Os advogados da coligação "Força do Povo" vão
recorrer da sentença do juiz José Herval de Sampaio Júnior, da 33ª zona
eleitoral, que cassou o mandato da prefeita Cláudia Regina e do vice-prefeito
Wellington Júnior. O recurso será ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e visa à
permanência da prefeita no cargo até o julgamento do mérito no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE).
A decisão do juiz, anunciada via Twitter pelo chefe cartorial
da 33ª zona eleitoral, Luiz Sérgio, por volta das 15h de ontem, ocorreu no
momento em que a prefeita Cláudia Regina participava de solenidade, ao lado da
governadora Rosalba Ciarlini, por ocasião de sua posse na presidência da Amorn,
cuja solenidade ocorreu no Hotel Thermas. A prefeita não se pronunciou sobre o
assunto e continuou a agenda administrativa ao lado da governadora.
O advogado Humberto Fernandes, da assessoria jurídica da
coligação Força do Povo, afirmou que a sentença do juiz tem pouca consistência.
"Estamos chocados com a cassação, pois o próprio juiz disse que Cláudia e
Wellington não fizeram nada. A sentença toda se volta aos atos da governadora
em palanque e na campanha, por ela ter participado, enquanto cidadã, da
campanha. Ele (o juiz) deduziu que os fatos influenciaram no resultado. Nos
causou impacto", comentou.
Segundo o advogado, foi mantido contato com o juiz José
Herval Sampaio, no sentido de que ele disponibilizasse uma cópia da sentença,
já que o assunto foi tornado público às 14h58 de ontem. Contudo, o juiz teria
dito que só iria publicar a sua decisão na segunda-feira.
Diante disso, Humberto Fernandes afirmou que Cláudia Regina
continua prefeita e que na segunda-feira a assessoria jurídica entrará com uma
ação cautelar para suspender a decisão do juiz. "A prefeita continuará no
cargo até que haja o julgamento."
Alegações
A decisão de cassação foi do juiz da 33ª zona eleitoral, José
Herval de Sampaio Júnior. Ele puniu a prefeita Cláudia Regina Freire de Azevedo
(DEM) e o vice-prefeito Wellington Filho (PMDB), ao acatar alegação apresentada
pela coligação "Frente Popular Mossoró mais Feliz", que aludiu que a
presença da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) em partes da campanha eleitoral
de 7 de outubro teria desequilibrado o resultado do pleito. Na Ação de
Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), a coligação que deu suporte à
candidatura da deputada estadual Larissa Rosado (PSB) à Prefeitura de Mossoró,
alega que teria havido abuso de poder econômico e político, bem como de meios
de comunicação em favor da campanha da democrata Cláudia Regina.
Juiz determina novas eleições
Em um dos trechos da ação, a assessoria jurídica de Larissa
alega também suposta ação de infração à Legislação Eleitoral em visitas feitas
pela governadora Rosalba Ciarlini em localidades rurais de Mossoró. Na
sentença, o juiz declara a perda do mandato e a inelegibilidade da prefeita e
do vice-prefeito por oito anos. O juiz também determinou que novas eleições
sejam realizadas, já que Cláudia obteve mais de 50% dos votos válidos.
Para embasar sua sentença, a qual contém 96 páginas, o juiz
José Herval de Sampaio Júnior deixou claro que as visitas feitas pela
governadora Rosalba Ciarlini a Mossoró, semanalmente, teriam o objetivo de
desequilibrar o resultado final do pleito. À época do questionamento feito pela
campanha adversária, a própria Rosalba respondeu que não poderia esperar mais,
que não era candidata e que as ações do Governo continuariam em execução.
A ação da coligação "Frente Popular Mossoró mais
Feliz", e por consequência a sentença do juiz, centraliza o pedido de
cassação da prefeita nas movimentações da governadora Rosalba Ciarlini
consideradas políticas e que, por si, teriam favorecido a então candidata
Cláudia Regina. Até o final da tarde de ontem, a prefeita Cláudia Regina e o
vice-prefeito Wellington Filho não teriam sido notificados. Eles devem, após a
notivicação entrar com um recursos no Tribunal Regional Eleitoral.
Ação contra Larissa pede inelegibilidade
A ação julgada procedente pelo juiz José Herval de Sampaio
Júnior, por abuso de poder econômico e de meios de comunicação, contra a
prefeita Cláudia Regina abre precedente para que a Ação de Investigação
Judicial Eleitoral (AIJE) movida pela coligação "Força do Povo"
contra a então candidata Larissa Rosado (PSB), tenha desfecho similar.
É que a coligação Força do Povo também aludiu que o abuso de
poder econômico e dos meios de comunicação pertencentes à família de Larissa
Rosado, na pré-campanha e na campanha propriamente dita, estaria atuando no
sentido de direcionar à sociedade que ela, Larissa, estaria em vantagem
numérica ao Palácio da Resistência.
Para a ação por abuso de poder econômico e de meios de
comunicação familiar, a coligação Força do Povo pede a suspensão dos direitos
políticos de Larissa Rosado por oito anos. Caso seja condenada, a deputada
estadual não poderá concorrer ao pleito eleitoral próximo. Saliente-se que
Larissa vem sendo sondada para sair candidata à vice-governadora na chapa do
atual vice-governador Robinson Faria, que pretende disputar o Governo do Estado
em 2014.
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