Governo estende estado de emergência devido à estiagem. Seca já afeta 500 mil potiguares
"O sertanejo não terá o que consumir porque não produziu nada", Gilmar Bistrot - meteorologista
Falta de chuvas assola 139 dos 167 municípios potiguares, prejudicando a agricultura, pecuária, além do consumo humano e animal. Pior: período seco ainda está por vir. Foto: Eduardo Maia/DN/D.A Press |
Até agora, as pancadas de chuvas de inverno até o presente momento foram insuficientes para a formação de estoques de água nos principais reservatórios, açudes, tanques, poços tubulares, barreiros e cisternas no interior do Estado. A situação pluviométrica dos principais mananciais do Estado, segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) é crítica, conforme aponta o último relatório. Há redução do volume d'água em alguns reservatórios. "Fazemos acompanhamento mensal. Nosso relatório mostra que essas chuvas que ocorreram no final de junho e início de julho se concentraram no litoral. Os açudes do interior continuam num processo de diminuição de volume", afirmou Gilberto Jales, titular da Semarh.
A situação mais crítica, segundo o secretário, se verifica nos açudes públicos da região do Alto Oeste potiguar, em cidades como São Miguel, Pilões e Tenente Ananias, que apresentam capacidade hídrica em torno de 30%. "Temos um horizonte de pelo menos seis meses até o início das prováveis próximas chuvas, em janeiro, e há alguns casos que inclusive a situação já compromete o abastecimento das cidades", ressaltou Jales. "Além de abastecer a cidade, alguns açudes também servem para plantações. Em alguns casos foi preciso diminuir o volume dessa água de irrigação para priorizar o abastecimento humano".
"Temos um horizonte de pelo menos seis meses até o início das prováveis próximas chuvas, em janeiro, e há alguns casos que inclusive a situação já compromete o abastecimento das cidades", Gilberto Jales - titular da Semarh
Conforme consta no decreto da governadora, "a estiagem na área rural dos municípios continua caracterizada como gradual e de evolução crônica, de grande porte e de grande intensidade, onde os danos causados são importantes e os prejuízos vultosos, contribuindo para intensificar a estagnação econômica e o nível de pobreza do semiárido norte-rio-grandense, e consequentemente, os desequilíbrios inter-regionais e intra-regionais", descreve.
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