A realização de festas enquanto a cidade sofre com a seca não é o único
“fato curioso” que ocorre na gestão da Prefeitura de Guamaré, que
gastou quase R$ 2 milhões com bandas no mesmo período em que decretou
situação de emergência devido à estiagem. O ex-vice-prefeito, agora é
prestador de serviço na área da saúde. O contrato para isso tem o valor
global de R$ 178,5 mil.
E não faz muito tempo que Marcus Tullius Cícero de Farias Gomes não é
mais vice-prefeito de Guamaré. O pedido de renúncia foi lido em Sessão
Ordinária no dia 4 de novembro de 2011, ou seja, há pouco mais de seis
meses. A saída, inclusive, foi em meio à polêmica. Afinal, nenhuma
justificativa oficial foi dada, apesar de que, para alguns blogs da
região, ele afirmou que iria se dedicar a carreira de médico e cuidar
do povo de Baixa do Meio, distrito de Guamaré.
Esse “cuidado” todo pôde ser confirmado no dia 2 de maio. A empresa MT
Serviços Médicos S/S LTDA, de propriedade de Marco Tullius, foi
contratada pela Prefeitura de Guamaré para realizar exames de média e
alta complexidade, destinada a atender ao Fundo Municipal de Saúde de
Guamaré.
Interessante, também, é que a empresa MT Serviços Médicos, criada em
2007, tem sede em Caicó, cidade que fica a mais de 300 quilômetros de
Guamaré. Foi em Caicó, também, que a Prefeitura contratou quatro
empresas para “aquisição de material de construção para atender a
manutenção e conservação dos prédios públicos do município”. O contrato
que tem vigência até dezembro de 2012 custou R$ 405 mil e foi publicado
no Diário Oficial do Guamaré.
RENÚNCIAS
Atualmente como prefeito de Guamaré, Emilson de Borba, também conhecido
como Lula, começou o ano de 2011 como vereador. Contudo, no final do
ano, o então vice-prefeito Marcos Tulius renunciou ao cargo e o então
prefeito, Auricélio dos Santos Teixeira ficou licenciado nos meses de
dezembro, janeiro, fevereiro e março. Durante todo esse período,
Emilson de Borba, como presidente da Câmara Municipal, foi o prefeito
interino.
Em abril, o negócio foi oficializado. Com a confirmação da candidatura
(a prefeito) de seu cunhado, Hélio Wilame, do PMDB, Auricélio dos
Santos decidiu renunciar. Deveria haver uma votação indireta na Câmara,
mas a Lei Orgânica da cidade foi alterada e Emilson de Borba foi
elevado, oficialmente, ao cargo de prefeito.
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