quarta-feira, 4 de julho de 2012

Hospitais regionais ganharão investimento

Cidades
Para atenuar crise, Governo do Estado promete R$ 3 milhões para Walfredo e R$ 10 mi para seis unidades

Após a judicialização do tema, o Governo do Estado anunciou medidas de curto prazo para tentar resolver um dos maiores problemas do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel: a superlotação. A situação caótica da maior unidade pública de saúde do RN foi transformada em ação civil pública na Justiça Federal pelo Conselho Regional de Medicina do RN (Cremern) no dia 19 de junho. O Governo do Estado tinha até ontem para responder. A defesa foi protocolada na Justiça pela Procuradoria Geral do Estado (PGE) e apresentada à imprensa por meio do procurador geral do Estado Miguel Josino Neto. O procurador relatou que dentre as melhorias para responder a solicitação do Cremern estão previstos investimentos da ordem de R$ 3 milhões no próprio Walfredo Gurgel, R$ 10 milhões em hospitais regionais e a contratação de 24 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).


Em dificuldades constantes, Walfredo Gurgel receberá R$ 3 milhões e pode ter situação amenizada por hospitais regionais. Fotos: Carlos Santos/DN/D.A Press
Dentro dos próximos três meses o governo estadual pretende investir R$ 10 milhões, de recursos próprios, nos hospitais Giselda Trigueiro, da Polícia Militar, João Machado e Santa Catarina, além dos hospitais Alfredo Mesquita, em Macaíba, e Rafael Fernandes, em Mossoró. A melhoria nestas unidades serviria para desafogar o Walfredo Gurgel, que é sobrecarregado tanto pelas demandas do interior do RN, através da "ambulancioterapia", e de Natal, a única capital brasileira que não possui um hospital geral público de propriedade do município.

O titular da Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap), Isaú Gerino, frisou que a abertura de leitos não irá resolver de pronto a superlotação dos hospitais, mas que seria necessário trabalhar uma hierarquização e regularização do serviço. "No Walfredo Gurgel, por exemplo, eu sei que há problemas internos, mas o problema também está fora. Os municípios também recebem recursos para prover saúde e superlotam a rede estadual enviando pacientes. Acabamos pagando não só a nossa conta, mas também a dos outros", disse o secretário.


Miguel Josino criticou pedido do Cremern para contratação de leitos privados.
Para tentar regulara atuação dos médicos, o procurador geral diz que será feito um censo no quadro da Sesap. "Iremos repetir o que foi feito de forma exitosa na Educação. Assim será possível identificar onde funcionários estão sendo subutilizados", destacou Miguel Josino. Atualmente cerca de 80% do orçamento da saúde do RN é voltada para pagamento de pessoal, restando 20% para custeio e possíveis investimentos.

O procurador ainda criticou o pedido do Cremern para contratação de leitos na rede privada que ajudariam no esvaziamento de áreas como o Centro de Recuperação de Operados (CRO) e o Setor de Politraumas. "Há uma deficiência no Estado de 260 Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e nem a rede privada tem condições de suportar esse déficit. O que causa perplexidade para a Procuradoria Geral do Estado é que o Conselho Regional de Medicina do RN almeja uma coisa que sou contra, que é a privatização ou estímulo a privatização dos serviços médicos", comentou. O procurador destacou que em dois meses 24 novos leitos de UTIs serão abertas nos hospitais Maria Alice Fernandes, no Walfredo Gurgel e Ruy Pereira.

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