na pesquisa é que chegou a 115,4 milhões o número de pessoas com 10 anos ou mais de idade que têm celular de uso pessoal, mais do que o dobro dos 55,7 milhões de usuários de 2005. Sete em cada dez brasileiros (69,1%) têm pelo menos um celular. Seis anos antes, eram menos de quatro em cada dez (36,6%). Apesar do avanço em tão pouco tempo, no período pesquisado existiam 51,5 milhões de brasileiros nesta faixa etária sem telefone móvel. 

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